Uma grande reputação é talvez mais incômoda que a insignificância pessoal.
A sabedoria é geralmente reputada como pobre, porque não se podem ver os seus tesouros.
O nosso amor-próprio é muitas vezes contrário aos nossos interesses.
Os grandes, os ricos e os sábios sorriem-se: os pequenos, os pobres e os néscios dão gargalhadas.
Os empregos que por intrigas e facções se alcançam, por facções e intrigas se perdem.
Os moços de juízo honram-se em parecer velhos, mas os velhos sem juízo procuram figurar como moços.
Os que não sabem aproveitar o tempo dissipam o seu, e fazem perder o alheio.
Na admissão de uma opinião ou doutrina, os homens consultam primeiramente o seu interesse, e depois a razão ou a justiça, se lhes sobeja tempo.
Todos se queixam, uns dos males que padecem, outros da insuficiência, incerteza, ou limitação dos bens de que gozam.
A dialética do interesse é quase sempre mais poderosa que a da razão e consciência.
A pobreza não tem bagagem, por isso marcha livre e escuteira na viagem da vida humana.
O erro máximo dos filósofos foi pretender sempre que os povos filosofassem.
A razão prevalece na velhice porque as paixões também envelhecem.
O medo faz mais tiranos que a ambição.
Desprezos há, e de pessoas tais, que honram muito os desprezados.
As crenças religiosas fixam as opiniões dos homens, as teorias filosóficas perturbam-nas e confundem.
Os erros de uns são lições para outros; estes acertam porque aqueles erraram.
A maledicência pode muitas vezes corrigir-nos, a lisonja quase sempre nos corrompe.
Ninguém se conhece tão bem como aquele que mais desconfia de si próprio.
O luxo, assim como o fogo, tanto brilha quanto consome.