Coleção pessoal de VandalismoPoetico

1 - 20 do total de 69 pensamentos na coleção de VandalismoPoetico

Eu sujeito,
Na ausência
De um verbo,
Me sinto tão objeto...

Receita para
Manter essa calma:
Nescau no copo,
Cal na alma.

Cheguei ate aqui,
Para no meio do caminho,
Perceber que nasci
Para seguir sozinho.

Com a bela Caetana
Bom encontro pra você,
Que o galope do sonho
E o riso a cavalo
Me ensinaste a ter.

Que me livrou do peso
De não ter imaginação,
De ser doido e mentiroso
E mesmo assim ter razão.

Me fazendo encontrar
O realista esperançoso
Dentro de mim,
Em paz com o meu
"só sei que nada sei"
E meu "só sei que foi assim."

Peso na pleura,
Crença no zodíaco,
O amor nos da neuras
De careta e cardíaco.

Não sei se é só eu,
Se é só a tarde vazia,
A causa deste hiato
Entre eu e a poesia...

Nem o acorda na guitarra,
Nem o solstício de verão,
Não há Sol que de cabo,
Dessa minha Solidão.

Louvado Seja Deus,
o criador,
Louvado Seja Di cavalcanti,
o pintor,
Louvado Seja Dionisio,
o Baco,
Louvado Seja Donald,
o pato.

Louvado Seja Dorival
Da Bahia, Brasil,
Voz e violão,
Louvado Seja David,
Das aranhas de Marte,
O Ziggy camaleão.

Louvado Seja Diógenes,
Do desprendimento,
Do cinismo, da rua...
Louvado Seja David,
Do muro, do virtuosismo,
Do lado escuro da lua...

Louvado Seja Dante,
o poeta,
Louvado Seja Djavan,
O esteta.
Louvado Seja Diderot,
O pensador,
Louvada Seja Dolores,
Da dor e dos amores.

Louvado Seja Dominguinhos,
Da bossa e do baião,
Louvados Sejam Doors,
As portas da percepção.

Vejo, leio, ouço...
Bebo, sinto, louvo...

Grande feito,
Seria a poesia,
Capaz de tornar
A coexistência
Uma contagiante histeria...

Digo um "salve!"
aos meus dias,
de Gonçalves Dias.

A sete palmos,
No Mineirão,
Enterraram o sonho
De ser campeão...

Tenho dito,
não nego,
ler o mago
Saramago,
sara-me
o ego.

Com a semântica
- sêmen, semente -
Fecundo a sentença,
Ovulada sintaticamente.


com fé,
tenho café.
E que venha
o que vier...

Amor

Do átomo,
o tomo.
O ato,
do abstrato.

"No que você está pensando?"
Maiêutica indagação,
De cunho cartesiano,
Para o pensar popular
Coletivo contemporâneo.

Em leve surto de melancolia,
De breve passagem me vem a nostalgia.
E um tímido e contido sorriso,
Melindroso,
A cada lembrança se abre,
Jocoso.

Amizade é a capacidade
De eternizar o momento.
De parar o tempo,
Em seu pleno movimento.

Da descoberta
A independência,
Do ideológico indício,
A histórica evidência...

Da derrota em casa
Na copa de cinquenta.

Do herói sem caráter,
De Macunaima,
Povo herdeiro
Da baixa auto estima.

Nada mais parecido com um conservador
Do que um ato revolucionário.
Para métricas quantitativas,
Poema didático, texto prosaico.
Deus não dá asas a cobras,
Mas elas sempre conseguem obtê-las,
Todos com as mãos sujas, cada um com sua sujeira.
A alma move meu corpo pela cidade dos anjos caídos,
O êxtase para quem não sabe,
É só um vácuo preenchido.

Categórico,
Faço justiça poética, divina e com as próprias mãos,
Meu pessimismo é de modo grego:
De superação.