Coleção pessoal de TBB

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Para toda a página, eu leio pétalas, inúmeras,
me lembro de flores... O livro se tornou, jardim!

Dançar sempre esteve para muito além de todos os esteriótipos, gêneros e cores, não está no homem ou mulher, gordo, magro, mas em Tudo e em Todos... Dança é a vida, a parte mais sensível dela, que é lida pelo corpo e ouvida pelos olhos atentos de quem a vê/assiste. Dança é permitir-se, é explorar o inexplorado, é gritar sem dizer ao menos uma palavra, é escrever poemas com os movimentos, e é fazer viajar os pensamentos para outra dimensão. É o toque, a sensação, a grandeza da felicidade... esgotar-se de si e não querer parar...
Dança é algo que se torna indizível, onde só buscará uma explicação, quem a dançar...

Há a procura de alguém que não se encontra ao meu lado,
no momento,
visto um pouco da natureza
apanho um espelho
quem eu procuro está pelos meus olhos,
e não só por eles...

Em vezes só passamos a ver o lado avesso dos corpos,
pois o lado original já não nos cativa...

Um desejo por mulher
uma cobiça
são esteriótipos
ou apenas particularidade
são moradas em,
únicas frações de segundo
e até grandes temporadas,
neste corpo receptivo
delicadamente
perpassado por suaves mãos
pelas facetadas regiões dos meus olhos
pela troca de peles.
Mulher... mulheres
singulares em suas amplitudes
são voluptuosas, anti - efêmeras,
emburrecem de amor
cegam-se em paixão
mil, se falando de virtudes
sonhos extensos, inacabáveis.
Com uma mulher
pode-se habitar horizontes
ir do visível ao inimaginável,
certos extremos,
como ouvi por tais dias
na voz rebuscada de um homem
com tom castellano e poético
"cada mujer es un mundo",
pensei poesias infinitas
pois justamente na rebuscada voz
surge toda uma literatura sensível,
no momento faço pausas
agora escuto ao fundo a trilha,
sim é Martinho da Vila
trazendo sua proza,
seu desejo, sua vida por tantas mulheres,
por tantos "mundos" e horizontes habitados...

Meu vínculo com esta terra
é ter a liberdade no meu corpo,
sou mulher,
sou cigana e tal qual dançarina,
dama das Camélias,
Capitu e seus olhos,
sou Anita,
sou a primeira das Elena's do Maneco,
sou mulher que busca sonhos,
dos desejos mais profundos,
a que não tem vergonha de exposição,
na vida tudo vai e volta,
pouca coisa fica,
sou mulher que resolveu não ter filhos
e que é amaldiçoada por essa escolha,
sou a que prefere poetizar os olhos
do que aplaudir a genitália na TV,
pois meu senso de sensualidade
é entre dois corpos...
Sou o que construo da vida,
não o que outras pessoas desejam que eu seja,
ser mulher não significa rebaixar-se,
o mundo nasce de nossos ventres,
e por milhões de anos
parece que ninguém lembra disso,
por isso sou eu e quantas mais mulheres
eu desejar ser!

Há... lembrem de coisas importantes...
lembrem de olhar o sol pela manhã...
lembrem de olhar o céu cinzento se o sol se esconder...
lembrem do bom dia muito agradável de vocês...
lembrem do ar puro, das folhas das árvores...
lembrem de olhar nos olhos, verem eles brilharem...
lembrem do abraço...
lembrem do dia passando...
lembrem do canto dos passarinhos...
lembrem da água, importante para a hidratação do corpo..
lembrem, não esqueçam do corpo, ele é importantíssimo...
lembrem de olhar ao redor, tem muita coisa que passa desapercebida...
lembrem do quanto é confortável o lar, a cama e uma companhia...
lembrem que sentar numa praça e observar o tempo passar, também é...
lembrem dos parentes...
lembrem que as horas voam...
lembrem então de aproveitar os segundos...
lembrem de se alongar durante o trabalho...
lembrem que o corpo fala e ele também precisa de atenção...
lembrem que nem tudo é azedo, podemos escolher doces aromas da vida...
lembrem que tudo são escolhas...
lembrem também que fazer escolhas não é ruim...
lembrem que a vida é passageira, por isso cada dia é eterno...
lembrem de si e do outro...
lembrem dos filhos, netos e bisnetos, eles lembraram de vocês...
lembrem também de amar...
lembrem de beijar...
lembrem de se tocar...
mas lembrem...nunca esqueçam de lembrar!

Consigo ver em teus olhos
uma inexistência das minhas próprias certezas,
mas ainda sim quero continuar
olhando -te
admirando-te
acariciando-te...

Vejo por tais linhas
inquietudes advindas,
tempos de outrora
a textura das páginas,
ásperas, porosas,
cansadas do tempo,
escondem histórias,
abrigam mistérios,
despertam curiosidades
dos olhos que as fitam..

E dizer que sentir...
a àgua pousar no corpo
delicadamente,
é como se acariciasse
deixando desenhos em toda a pele,
se aproxima do toque das mãos,
ou até mesmo dos olhos,
que por mais distante que esteja
irá aflorar o desejo...
A àgua toca e se espalha,
cobre todo o corpo
deixando seus rastros,
e mesmo que a seque
já terá penetrado
todos os lugares das suas marcas...

Me deu vontade de ter esta sensação,
em que nada tem bloqueios,
e limitar-se é inexistente!

Me perco em poesia,
me perco nas ruas
entre as pessoas
as folhas que me cobrem
o vento que me tapa de ansiedade
é o tempo que passa
depressa
apressa
aperta..

Escrevi poesias nas tuas cartas de amor, construí um livro, onde você é a personagem principal... Exclamada de paixão pela autora poetiza!

E que belas palavras foram, misturar as nossas essências, dançadas..

A Dança/ Soneto XVII

Não te amo como se fosses rosa de sal, topázio
ou flecha de cravos que propagam o fogo:
amo-te como se amam certas coisas obscuras,
secretamente, entre a sombra e a alma.

Te amo como a planta que não floresce e leva
dentro de si, oculta a luz daquelas flores,
e graças a teu amor vive escuro em meu corpo
o apertado aroma que ascendeu da terra.

Te amo sem saber como, nem quando, nem onde,
te amo diretamente sem problemas nem orgulho:
assim te amo porque não sei amar de outra maneira,

senão assim deste modo em que não sou nem és
tão perto que tua mão sobre meu peito é minha
tão perto que se fecham teus olhos com meu sonho.

VIDA Liquida

O que é da tua alma senão água!
Os fluídos do teu corpo, o teu sangue!
O que te corre, o que te escorre, o que tu excretas...
A tua saliva, as tuas falas bem ditas...
O teu suor, o teu pensamento...
A tua urina, o teu amor em ruína;
A digestão das tuas células...

E mais! As tuas lágrimas;
A tua perene inexatidão!
O que banha a tua carne
O que te estremece...
Ainda que tu te aches de pé
O que há em ti nada, Nada!
A VIDA Liquida!

Condensas e precipitas
Vais de mar a mar
No pó da tua ferida
Teus dias roem noites de ferro
Tuas luas, desventuradas meninas
Se desencarnas a rosa rubra
É como bruma que te vêem pela janela!

Uma mulher bonita não é aquela de quem se elogiam as pernas ou os braços, mas aquela cuja inteira aparência é de tal beleza que não deixa possibilidades para admirar as partes isoladas.

Se é um mistério claro, declarado,
um véu que cobre
o que ela tem de mais profundo,
sua pele...
O real poder da mulher é força que não se entende, se sente, é luz acesa em seu íntimo e revela-se transparente!

Em um meio sem fins
somente de começos,
uma totalidade esplendida
de flores, cores, amanheceres.
Já era amor.

Elevar pelas escadas
caminhos a fio
dei-te de presente
me acompanhar
te olho aos cantos
dos teus próprios olhos
pego sua mão
vamos poetizar.