Nos nossos revezes, queremos antes passar por infelizes, do que por imprudentes, ou inábeis.
Há duas coisas que não se perdoam entre os partidos políticos: a neutralidade e a apostasia.
A imperfeição é a causa necessária da variedade nos indivíduos da mesma espécie. O perfeito é sempre idêntico e não admite diferenças por excesso ou por defeito.
A memória dos velhos é menos pronta, porque o seu arquivo é muito extenso.
Há muita gente boa e feliz, porque não tem suficiente liberdade para se fazer má e desgraçada.
O homem de palavra é aquele que menos fala.
A familiaridade tira o disfarce e descobre os defeitos.
A prudência é uma arma defensiva que supre ou desarma todas as outras.
Condenamos por ignorantes as gerações pretéritas, e a mesma sentença nos espera nas gerações futuras.
Quando a consciência nos acusa, o interesse ordinariamente nos defende.
O nosso espírito é essencialmente livre, mas o nosso corpo torna-o frequentes vezes escravo.
Os abusos, como os dentes, nunca se arrancam sem dores.
A solidão liberta-nos da sujeição das companhias.
Ninguém é tão prudente em despender o seu dinheiro, como aquele que melhor conhece as dificuldades de o ganhar honradamente.
Ninguém é mais adulado que os tiranos: o medo faz mais lisonjeiros que o amor.
O ateísmo é tão raro quanto é vulgar o politeísmo e a idolatria.
As opiniões de um século causam riso ou lástima em outros séculos.
É necessário subir muito alto para bem descortinar as ilusões e angústias da ambição, poder e soberania.
Não há coisa mais fácil que vencer os outros homens, nem mais difícil que vencer-nos a nós mesmos.
A experiência que não dói pouco aproveita.
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