Coleção pessoal de hebo_imoxi

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Não basta que seja pura a nossa causa
Não basta que seja justa a nossa causa
É preciso que se desamarrem todos os nós
Para que a pureza exista dentro de nós
A luta se refere aqueles que vieram e ficaram
Aqueles que conosco se aliaram
Muitos traziam inverdades e manhas
Sobras no olhar e intenções estranhas
Para alguns deles a razão da luta
Era só ódio e ânsia absoluta
Para outros era apenas uma bolsa vazia
E queriam enchê-la com sujidade todos os dias
Vós tendes ouvido muita música ilusória
Agora é hora de ouvirem do contador de estórias
Hoje não se debatem conteúdos, mas rótulos
E o meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos.

Quero ser livre como os espíritos daqueles que já se foram
Estou a falar de Mandela, Lumumba, Samora

A lei é ferramenta de manutenção do poder

Não é possível que os angolanos
Perturbem o Executivo
Se não estiver em risco
O interesse colectivo

A possibilidade de revolução é como uma estrada
Para qualquer sociedade civil bem organizada

Só quando os malefícios da tirania atingem a maioria social
É que é possível o direito à resistência contra a força ilegal

O ocidente é um Cristo ingrato e pouco perdoador
Que hoje despreza a mulher que ontem lavou
Os seus pés com suas lágrimas de sangue aliás
Os enxugou com os seus cabelos e muito mais
Esconderam o Imperialismo por trás do Evangelho
E trouxeram a cruz da Escravidão não só para os mais velhos
Para crucificar a nossa liberdade visto
Que fomos considerados inimigos de Cristo
Mas os santos alimentaram-se do sangue dos pecadores
Quem é quem? Vamos aos pormenores
Jesus é o caminho, a verdade e a vida
Um caminho que muito mentiu a verdade das nossas vidas
Depois de escravizarem o cristianismo na Europa
Vieram para África cristianizar os sem roupas

É preciso sentar, pensar e concordar
Garantir opções, uma delas: EDUCAR

Se for para morrer
Deus queira seja cedo
Se for para perder algo
Que seja o medo

Muito além da realidade, hoje busco falar
De um sonho pelo qual se deve lutar
De uma utopia pela qual vale a pena dar a vida
De uma fé que em contrapartida
Não contradiz o humano mas, que realça
O divino em nós mesmos com a sua graça

Eu vou cantar até que a idade permita
Não o que os outros querem, eu canto o que o povo necessita
Isto não é brincadeira, é coisa séria
Sou narrador por excelência, mestre de primeira
O século XX trouxe a revolução musical
O entusiasmo foi grande, e como tal
Inovações, pretensões, criações, tendências
Novos géneros musicais, novas preferências
Quando canto, encanto porque, o que canto é bonito
E a minha vida assume a dimensão do infinito
Cantando invento sempre de tudo um pouco
Uma mentira, uma saudade, um romance louco
Canto para espantar os demónios, juntar os amigos
Seduzir a vida, sentir o mundo comigo

Há músicas que nos fazem querer dançar juntos
Há músicas que nos fazem querer cantar juntos
Mas as melhores são aquelas que têm a magia
De nos levar de volta à primeira vez que as ouvimos um dia
E mais uma vez, partem o nosso coração
A minha música é assim, desde a sua concepção
Como quem volta para casa e resolve se amar
Sustentar a chama no corpo sem deixar a luz se apagar
A música RAP comigo é assim e neste momento
É a que melhor explica o que me vai no pensamento
Quando tudo parece perdido ainda assim se pode cantar
Por essa razão eu escrevo sem exitar
Assim é a música que faço e chama-se RAP
Um estilo banalizado por esta sociedade inerte
Posso não ter a voz ideal para cantar
Mas posso fazer as pessoas ouvirem o que tenho para falar

Eu sou o griot, o mestre da literatura oral
Narrador por excelência, sou um instrumento musical
Trago uma vertente mais sublime, inalcançável
Suavizante, transcendente, agradável
Não formatada dada a sua originalidade
Não palpável a sua imaterialidade
Escutar é ir além do simples ouvir
É captar o sentido dos sons e reflectir
Perceber e compreender sua forma estrutural
Quanto maior o conhecimento, melhor a compreensão musical
O que canto foge às leis entendíveis da razão
O que canto é o que escrevo e o que escrevo não canto em vão
Quem ainda me escuta até os dias presentes
Mergulha logo numa realidade envolvente
Sei que o que eu canto não agrada tipo lixo
Nem por isso vou parar de cantar para alimentar caprichos

Felizes os que saberem perdoar, por ser aquilo que adianta
Os que sabem que as guerras jamais serão santas
Os que aceitam o perdão com um coração acessível
Os que acreditam que o consenso é ainda possível
Os que provocam as guerras não acarretam suas sequelas
E na sua generalidade nunca pagam por elas
As armas não garantem a paz e é curioso
O poder enlouquecido também mata os poderosos
Imaginem que o diálogo seja tudo que queremos
Para abraçar aqueles que ainda podemos
Imaginem um lugar onde se prima pela igualdade
E os egos dão lugar à gratidão e a humildade
Imaginem um mundo onde o amor resiste à opressão
Enfatizando o consenso altruísta nas tomadas de decisão
O futuro está nas mãos dos que souberem dar
Às gerações de amanhã razões de viver e esperar

Quero uma dose de paz com um certo agrado
De amor, de felicidade e de sonho realizado
Quero partilhar com quem tem disponibilidade
De aspirar à paz com naturalidade
Para o resto, só quero justiça imediata
Por mais que as convulsões do sistema sejam ingratas
Imaginem um mundo diferente do que pensa a maioria
Com vários países, mas uma só cidadania
Várias culturas, uma só irmandade
Onde o respeito é o mosaico da igualdade
A paz, a harmonia e o bem estar social
Serão encontradas se seguirmos uma bússola moral
Que aponte na mesma direcção com frequência
Independente de modismos ou tendências
Mahatma Ghandi aconselhou do seu jeitinho
Não existem caminhos para a paz; a paz é o caminho!

Onde uns adoram a máquina como um contemporâneo
Que outros saibam venerar o género humano

O país é produtor de petróleo
Mas o preço do combustível sobe aos nossos olhos
Só não sobe a qualidade de vida da população
E o salário paupérrimo do pacato cidadão

A justiça materializa se forma imperial
O direito de não ter direitos nesta Angola matriarcal

Se for para buscar um objectivo para este poema cá está
Não espere ganhar milhões para iniciar a trabalhar
Não espere ser amado para amar o irmão
Ou a separação para buscar uma reconciliação
É forte o homem que controla o vício que domina
Todo pobre que imita um rico sempre se arruina
Os desejos tem razões que a razão não aprova
Se não os controlares eles levam-te à cova
Para quem crê, não existem perguntas isso mostra
Que para quem não crê, não existem respostas
Se existir fome que seja de um amor sincero
Se for para ser feliz que seja o tempo inteiro
Não espere cair para lembrar-se deste conselho
Ou envelhecer para respeitar os maia velhos
Ser homem eu acho que é ser menino
Firmar a vontade na verdade com um espírito genuíno

Quando sonho
Sonho sem me envergonhar
De sorrir para quem
Se esqueceu de sonhar