François La Rochefoucauld

101 - 125 do total de 212 pensamentos de François La Rochefoucauld

O mal que fazemos não nos suscita tantas perseguições e ódio como as nossas boas qualidades.

Nunca se é feliz como se acredita, nem feliz como se espera ser.

A virtude não iria tão longe se a vaidade lhe não fizesse companhia.

É preciso possuir mais virtudes para manter a boa sorte do que para suportar a má sorte.

A duração das nossas paixões depende tão pouco de nós como a duração da nossa vida.

A filosofia triunfa facilmente sobre os males passados e os futuros; mas os males presentes triunfam sobre ela.

Embora a preguiça e a timidez nos façam cumprir os deveres, a virtude é que fica com as honras.

Se não tivéssemos orgulho, não nos queixaríamos dos outros.

Não é sempre por coragem e por castidade que os homens são corajosos e as mulheres, castas.

O interesse fala todas as línguas e desempenha todos os papéis, mesmo o de desinteressado.

Não há ninguém que não se envergonhe de ter amado outro, quando o amor já acabou entre eles.

Consolamo-nos facilmente das desgraças dos nossos amigos quando estas servem para manifestarmos a nossa ternura por eles.

Há bons casamentos, mas deliciosos não.

Ninguém deve ser elogiado pela sua bondade quando não tem força para ser mau.

A felicidade consiste principalmente em acomodar-nos com a nossa sorte.

Só achamos que as outras pessoas têm bom senso quando são da nossa opinião.

A melhor maneira de sermos enganados é julgarmo-nos mais espertos do que os outros.

A maneira mais segura de se ser enganado é julgar-se mais esperto do que os outros.

Ao envelhecermos, tornamo-nos mais loucos e mais sagazes.

Ser jovem e não ser bonita é realmente tão pouco consolador como ser bonita e não ser jovem.

Perdoamos com facilidade àqueles que nos aborrecem, mas não conseguimos perdoar àqueles a quem aborrecemos.

O que faz com que os amantes nunca se entediem de estar juntos é o falar sempre de si próprios.

O ridículo desonra mais do que a desonra.

O inferno das mulheres é a velhice.

É mais fácil parecer digno dos empregos que não temos do que daqueles que exercemos.