François La Rochefoucauld

76 - 100 do total de 212 pensamentos de François La Rochefoucauld

A clemência dos príncipes não passa muitas vezes de uma política para conquistar o amor dos povos.

Quanto mais se ama uma mulher mais pronto se está a odiá-la.

O mal que fazemos não atrai contra nós tanta perseguição e tanto ódio como as nossas boas qualidades.

Cada um de nós faria mais coisas, se as julgasse menos impossíveis.

O que faz que a maioria das mulheres se impressione pouco pela amizade é considerarem-na insípida depois de provarem o amor..

Por melhor que digam de nós, não nos dão nenhuma novidade.

Há muitas vezes mais orgulho do que piedade quando lamentamos as desgraças dos nossos inimigos.

Aqueles que se aplicam demais nas pequenas coisas são geralmente incapazes para as grandes.

Há quem prefira falar mal de si mesmo a não falar.

É prova de inteligência saber ocultar a nossa inteligência.

Fala-se pouco quando a vaidade não faz falar.

A bajulação é a moeda falsa que só circula por causa da vaidade humana.

Nunca haveria prazer se nunca nos pudéssemos gabar.

Apenas confessamos os pequenos defeitos para persuadir os outros de que não temos grandes.

Os homens não poderiam viver muito tempo em sociedade se não se deixassem enganar uns pelos outros.

O amor-próprio é o maior de todos os lisonjeadores.

O mundo recompensa com mais frequência as aparências do mérito do que o próprio mérito.

Um verdadeiro amigo é o maior de todos os bens e igualmente, de todos, aquele que menos nos preocupamos em adquirir.

Perdoamos na medida em que amamos.

Um homem a quem ninguém agrada é bem mais infeliz do que aquele que não agrada a ninguém.

Conserva-se por muito tempo o primeiro amante, quando não se toma um segundo.

O que impede a entrega a um só vício é termos vários.

As amizades renovadas exigem mais cuidados do que aquelas que nunca foram interrompidas.

Quem não encontra a felicidade em si mesmo, é inútil procurá-la em outro lado.

Nada nos impede mais de ser naturais do que o desejo de o parecermos.