Coleção pessoal de AlvaroAzevedo

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Porque eu teria medo da sombra? Se nela não vejo nada? Tenho medo da luz! Que deixa-me ver, e me deixa ser visto!

Pois bem! Sou como um menino, sentado à beira de um rio, com algumas pedras na mão.
Volto ao tempo de incerteza, de raiva, de medo… Volto a ser aquele que lança as pedras! E me perco do que as recolhe…

O homem se prende pelo medo de estar preso, e se liberta, pela vontade de estar livre...

O rio não sente dor! O rio não sente nada… apenas segue! E com ele prossegue, tudo aquilo que nele se encontra…

Pois bem! Sou como um menino, sentado à beira de um rio, com algumas pedras na mão.
Volto ao tempo de incerteza, de raiva, de medo… Volto a ser aquele que lança as pedras! E me perco do que as recolhe…
Mas o rio não sente dor! O rio não sente nada… apenas segue! E com ele prossegue, tudo aquilo que nele se encontra…
E esse menino indeciso, jogando suas pedras no rio,chateado, fraquejado. Embora ainda não ciente, do momento vivido. Não se importa com o que há de vir…
Apenas peleja em sua mente, a trajetória da pedra, e onde irá cair.
Apenas no momento se encontra e nele se perde...
Livre de razão, do fato predestinado. Livre por escolha… escolha de momento.
Mas as pedras se acabam, e no fundo do rio elas ficam.
E como todo menino, as descarto! E procuro outras no chão… no fim me canso, e o dia termina. Só me vem a lembrança e o remorso. O momento se foi… outro virá?
Talvez! Mas, como adulto novamente, não quero esse novo momento! Só quero resgatar aquele breve tormento, que joguei na razão… mas agora já foi, e no mais se foi...

Quanto mais ando, e menos ensaio, percebo quantos procuram a tal “liberdade”.
Outros são ousados! Estão sempre agindo em função de seus sonhos, na eterna busca por “felicidade”.
Porém, não vêem, é que o que os faz felizes ou livres, não é o objetivo alcançado, nem almeja-lo! É simplesmente dizer a si mesmo, “Agora sim!”
Somente agora posso ser feliz, e somente agora posso ser livre!
Pobre daquele que quando acha que é feliz, percebe que tudo que fez por vontade, não bastava de caprichos da sua mente. E que, apenas estava em demasia extasiado!
No mais, com o passar do tempo, sua “felicidade” se vai… e novamente, o homem se prende a buscar, o que ele mesmo mandou ir...

O pensador, que pensava sem saber, de repente reparou em seu pensamento. Olhou para dentro de si mesmo, e pela primeira vez refletiu sobre o que pensou…
Agora, pensará todas as manhãs! E um dia irá relembrar, como foi o seu primeiro ato de pensar...

Salve Bandeira


Não faço versos, e nem mais choro… não há mais desalento, nem desencanto…

Meu livro já não se abre... Não há motivos!
Somente prantos…

O verso secou! O sangue coagulou, a volúpia se extinguiu, o remorso ficou…

Me resta apenas poeira! Não me doem mais as veias… não sinto a amargura do coração…

Nestes últimos versos silenciosos, até a própria angústia se foi…

Sobra-me apenas, o tal acre sabor, o cheiro da terra, e o traje a rigor...

Relevância é relativa... O que é irrelevante para um, é relevante para outro. Até mesmo um tijolo feito de pedra tem sua relevância, quando reunido formando uma construção. Tudo depende da situação e de quem vê...

Pensando em meio a lógica presente, procurando motivos, me deparo com um raciocínio interessante: O ser humano prende-se por medo de estar preso, e liberta-se pela vontade de estar livre! Não há correntes, grades ou trancas... Somente o homem, refletindo sobre si mesmo, o problema que o próprio criou, e que somente ele, pode extinguir...

Em suma, todo poeta, que faz da palavra um sentido, é um filósofo! E todo filósofo, que faz do sentido a palavra, é um poeta...

Moda do caos


Propícias são
as situações fatais...

Indefinidas são
as respostas de tais...

Irreversíveis são
os danos gerais...

Indestrutíveis são
os que se dizem reais...

O que entristece aquele que se diz sábio, é que conhecimento nenhum o tornará de fato sábio... Apenas a noção de que a sabedoria que procura, não se alcança! Quando houver a certeza de não saber de nada, ai então, você será sábio.

A maior fraqueza do homem, é enaltecer o próximo, ignorando a si mesmo...

Um soneto preciso


Um soneto só, um soneto somente
Uma frase, um verso, uma vertente...
Delirante regozijo, um solene
sorriso!
Entres aspas, dois pontos e um improviso.

Porém, pobre soneto… ainda indeciso!
Mergulhado em sua métrica indiferente...
Sufocado pela fôrma em sua mente!
Mesmo assim fluindo! Se fazendo conciso!

Distribuí seus versos enfileiradamente!
Cataloga cada um, como uma forma de aviso...
Que a rima e o sentido, não são uma corrente!

Disfarça as palavras, faz-se incisivo..
Do disfarce, o último verso chega finalmente!
E com ele o fim do sentido! Um Soneto preciso...

Novamente não sei responder… Mas se está, nem sempre esteve! E nem sempre estará! Se veio, então também irá! E sendo assim, eu como ser físico, não sei se de fato sou! E em essência de ser? talvez… Talvez eu seja em essência... Mas se eu for, então sempre fui e sempre serei! Logo, torno-me criador, e criatura…

Até logo

Sonolento, poeta? Deixe fluir! Deixe ir embora! que fuja... Que se vá em busca da frase, e que se volte com o verso!

E a folha poeta? Onde foi parar? Onde está escrito teu poema? E onde estão tuas poesias?

Cadê o teu lápis? cadê tua borracha? cadê teu entusiasmo?
Para onde foi tua sede?

Tua fonte secou? Bebeste do veneno que criaste? Não culpo a letra, nem o compasso… culpo o descaso!

Deixaste atingir-te pelo que tanto descreveste em fuga... Levanta! Faz-se presente novamente! Ergue tua mão, e monta da escrita tua corrente, tua alma...

Não se esqueças quem tu és! Não se valha de um pobre moribundo… apesar de tal, ser um retrato de teus contos oriundos.

Não é porque caíste em mera desgraça, que dela deva fazer teu fardo!

Tira-se do imundo o intuito, e do passageiro a direção! Ainda te lembras como se faz? Montas de novo em tua montaria!

E dela redija novamente o teu caminho. Desistir poeta? Para que? E por que? Sonolento ainda poeta? Que pena...

Você pra mim é como o tempo...
Indescritível, inexplicável e indispensável!

Cada texto em suma, é como um diamante bruto! Não vale muito mais que uma pedra... Porém, quanto mais lapidado, moldado e refinado, mais valioso e com mais esplendor se forma.

É triste dizer que o nada não é nada, além do nada que há de ser...