Os bens que a ambição promete são como os do amor, melhores imaginados que conseguidos.
O remorso é no moral o que a dor é no físico da nossa individualidade: advertência de desordens que se devem reparar.
O muito juízo é um grande tirano pessoal.
A vaidade de muita ciência é prova de pouco saber.
O homem que cala e ouve não dissipa o que sabe, e aprende o que ignora.
Querendo parecer originais, tornamo-nos ridículos ou extravagantes.
Ninguém mente tanto nem mais do que a História.
Não desespereis na desgraça, ela é frequentes vezes uma transição necessária para a boa fortuna.
Quando moços, contamos tantos amigos quantos conhecidos; porém maduros pela experiência, não achamos um homem de cuja probidade fiemos a execução do nosso testamento.
Em vão procuramos a verdadeira felicidade fora de nós, se não possuímos a sua fonte dentro de nós mesmos.
É tão fácil sentir a felicidade como é difícil defini-la.
Os homens, para não desagradarem aos maus de quem se temem, abandonam muitas vezes os bons, a quem respeitam.
O homem de juízo aproveita, o tolo desaproveita a experiência própria.
Os homens sem mérito algum, brochados de insígnias e de ouro, são comparáveis aos maus livros ricamente encadernados.
Ambicionando o louvor e admiração dos outros homens, provocamos frequentes vezes a sua inveja e aversão.
Aflige-nos a glória alheia contrastada com a nossa insignificância.
É triste a condição de um velho que só se faz recomendável pela sua longevidade.
Se a vida é um mal, por que tememos morrer; e se um bem, por que a abreviamos com os nossos vícios?
Há muitas ocasiões em que os ricos e poderosos invejam a condição dos pobres e insignificantes.
O império mais poderoso e fatal que existe é o das circunstâncias.
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