Na branca Izushi
Toris sangram a neve —
Marcas no caminho
A Chuva termina
e a tarde também tem fim —
Flores cintilam
Chego ao templo
pro retiro de verão —
Amigos reunidos
Manhã de neblina —
Ah, o cheiro de palha úmida
paira pela casa
Lanternas acesas
brilham no Bon odori —
Parentes queridos
Vento frio sopra —
Ah, pão no forno compete
com o café fresco
Frente fria chega —
Roupas ainda molhadas
secam no varal
Os ventos do inverno
chegam por baixo da porta —
Esquento o café
As casas cinzas
E correntes frias
Vem mil fitas.
mais um dia
de chuva e solidão
perdido estou
A lua minguante
Piscou por um instante
Se encheu de sol
Chuva começa
Tempestade faz festa
Lama que resta
Breves folhas secas,
maduras, quase a cair —
Caminho do templo
A verdade,
As vezes, dói
Mas sempre constrói!
- A quintessência:
Aonde fui me meter?
Fito o éter...
- Se sapiência,
Flerta com paciência,
É senciência?
Sacio no leito
o pico da sede
no bico do peito.
Cale-te verso!
O musical disperso,
Rima adverso...
- Não, não só de amor,
- Quê se vive o homem...
(Ego ao depor)
Pétalas murchadas
soltas e vagando ao léu
no outono da vida.