Coleção pessoal de SelfCareAgain

1 - 20 do total de 326 pensamentos na coleção de SelfCareAgain

Soneto de Fidelidade

De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

⁠A escolha do consumidor é hoje um valor em si mesma; a ação de escolher é mais importante que a coisa escolhida, e as situações são elogiadas ou censuradas, aproveitadas ou ressentidas, dependendo da gama de escolhas que exibem.

⁠A infelicidade dos consumidores deriva do excesso e não da falta de escolha.

⁠O mercado não sobreviveria caso os consumidores se apegassem às coisas.

Na sociedade de consumidores, ninguém pode se
tornar sujeito sem primeiro virar mercadoria, e
ninguém pode manter segura sua subjetividade
sem reanimar, ressuscitar e recarregar.

A maravilhosa vantagem dos espaços da vida virtual sobre os espaços "offline" consiste na possibilidade de tornar a identidade reconhecida sem de fato praticá-la.

A sociedade de consumo prospera enquanto consegue tornar perpétua a não-satisfação de seus membros (e assim, em seus próprios termos, a infelicidade deles).

Burlar o tempo e derrotá-lo no seu próprio campo. Retardar a frustração, não a satisfação.

Hoje, o medo da exposição foi abafado pela alegria de ser notado.

O capitalismo é um sistema parasitário. Como todos os parasitas, pode prosperar durante certo período, desde que encontre um organismo ainda não explorado que lhe forneça alimento.

Loucos são apenas os significados não compartilhados. A loucura não é loucura quando compartilhada.

⁠Todo homem tem seu preço,diz a frase. Não é verdade. Mas para cadahomemexiste uma isca que ele não consegue deixar de morder.

⁠Está ainda por nascer quem não se adore a si mesmo.

⁠Todo ocidental atormentado faz pensar em um herói de Dostoiévski que tivesse uma conta no banco.

⁠Regra geral, os homens trabalharem demasiado impede-os de serem eles mesmos.

⁠Nascemos para existir, não para conhecer; para ser, não para afirmar-nos. O saber, tendo irritado e estimulado nosso apetite de poder, nos conduzirá inexoravelmente a nossa perda.

⁠A ambição é uma droga que transforma quem se entrega a ela em um demente em potencial.

⁠Mais que uma reação de defesa, a timidez é uma técnica, aperfeiçoada sem cessar pela megalomania dos incompreendidos.

⁠No pessimista se combinam uma bondade ineficaz e uma maldade insatisfeita.

⁠Deixa-se de ser jovem quando já não se escolhe mais os inimigos, quando a gente se contenta com os que tem à mão.