Textos sobre infância que encantam todas as idades

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Nasci, cresci, tive uma infância turbulenta demais, com sonhos a menos e responsabilidades demais, confundi o amor com uma falsa paz, tentei fugir do mundo e me esconder debaixo das asas de um homem.
Mas não me ensinaram que o amor é mentiroso,alias não me ensinaram o que é o amor...............
Sem ter ombros pra chorar me fortaleci, sem ter pessoas pra desabafar me calei, sem ter uma mão para segurar as amarrei, sem ter alguém para sorri me fechei.........
Esqueceram de ensinar que a vida poderia ser maravilhosa, que nunca esperei nada dela......
Eesqueci de mim, pois, o mundo não ensinou que para ser feliz bastava poucas coisas..............
Nem me lembro de quando foi o primeiro dia que sorri, e nem o primeiro dia em que amei um homem de verdade, pois na vontade de ser uma boa mãe e ensinar tudo isso a meus filhos, novamente esqueci de algo.....
Ensinar a mim mesma a ser feliz.......................

Inserida por carlaabic

Sonhos


É como a infância...
feliz e desprovida.
Inerte, inercia
Como um pássaro,
Livre...
Descompromisso com omundo
compromisso com riso.
Alegria de ver um amigo, risos
Sol, chuva, ventos, sorrisos.
Infinito ser
Não pensa;
Brinca.
Semblantes do entardecer
Sonhos...
Risos...
Vida...
Brincadeiras...
Sorrisos...
Sonhos...Sonhos
Rios de risos por fim!!!!!!!!!!!!!!!!!!

Inserida por MiltonPassos

Nas grimpas

A minha desatenção justificada acompanha-me desde a infância, lembro-me das férias prolongadas do final do ano, onde ia visitar meus tios no interior. Andar de ônibus era coisa rara e entretida na paisagem, não me dava conta do tempo passar.

Ecoam vozes no sitio da infância, o frescor das matas, o barulho das águas, o pó da estrada, fazendo companhia das charretes, carregando gente. Costeando as plantações de soja, milho e trigo. O que dividia as propriedades eram as cercas farpadas, onde atravessávamos sem muito esforço.

Sob as inúmeras recomendações da mãe, os cuidados para não me estender no sol, na grama e na vida. Pedia licença até para respirar o ar puro. Por lá me aventurava nas singelas brincadeiras, sentávamos em uma reforçada tábua de madeira e empurrados descíamos potreiro abaixo.

Colhíamos as frutas das grimpas, pitangas, amoras pretas e ameixas. Sentada na sombra do Plátano, ao longe avistava o Rio Uruguai, o pensamento atravessava a fronteira de caíco, remava contra o tempo.

Atentamente observava a lida, a terra talhada em frisos, às sementes lançadas e após alguns dias germinadas. A horta cuidada por mãos zelosas, no ar o cheiro de hortelã. Na frente das casas jardins coloridos com dálias, gérberas e margaridas.

O dialeto diferenciado do povoado me intrigava. Algumas palavras a minha imaginação completava. Há lenha de reserva, enquanto as brasas queimavam, as histórias folheavam páginas ao pé do fogão. Ainda guardo no paladar os sabores da infância. O bule de leite e café fervia e perfumava o lugar, a mesa posta com pão de milho e geléia natural.

No território da alma, o tempo lavrou, adubou a terra, germinou flores de rara beleza, onde perfumam os meus silêncios até o momento...

Inserida por aguidahettwer

Infancia Feliz

Às vezes proponho-me a mim mesmo, no meio de longas conversas de angustia e depressão que eu tenho com a minha consciência, escrever textos que tenham o brilho de um sorriso, que tenham o calor de um abraço! Aquele texto que nos dê a sensação de uma festa que a nossa mãe nos dava quando nos magoávamos na
Brincadeira.

Acho que a inspiração teria de surgir do meu tempo de menino, quando corria atrás de bichos-de-conta, e fazia estradas para as formigas, tive a oportunidade de passar a minha infância numa vivenda, mesmo que nos arredores da grande metrópole, Lisboa, mesmo assim tinha acesso àqueles momentos lindos que me marcaram na infância e nunca os vou apagar da memória, como o cheiro a terra, o cheira da erva molhada quando chovia as ameixeiras em flor! E as brincadeiras que daí advinham como roubar figos, brincar à agricultura, subir arvores.

Agora que penso, lembro-me de tantas brincadeiras que eram feitas na companhia da solidão, acho que devo ao facto de ser filho único a minha criatividade, aprender a brincar sozinho, fazer o bom e o mau, jogar para uma equipa vencer e outra perder, isso molda a personalidade de uma pessoa, cria sonhos, cria carências!

Mas é no tempo de menino, que mais sonhamos que mais ingênuos somos, que mais nos rimos, rimos de bem-estar, de um abraço dos pais, de um arroz-doce da avó, dos desenhos animados! Aqueles que todos acordavam bem cedo para i-los ver, quem não se lembra de ficar à espera que a televisão começasse a emitir para ver os desenhos animados, com aquele fundo preto com umas listas coloridas à frente? Depois tocava a musica da que todos sabíamos de cor, e começava uma autentica maratona de boa disposição e grandes lições para a vida! Ao falar de séries televisivas e da minha meninice, lembro-me da rua sésamo, o tanto que eu tenho a agradecer ao conde de contar, de longe o meu preferido, e as musicas como a: eu gosto de sopa...

Ter sido uma criança foi uma das melhores coisas que me aconteceu na vida.

Assim pinto um quadro com cheiro a caramelo, e tons de um amarelo forte, igual ao sol que brilha lá fora, no pátio onde eu fui astronauta e mosqueteiro do rei, onde tudo era possível, e o bem vencia sempre.

Inserida por lucasroschel

Na infância, os olhos límpidos
vêem o mundo claramente
sem a catarata do tempo.

A fé no visto e no sonho.

A vida maior que a morte.

O corpo livre do peso
do vivido e não vivido,
do perdido e do não gasto.

Na velhice, os olhos turvos,
a opacidade do mundo,
a fé no que não se vê,
a morte maior que a vida,
recordações (e não sonhos),
algumas já desbotadas
ou outras reinventadas,
e as sensações prazerosas,
que o corpo já esqueceu.

Inserida por rosaborges

Buscar sempre

Vivo uma busca constante,
Busca de coisas simples,
Como a infância que se perdeu,
Por não ter tempo de brincar,
Por ter que trabalhar,
Busca de um pai,
Que sumiu para nunca mais voltar.
Sempre me pergunto:
Mas por que ele se foi?
Busca de um sorriso,
De alguém amigo,
Que me trate como menina,
Pois menina é isto mesma que sou!
Busca do amor impossível,
Da felicidade que eu sei que existe,
Do beijo dado com amor,
Do abraço apertado, num dia de frio ou calor.
Não vou desistir jamais,
Pois na vida terei sempre que busca,
Se quiser algo de verdade conquistar.

Inserida por Rocabe

Não tenho muitas lembranças da minha infância,na verdade acho que comecei a viver agora. Não que tenha sido ruim, mas talvez porque eu não tinha a mínima idéia do que era viver. Hoje eu sei o que é chorar, sofrer, lutar,vencer... Mas ainda estou tentando descobrir o que é sorrir.
As vezes mostrando um sorriso por fora, e por dentro sabendo bem chorar. As vezes chorando de rir , mas não rindo por chorar.
Eu quero sorrir... Saber sorrir mesmo quando nada estiver bem ,pois é ai que as coisas começam a mudar.... SORRINDO!
Sorrir como quando criança, quando assopravam em meus olhos, ou quando me sacudiam sem parar.
A mais bela arte de viver, de todos os momentos, mesmo quando indesejado...
Um sorriso pode mudar uma vida.

Inserida por viviialmeida

Em uma bagunça está minha vida


Lembro-me de minha infância
Naquele tempo em que tudo era simples
Não havia problemas, e hoje...
Em uma “bagunça” está minha vida.

Nos tempos de criança
Onde a “fantasia” reinava
Não havia espaço para problemas, e hoje...
Em uma “bagunça” está minha vida.

Até “alguns dias atrás” era uma criança
E agora essa criança cresceu
Com a maturidade veio os problemas, e hoje...
Em uma “bagunça” está minha vida.

Não sou mais criança e nem sou uma mulher
Sinto-me perdida e confusa
Não queria, mas tenho que dizer
Em uma “bagunça” está minha vida.

Ah! Se eu pudesse parar o tempo
Talvez conseguisse encontrar-me, por que...
Em uma “bagunça” está minha vida.

Inserida por Jhennifer123

Rádio Recordar


Tenho saudades...
Dos tempos que não voltam mais.
Nostalgias da minha infância,
Momentos simples, triviais.

Andar de bicicleta de madrugada
Não te oferecia tanto perigo.
O Rock era ideológico.
As pessoas tinham mais amigos.

Tubaína por cinquenta centavos,
Sodinha por vinte e cinco.
Roupas coloridas só no Carnaval,
E os meninos não usavam brinco.

Celular, tinha só a função telefônica,
E pra distrair, o jogo da cobrinha.
As crianças praticavam mais esportes,
E colecionavam figurinhas.

Orkut suportava doze fotos
E era só para convidado.
Não possuia jogos em Flash,
E não tinha álbum "tudojunto&misturado".

Tenhos saudades...
Lembranças conseguem me entreter,
Lembranças estão por toda parte,
Pois recordar é viver.

Inserida por guiserafim

Uma época da minha infância dizia que queria ser veterinária, depois de um tempo sonhava em ser a garota do tempo
Agora cá estou eu querendo ser mais alguma coisa que não sou. Ah, hoje em dia não sou nem veterinária e nem a garota do tempo.
Quem eu sou? Talvez eu porderia responder-lhe essa essa pergunta, mas não acho bom falar sobre mim.
Poderemos falar sobre o tempo, que tal?

Inserida por isabelamagda

Saudades da Infância


Hoje eu vi uma criança, ela pulava, brincava, cantava pela grama,
Mostrava-se livre, escorregava pela relva, não fazia drama,
Chutava a bola, escondia-se entre as arvores, jogava dama.

Contemplava este momento, que rápido passa, assim como o vento.
Lambuzava-se com um delicioso sorvete de chocolate,
Fazia suas brincadeiras, com tamanha graça que parecia arte.

Com seus amigos brincava de boneca e pulavam corda,
Com suas simples vestes, não se preocupavam com a moda,
Dentre toda esta diversão ainda tinha tempo para brincar de roda.

Vejo-me correndo no cotidiano, a infância já se foi faz muitos anos,
Estudar, trabalhar, casar, ser feliz era alguns dos meus planos.
Guardo belas lembranças, que me dá uma grande saudade da infância

Inserida por nivajoaquim

Hoje vivo como vivia na minha infância
Feliz sem preocupação alguma
Não queria que fosse assim
Mas talvez se não fosse desse modo
Eu não veria que eu posso viver
Da forma que eu sonho e desejo

Tenho uma única ambição
A de ser feliz por completo
Hoje posso dizer que estou a caminho
De meu objetivo
Posso estar sempre de bolsos vazios
Mas nunca deixei de fazer algo por isso
Posso sempre estar a procura de algo novo
Às vezes o algo novo eu encontro
Mas ele não me encontra

Não me desespero
Sei que tudo há seu tempo
E nem que for semana que vem, mês que vem, final do ano
Eu sei que algo de novo me acontecerá
Sei que eu serei encontrado
Não sou escravo desse desejo
E sim o desejo em meu escravo

Eu faço de cada dia um novo começo
Ou um novo recomeço,
Sei que paciência é a única virtude, que devo levar comigo onde eu for
Sei que as grandes descobertas foram feitas
Por homens cansados que persistiram

A vida só faz feliz quem a vive feliz
Seguindo em frente eu vou a procura de felicidade
Para que a vida possa me fazer feliz.
Sou alguém que não deseja muito
Sou alguém que quer apenas ter o suficiente
Cheguei a essa conclusão simplesmente por não ter.

Valorizo como um tesouro de um rei
Aquilo que poucos tem
Por isso aqueles que me rodeiam se sentem como um jóia real
Anjos também me rodeiam
E como os outros eles se sentem como uma jóia
Mas dessa vez como um jóia angelical

Inserida por Johnygarcia

Infância

Sinto falta de tudo quando voltou
E nada partiu,
As cores eram puras
E bem vivas,

Nada chegou a ser o que era
Ouvi o som grunhido de um vagalume triste
Ja se pode saber
Quando tudo pode voltar?

Estrelas podres caem sem luz
Embalo, embalo, embalo.
E o fim do arco íris
O começo é apenas sonhar.

Sinto falta de quando tudo nasceu
E nada ficou,
Imagens eram luzes
Quando tudo pode voltar?

Inserida por spjd

SER AMIGO
Amigo
Que é ser amigo?
Temos amigos de infância,
Amigos que vamos conhecendo ao longo da vida,
Amigos recentes,
Amigos de longa data,
Amigos que vemos todos os dias,
Amigos que raramente vemos,
Mas acima de tudo é bom
Ser amigo,
Ter amigos.
Depois há aqueles amigos especiais,
Aqueles com quem contamos para tudo,
São nossos confidentes,
São nosso ombro amigo,
Sorrimos com eles,
Choramos com eles,
Estão sempre lá,
São esses os verdadeiros amigos.
E quando pensamos ter alguém assim tão amigo,
E que quando mais precisamos não está?
Será um verdadeiro amigo?
Nunca se sentiram assim?
Não corresponder a uma verdadeira amizade?
Quando essa pessoa mais precisa de nós
Não estamos,
Não a compreendemos,
Não a ajudamos,
Não a apoiamos,
Será isso ser amigo?

Inserida por zb007

Pense num dia com gosto de infância
Sem muita importância procure lembrar
Você por certo vai sentir saudades
Fechando os olhos verá
Doces meninas dançando ao luar
Outras canções de amor
Mil violinos e um cheiro de flores no ar

Você ainda pode sonhar
Você ainda pode sonhar
Você ainda pode sonhar

Feche seus olhos bem profundamente
Não queira acordar procure dormir
Faça uma força você não está velho demais
Prá voltar e sorrir
Passe voando por cima do mar
Para a ilha rever
Vá saltitando sorrindo a todos que vê

Você ainda pode sonhar

Inserida por carinesb

Certa vez numa dessas manhãs sem sal de domingo me deparei nostálgico.Lembrei da minha infancia, sem cor nem muitos amigos.O menino franzino, digno de pena no maximo.Sempre tentado chamar a atenção de alguém que chamase a atenção.Sei lá.Acho que talvez seja essas coisas bobas que crianças criam no seu mundo de fantasias.Dai eu cresci, pelo menos fisicamente, porem a essencia ainda continuava a velha criança boba que insiste em atuar como o centro de sua utópia.Uns dizem que coisa da astrologia ou dizem que sou meio bipolar, outras dizem que sou maluco, outras. são meus fiéis seguidores que isistem em manter de pé o rotulo de 'Digno de pena'.Coitado pensam eles.Eu apenas me considero um menino perdido no deserto, cercado de miragens e sonhos.Um menino feito de lendas, mitos, e carde...

em A Carta de Dionisio

Inserida por MagaiverW

Amigos.. Tem os de perto, os de longe, os de infância, os da rua, da igreja, da escola, os virtuais, os que você nem sabe de onde veio ou como conheceu, entre outros.
Mas não importa de onde vieram ou como o conhecemos, o importante mesmo é o bem que eles nos fazem, é poder ver o presente mais valioso que temos que é a amizade!
Ser amigo é compartilhar momentos únicos, quer sejam eles especiais ou simplesmente fúteis, mas que independente disso é vivido junto; com intensidade!

Inserida por IsabelaVital

MARIA DE MINHA INFÂNCIA

Interessante e misteriosa é essa vida,
mesmo distante do útero,
mesmo cortado o cordão umbilical,
o filho continua ligado à mãe,
sentindo a mãe,
se agradando com ela
e a ela
como se tudo tivesse ligado biologicamente.
É interessante quando nosso consciente nos conduz às loucuras
e muitas vezes o nosso inconsciente
se torna a razão,
que mesmo sem perceber nos leva ao passado
e em muito do passado
nos faz redescobrir o verdadeiro amor
e novamente encontrar o riso da felicidade.
Nossa,
não entendo as loucuras da vida
mas a amo,
vivo
e experiencio.
É incrível
como mesmo distante da mãe
eu continuo ligado a ela
e desse modo
descubro
que o amor
acontece
mesmo quando não desejamos,
que adormece mesmo quando queremos que morra
e acorda quando menos esperamos,
em atos pequenos
mas significativos
e cheio de mistério.
Mais uma vez me espanto
como sendo outro
continuo a achar na beleza da vida
que eu e a mãe somos um

Inserida por PadreEdinilson

Desde a minha infância apresentaram-me Alguém. Diziam-me que este Aguém tinha uma amor muito grande por mim, disseram que era maior do que o amor que os meus pais possuiam pela minha vida. Relataram-me que um dia Ele se entregou por mim, que Ele morreu em meu lugar para que eu fosse livre e tivesse vida. Contaram-me que esta Pessoa estava comigo em todo o tempo, que Ele conhecia o meu coração, que Ele via as minhas lágrimas e que Ele podia me ver em qualquer lugar, até mesmo nas profundezas do mar ou no mais alto monte.
Entretanto houve um dia em que já não era mais criança, meu grau de entendimento tinha aumentado e, então, pude compreender coisas que antes não entendia. A vida começou a fazer sentido e eu comecei a entender e conhecer aquele Alguém que tinham me apresentado. Conhcê-lo foi como tirar uma venda de meus olhos; como se eu não tivesse uma visão apurada. Eu apenas tinha escutado falar dEle, mas daquele dia em diante eu O conheci verdadeiramente. E eu O amei! Amei porque Ele me amou primeiro.

Inserida por IsabelaVital

Carnaval.

Não lembro, a não ser pelas fotos, como foram meus carnavais na infância em São Paulo na Rua Pamplona, nem no Clube Palmeiras onde me levaram e tinha também o corso pela Avenida Atlântica em Santos onde meu pai tirava as portas traseiras do Chevrolet 1.956 para que pudéssemos entrar e sair rapidamente quando o cordão andava.
Lembro pelas fotos, mas vejo que não adiantou ter sido fantasiado de Zorro, Arlequim ou de Superman porque meus heróis sempre foram e são mais reais, mais pé no chão, mais gente de verdade.
Na juventude, época dos dezoito aos vinte e poucos anos, ensaiei tímidos passos carnavalescos nos salões, do Tênis Clube de Vera Cruz e mais tarde no de Marília, Sempre empurrado pela molecada para ficar o mais perto possível das garotas de shorts e bustiê, pegar na mão de alguma ou colocar o braço nos seus ombros. Isso era o máximo da ousadia.
Tudo isso era feito meio entorpecido pelo rum com Coca-Cola ou pelo wisky Old Eight que o barman despejava sobre pedras de gelo sujas, arrancadas de barras depositadas no chão de qualquer maneira, como era usual na época. Não raro havia séria revolta estomacal na molecada, até mais de uma vez por noite.
Quando eu tinha meus trinta anos meu espírito carnavalesco esteve ainda mais recolhido na época da festa do povo e houve um tempo que eu justificava dizendo que a minha vida era um verdadeiro Carnaval o ano inteiro.
Nesses dias de Carnaval eu montava na minha Honda Setegalo e depois na Honda Gold Wing 1.000cc e fosse no Itararé em São Vicente ou no Castelinho em Ipanema, meu Carnaval e de muitos motoqueiros era paquerar, colocar uma garota na garupa da moto e “arrastar” para o apê...
Não me lembro de ter ido uma única noite num salão mas há uma lembrança generalizada de grandes noitadas.
Em toda e qualquer época para mim os desfiles das escolas de samba poderiam ser mudos e eu surdo, porque a maioria das letras não passam de um amontoado de palavras que algum inculto recolhe nuns livros e tentam, num arremedo nem sempre harmonioso, contar com suor e purpurina a história feita de com sangue, suor e lágrimas.
Mais ainda, no Carnaval pobres de todo o gênero, gastam boa parte do orçamento numa fantasia tosca, para viver numas poucas horas de euforia e um ano inteiro, como diz a letra do Chico, desengano...

Carnaval, desengano
Deixei a dor em casa me esperando
E brinquei e gritei e fui vestido de rei
Quarta-feira sempre desce o pano
Carnaval, desengano
Essa morena me deixou sonhando
Mão na mão, pé no chão
E hoje nem lembra não
Quarta-feira sempre desce o pano

Esse ano meu Carnaval não vai ser muito diferente dos últimos. Ler um pouco, escrever um pouco e refletir muito porque logo chegará a quarta-feira... e qualquer hora, desce o pano!

Inserida por marinhoguzman