Luiselza Pinto
“Não há caminho certo ou errado; existem apenas atos certos ou errados e fatos (in)oportunos no caminho de cada um."
“Não acredito na eficiência permanente das imposições ádvenas. Estas são quais ondas que, embora tenham muita força, vivem e morrem ao sabor dos ventos.”
“Os que não temem a morte são aqueles que (con)viveram com coisas, pessoas ou situações muito mais (im)profícuas do que a suposta idéia do ato – não fato – de morrer.”
“Para alguém ser capaz de, com serenidade e firmeza, ouvir tudo, de qualquer pessoa, necessário se faz primeiro aprender a escutar todas as coisas, de si mesmo.”
“Nenhuma afinidade nasce por decreto e isto é maravilhoso. Mas, diante da impossibilidade de escolha, emerge uma encolha (em potencial) ou um sempre teste de firmeza.”
“Muito ricos e felizes os que podem recordar a inevitável ausência da sensibilidade outrora vivida; pouco existe de mais doloroso do que a frieza e mais inútil do que as lágrimas advindas no nada que se colocou absoluto no lugar onde deveria haver (quase) tudo.”
“Aquilo que se baseia no medo ou preconceito não é uma escolha firme; é uma encolha infusionada pelo erro ou ilusão.”
“Existe uma imensa diferença entre fuga e superação e ninguém se torna verdadeiramente firme se foge, pois há um hiato muito grande no meio do existir em se havendo evadido e o viver se tendo suplantado.”
Há tempos atrás alguém me disse que sentia muita falta de A, B, C e etc. Percebendo que xx mal se escutava, tamanha a sua angústia, respondi-lhe brevemente, a fim de que, ao menos algumas poucas palavras lhe devolvessem um mínimo de calma. Falei-lhe que aquilo era apenas um momento e que tudo melhoraria. Pudesse ver xx novamente, dir-lhe-ia que ninguém constrói castelos no ar ou sobre a areia movediça. E que, por mais doloroso que seja e quando não há alternativas, melhor do que se agarrar a falsas presenças é agradecer pelas ausências sinceras. Nem sei se me entenderia, mas lhe lembro os olhos e o olhar, jovens represados não a pedidos. E represas humanas entre imberbes limites sociais é um dos principais ingredientes para geografias e histórias onde as pessoas são muito mais julgadas do que os seus próprios atos; talvez fatos...
Algumas pessoas dariam o restante das próprias vidas para ter os mesmos medos que amedrontam todas as demais. Mas, nem sempre é a biologia do organismo que trai o ser humano; em alguns casos extremos, e não muito comuns, a injeção no olho, sem anestesia, vem antes do próprio nascer.
Eu gostaria muito de dialogar com algumas pessoas que já se foram no espaço tempo; mas, em não sendo isto possível, monologo com a lembrança que tenho delas.
Aquilo que não digerimos faz, através da nossa capacidade de optar e ainda que por pouco tempo, parte de nós.
Não defendo a obrigatoriedade de qualquer mudança em mim; sugiro-me apenas a necessidade de novo(s) ponto(s) de vista.
É a fusão do hidrogênio em hélio que libera a energia do astro-rei e propicia a existência da vida na terra. E, enquanto mergulha no seu espaço-tempo, o sol possibilita o (re)nascer de tudo o mais.
Quanto menos intermediários desnecessários houver entre uma decisão e a sua execução, mais próximos estarão a vontade surgida e a pretensão realizada.
Não somos traídos pelo número reduzido de sentidos que temos; somos instigados, pelos poucos sentidos que temos, a utilizá-los melhor.
Deste mar que estamos as águas, somos o mais próximo de entender um pouco além sobre o que é navegar.
Aquilo que somente agora reúno todas as condições de ter, jamais me pertencerá. Se outrora as minhas mãos não puderam segurar as águas, agora elas não desejam. Para sensações que não se devem mais, resta um singular trançado de duplo adeus: A impossibilidade seguida do não querer.
Nunca teremos todas as respostas, pois jamais saberemos fazer todas as perguntas. É como se, a nível mental, também viajássemos numa seleção que lembra algo da genética. Faz parte do caminhar esse caminho tão (in)esperado... São as lacunas, e suas diferenças de pressão, que permitem que o ar circule e possibilitam o (re)nascer do vôo.
Uma das maiores fraquezas de alguém é não compartilhar as experiências obtidas com aquilo que se foi forçado a aprender.
Pensar em algumas coisas e pessoas seria o equivalente a não pensar em nada, não fosse o nada um campo onde podem – ainda que não se deva e apenas em pensamento – ser plantadas infinitas possibilidades.