Tag folha
A não-poesia nos versos
Versos as avessas
ao contrário do inverso
as avessas do contrário
versos!
Desconformes
anárquicos
inquietos
postos nos versos das folhas.
Versos parvos
parvos versos
escritos...
Impressos!
Versos
e universos inteiros,
nos poemas - partidos ao meio -
tomados de emoção.
Versos
e segundos inteiros
lançados ao ar,
feito estrelas à imensidão.
Regresso da lua e da pena
alquimia de tinta e papel
versos esculpidos um a um
odisseia num mar de escrevinhação.
vozes
e silêncios inteiros,
acomodados em um súbito rompante
da mais pura inquietação.
O homem sem amor, que é conduzido por ódio, assemelha-se a uma folha seca carregada pelo vento sem ter direção.
A folha pode até ir longe, mas sempre no fim ela ficará no chão, e ali permanecerá.
O vento suave espreita de mansinho
a cada rosto e cada olhar
varre as folhas e flores
chega e abraça a todos sem receio
até passando um carinho
fazendo-nos sentir que outono
também é amor
e apesar de alguns dias cinzas
a vida deve e tem que continuar
Da natureza procuro ser guardiã,
até à uma folhinha seca dou valor,
a natureza é nossa mãe, nosso amanhã,
precisa ser preservada com amor
O Surto do Momento...
Será que hoje, dia 9, do mês 11, do século 21, eu ainda posso dizer que concordo com alguém em gênero, número e grau, sem correr o risco de ser ridicularizada, ou até mesmo linchada? Pois, se sim, aqui vou eu. Concordo, plenamente, em gênero, número e grau, com o que o jornalista Gustavo Alonso, disse sobre a cantora Marília Mendonça, na Folha, na sexta passada, dia 05, se não me engano. Muito verdadeiro, sob todos os aspectos. Ela nÃo era mesmo tudo isso que estão falando por aí. Ela nÃo cantava bem e ela nÃo empoderava as mulheres... A meu ver, ele só se esqueceu de falar do incentivo que ela dava, publicamente, ao alcoolismo, e que ela nÃo era a primeira mulher do sertanejo. Nem sequer cantava sertananejo, e sim "breganejo pop". E muito menos foi um exemplo de mulher feminista. Ela só está sendo mostrada como querem que ela seja vista. Pronto falei. Só não falei isso antes, com todas as letras, por respeito ao "surto" do momento. Agora, se querem iludir, continuem com a máscara da hipocrisia, e com esse alvoroço sem fim, enganem o povão.
Quando quiseres saber sobre o seu destino, observe os detalhes de uma simples folha seca, que esteve entre milhares de folhas em diferentes fases de desenvolvimento, mas que o tempo, o sol, a chuva, a poeira, tantas outras circunstâncias da altitude, quanto da superfície foi deixando as marcas de rugas, perda de água, descoloração, a ponto do talo não aguentar mais se manter sozinho na árvore da vida. Logo no chão será...ora recoberta por terra, ora decomposto em cinzas, mais uma levada pelo tempo. Mas antes, teve seu brilho, cheiro e protegia as flores e os frutos porque também pertencia a árvore.
E com a ponta,
Dos meus dedos,
Todas essas letras,
São jogadas,
Nesta folha,
Que nada fala,
Só deixa,
Pau que canta,
Árvore de outono,
Folha de asa,
Galho carregado,
Frutos verdes,
Maitacas maduras,
Pé de aves,
Uma folha pode ser só maís uma na imensa floresta, mas acredite, são todas as folhas unidas em um propósito verde que formam a imensidão de vida e formas que nossos olhos contemplam.
Em cada folha ao vento, em cada cristalina gota de chuva, insista e conseguirá enxergar a Deus. Não o Deus das religiões dogmáticas e punitivas, mas o verdadeiro, aquele que habita teu íntimo e te torna parte indivisível do Todo.
O colorido da natureza é matiz que oferece beleza em todos os tons de suas folhas...
© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
Maio 15, 2021 - Araguari, MG
"Uma folha que cai ou a trajectória de uma estrela no céu são actos únicos que podem prender-se ou não na consciência. Em certo modo, toda a oportunidade é única."
No postremo vagão do trem,
tem alguém, no hemisfério da dúvida
de cabeça baixa, à vida
imaginando o dia,
uma folha branca na mão,
escrevendo...
na pausa,
o trem passou..
"E agora após escrever, percebo que acabei de condenar esta folha de papel, ser parte de mim. Que culpa ela tem por carregar este fardo que não lhe cabia, mas que eu teimosamente, fiz caber em sua linhas."
Fotossíntese
Assim que a vida floresce, dissipa-se a névoa,
Sentimento de raiz, movimento de folha.
Aprofunda-se na terra, água e sais. Embriaga-se e se perde em si.
No tocar dos raios, folha e fruto,
A luz que amadurece o verde,
Alimenta a distância. Clorofila.
As folhas umedecem as margens.
Deixe-as,
Em silêncio, crescendo.
A luz não carrega limites. Transcende e vira sentido. Sacralidade.
Para a savana de herbívoros pastando,
Alimento. Para um rio sem correnteza, Continuidade.
Serve de abrigo nas copas,
Sombra em seus meios.
Em feixes e cores, no desabrigo de Imagens encontra-se o manto verde.
A folha, no outono,
que outrora surgiu.
Com a chegada do frio
caiu.
Pois a àrvore
desistiu,
de gastar sua energia
com quem só lhe consumiu.
Preferiu canalizar tudo que tinha
com quem mais lhe valia,
sua própria raiz.
“Me faço de folha
Disfarço-me
Aproveito a brisa
E alço voo.
Escrevo belezas
Enquanto despercebem-me.
Concentram-se na folha
Não veem minha poesia.
Por fora
folhas de outono
Por dentro,
borboletas de primavera.”
“Dúbia interpretação deste cristal líquido que umidifica a superfície da flora. Será choro ou suor sob a pele da folha fria?
Uso do mesmo artifício e hidrato meus olhos nas madrugadas gélidas de tristeza ou quando me emociono ante tamanha beleza como essas da natureza.”
Orvalho
Deixarei que acordem as letras postas, de minha efêmera existência, para perpetuar-me numa folha preguiçosa de algum leitor. Não haverá, enfim, presunção maior em ser eterno.
A vida aqui nesta terra
é fera,
a gente nasce ou brota
como a folha de uma árvore,
e tão breve caí e seca,
e o solo devora como adubo.
***
🤔💭✍️