Coleção pessoal de fannycrm

41 - 60 do total de 111 pensamentos na coleção de fannycrm

Será que existe burrice maior do que saber todas as respostas? E sabedoria maior que a sabedoria de se deixar enganar?

Era como se estivesse tua imagem estampada em tudo que vejo. E aquela presença permanente no meu pensamento me fez percorrer a extenuante e perigosa trilha que me leva de encontro a ti.

Será que existe algo mais emocional do que optar por ser racional, por medo de errar novamente?

Lá estava eu, do alto dos meus vintesseis, perdendo totalmente o controle, de novo.

O sentimento que eu pulverizo em forma de palavra escrita abre espaço no meu peito para o que é novo. Me pego falando sozinho, perguntando pra mim mesmo até quando eu consigo sustentar por debaixo da minha cara sisuda o sorriso que me rasga a face de fora a fora. Talvez se eu te mostrasse tudo, tu passaria por cima de mais umas convicções. O caminho é agridoce, e começa debaixo desses lençóis dos quais a gente hesita tanto em sair.

Cabe a mim administrar na cabeça a responsabilidade de ter todas as fichas apostadas, sempre. Cabe a ti pegar na minha mão e jogar os dados.

Eu tenho minhas convicções. Tinha. Quanto mais a vida avança, mais eu vou me acostumando a conjugar tudo no pretérito. É assim que te conjugo hoje. Olhar pra trás e ver-se contrariando todas as convicções que pareciam gravadas em pedra pode ser dolorido. E é, como em todas as vezes que assumimos nossos próprios erros. Eu tô passando por cima de muitas convicções, aqui. Eu tô quebrando uma porção de promessas infantis, também.

A circunstância é outra, a pessoa é outra, e até o próprio sentimento assume diferentes formas. Mas ele me estufa o tórax com tal força que eu me sinto impelido a cuspir tudo fora, sem foco ou direção.

Se tivéssemos realmente sido felizes no processo, jamais teríamos mudado. Então a gente muda. Mas o problema é que a gente muda sentindo medo demais. A gente navega perto da costa, esquecendo-se de que poderia ser bom perder o horizonte, seguir a vontade da corrente e atracar na próxima ilha. Por mais que ela demore a surgir no infinito, ela é nova, e a gente chegou lá sem bússola.

É tão comum a gente se apegar ao passado e viver numa réplica dele, na ilusão de que estamos andando pra frente

Somos meros neurônios de um corpo imensamente maior, esperando por uma faísca que nos conecte. Afirmo que estamos sempre, mesmo que imperceptivelmente, procurando conexões.

A vida ensina, a gente aprende. No entanto, isso não quer dizer que não devamos, às vezes, desobedecer as leis que nós mesmos criamos. Cansei de lutar contra mim mesmo, pois já me cobrem o corpo feridas em diferentes fases de cicatrização. Aqui estou, pronto para me aplicar com mais algumas doses cavalares de você, se assim me permitir. E eu já não mais vivo sem essa morfina que eu batizei com o teu nome, há alguns meses atrás.

Eu sempre volto, mesmo quando a minha autoestima implora para que eu espere por um sinal teu. Teus sinais foram dados; nós é que falamos línguas diferentes, quando o assunto é sentir e expressar.

Eu poderia dizer que fui acometido por uma abstinência de sensações às quais já estava acostumado. É o que você sempre diz, mas eu ainda não me acostumei a você.

Você grita para si mesmo com tanta força essa mentira, que acaba por não ouvir o peito clamando por um segundo de atenção.

Quando lutamos contra nós mesmos, somos os únicos a colecionar feridas.

As piores verdades são aquelas que parecem mentira.
As piores mentiras são aquelas que parecem verdade.

As verdades mudam, e as tuas o fazem numa velocidade que acredito que ninguém seja capaz de acompanhar.

Me corrói as entranhas cogitar a hipótese de que talvez jamais tenha, de fato, existido aquilo que tenho procurado.

Viver o romance é estar em apuros.
Estou vivendo, e não quero ser salvo.