Coleção pessoal de alfredo_bochi_brum

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⁠TINO GRATO
Do que era um fino tato
Não há mais nem contato
Melhor pagar o pato
Não sendo um insensato
Assim me fui ao mato
Pra não virar um trapo
Voltar ao tino trato
E o que parece fraco
É fortemente grato!

⁠AMARGO
Meu mate hoje ficou solito
Num coração que sufoca o grito
Tentando amenizar o atrito
Dos mesmos erros que eu repito
Com eles peleio e insisto
Sorvendo esse amargo eu não desisto
E sei que não berra o bom cabrito
Pra ver se alguma paz eu conquisto!

⁠SEM RUMO
Quando tudo perde o brilho
Mesmo em momentos de glória
Terás que cambiar o trilho
Construindo nova história.

⁠ENCONTRO DAS ÁGUAS
Com pensamentos meio alerdes
Vai despertando a madrugada
Mais vigilância há de terdes
Sobre tua própria empreitada
Seguindo o Sol ninguém se perde
Invade o mar cuia cevada
Purificado mate verde
Nesse Santo encontro das águas.

⁠ESQUIVA
Torcem o meu destino
Pruma mirada esquiva
Um furto consentido?
De minha própria vida
Não! Chega de se torto!
Já quase um suicida
Não me entrego nem morto
Nada me desatina!

⁠NAVALHA
Quando nada mais te serve
Só no outro encontras falha
Flerteies alguma verve
Prum horizonte que o valha
E a ti mesmo observes
Deixando de ser navalha!

⁠Do manancial do silêncio brotam valores que não combinam com alardes senão cuidado, irrigam a evolução e te fazem o gigante merecedor da colheita.

⁠Muitas vezes as pessoas que te pedem oxigênio são as mesmas que te pisam no pescoço.

⁠MILAGRES
Sempre ouvi dizer
Que o tal do milagre
Vai interceder
Desde que tu largues
Algo pode doer
E tu até sangres
Vai acontecer
Pela Fé que andes!

⁠O SAPATO E O CAIXÃO
Acolchoado, reluzente, macio!
Escalavrado, plenamente, esguio!
Nobres salões, multidões, sucesso?
Entre moirões, solidões, retrocesso?
Alardeado, aciado, petulância!
Acanhado, laciado, só andanças!
Emoldurado, lustroso, escotilha!
Todo apagado, opaco, caixilha!
Finas pompas, interesses, doentio!
Almas prontas, muitas preces, plantio!

⁠PANACÉIA
Pras tormentas que testaram
Em momentos tumultuados
Pras feridas que lanharam
Quero ser o teu cuidado
Tantas dores revelaram
Que mereces outro estado
Novos sonhos embalaram
Um repouso descansado
Querubins já anunciaram
Sem nenhum remédio amargo
São guardiões que nos reparam
Abençoando amor sagrado.

⁠OLHO GRANDE
Apesar de Grande
Sua visão é turva
Olho que se expande
Bem fora da curva
Muito além do alcance
Sem ver o real
Num plano rasante
Rede social!

⁠HOSPITALIDADE
Sem sentença sorrateira
Nem bandido nem ladrão
Um torrão de gente ordeira
Não importa a ocasião
Tem progresso com soiteira
Santiago do Boqueirão
Sempre aberta está a porteira!

⁠VERDADE
Mesmo o que se diz sincero
Sempre tem outra mirada
Precisa conjunto esmero
Distorções equivocadas
Urgem equilíbrio austero
Esperança constatada
De outra forma é desespero!

⁠ABANDONO
E então chegou o medo
Abandonando a ti
Acabando o sossego
Tentando se iludir
Mentindo pra si mesmo
É hora de rugir
Buscando novo enredo!

⁠PARTO
Do aconchego de um ventre
Nasceu em meio a seus medos
Com sua tarefa ingente
De os transformar em sossego
Foi essa sina premente
A que gestou este Alfredo.

⁠INSPIRAÇÃO
Lá se vão algumas décadas
E com elas decadência
Perpassando algumas pétalas
Que inspiram a fragrância
Como a abelha busca o néctar
No trabalho a sua herança.

⁠SILÊNCIO PESQUEIRO
Um eco de grito te deixa em apuros
Reverbera de ti imatura via
Na palavra verde o silêncio é maduro
Impede a explosão sensatez calmaria
Ruído te prende, quietude liberta
Sufocar no teu peito essa euforia
Experiência deixando uma porta aberta
Aquela que vem apontando o caminho
Por mais que te agridam há sempre um Sol
Sem querer ter razão desvie o espinho
Um peixe pescado sem isca no anzol.

⁠SUFOCO FRAGRANTE
Será possível imaginar
Nalguma situação desastrosa
Em ter um alguém a te admirar
Capaz de dar-te um dedo de prosa
Bem assim como quem rouba o ar
Deixa na alma um cheiro de rosa.

⁠INSEGURANÇA
A tal insegurança
Faz do certo lambança
E o peso da balança
Uma rara lembrança
Do que tem importância!