Tag cavalo

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Cavalo do bispo na torre?

Ao término do jogo,
Rei e peão voltam para a mesma caixa -
Pensou, comendo a rainha.

Inserida por FrancismarPLeal

GARIMPAR ESTRELAS

Procurando o verso no peito
eu sou como um garimpeiro
cravado no ventre da terra
– em suor e solidão –
buscando sua salvação.

Tal qual esse homem de fé
não me falta esperança na lida
nem me tem o amor de partida:
a palavra é meu tesouro
e meu verso, meu ouro.

Cada dia é uma despedida
e cada queda uma ferida,
mas quem vive da busca não morre
– em tempo Deus socorre –
vai garimpar estrelas.

Inserida por purapoesia

DIA A DIA

Queria ter uma orquestra de sapos, cigarras e grilos.
Queria um céu de vagalumes, borboletas, canarinhos.
Queria criar tigres, sereias e golfinhos.
Queria tanto, queria encanto.
Mas venha cá, não se assuste, seja amigo.
Vou contar-lhe um segredo, não espalhe, guarde consigo:
– Eu tenho isso e tenho mais, menos paz.
Converso com anjos e sinto demônios, dia a dia.
Vejo mundos, ouço cânticos, por mania.
Eu tenho um buraco embaixo da cama
que dá na rua, dá na lua, em Berlim.
E não adianta correr, esconder-me, está em mim.
Eu digo sim, abro o peito, abro a porta,
pra uma vida curta, pra uma vista torta.

Inserida por purapoesia

A LUZ DO FAROL

Não te recitei poemas nem fiz juras de amor,
eu te ofereci meus dias e minha vida
como um criminoso buscando redenção.
E você me abrigou sob sua luz,
intensa e constante como um farol
invadindo o mar para salvar os esquecidos
e os desesperados.
Você calou meus demônios com sua ternura
e fendeu a sepultura onde jazia meu coração
com um simples olhar, com um simples estar.

Eu deixarei morrer cada entardecer
enquanto teu beijo amanhecer o dia.
Eu deixarei morrer cada dezembro
enquanto tuas palavras brotarem janeiros.
Eu deixarei morrer as flores do meu jardim
enquanto teu corpo ressuscitar a primavera.
Eu deixarei morrer silenciosamente
no teu seio minh’alma ou meu espectro,
pois em mim toda paz perde o reinado
(não há virtude sem o pecado).

Inserida por purapoesia

NOITE DE ESTRELAS

Joguei fora o paraquedas e pulei,
voei como um míssil por entre as nuvens
espalhando no céu canções de paz
e lembranças de dias passados.
Tudo o que se tem é o agora
e cada momento será como uma ressurreição.
Darei à luz um campo de girassóis
e semearei palmeiras na lua,
para que não falte beleza e esperança.
Minha casa será uma noite de estrelas,
onde as crianças crescerão descalças
e cavalgarão unicórnios.
Com um grito lançado ao vento
rebatizarei o homem de errante,
pois suas perguntas só terão respostas
na ausência do medo de tentar
e na consciência de que só se pode ser sincero.
A única fome será de amor.
A única sede será de vida.
Não existirão horas e minutos, nem relógios,
o tempo se medirá em sorrisos e abraços
e em banhos de cachoeira,
sendo proibido não ter tempo.
Cada coração será uma janela aberta,
de onde se verá uma complacência fraterna
do homem para com tudo
que o cerca, que é vivo e sente,
que acaba e deixa saudade.
Nesse mundo de mãos dadas
num arco-íris esconderei minha derrota,
para que esse desejo egoísta de ficar
se mostre belo nos dias de garoa.

Inserida por purapoesia

MINHA MELHOR ORAÇÃO

Eu rezava para Deus minha melhor oração
quando te obrigava a um sorriso ligeiro
por qualquer bobagem sem graça.

Eu bendizia ao Senhor
quando te levava à gargalhada,
sua irresistível gargalhada
que ecoava por horas no nosso bairro
como um desatino da felicidade.

Eu corria o meu terço mais puro e sagrado
quando caçava teus beijos entre os lençóis
e encontrava meu paraíso
fincado nos teus olhos de conivência.

Eu pedia devotamente ao Redentor
– na minha silenciosa súplica –
para que a eternidade
fosse o quintal dos nossos sonhos
ou um simples reflexo
das horas em que vivemos um do outro.

Inserida por purapoesia

POEMA DAS PALAVRAS AUSENTES

Hoje, embebedado de sentidos, resolvi escrever sobre você.
Quis narrar como sua beleza agressiva furta toda a atenção
e como seu olhar está sempre a pedir um afago
e breguices de amor, que adoro dizer ao seu ouvido.

Decidi descrever como seu desajeito é todo complexo,
querendo ser companhia para o meu descompasso.

Quis divulgar como suas curvas delicadas revelam desejos meus
e se exibem de maneira solar à meia-luz.
Cambaleei entre palavras relembrando
como seu sorriso me traz um futuro bom
e como tenho em mim uma tempestade de você.

Recordei cada instante, todo o tempo,
calando meus versos, por breve momento.
Percebi que para você nenhum verso é decente
e que palavras não seriam suficientes.

Para falar de você
minha poesia deveria ter o cheiro da primavera
e a tenuidade de uma manhã de inverno;
teria de ser bela como um pôr-do-sol sobre o mar
e quente como um abraço de saudade.
Pediria a transparência da água de uma nascente
e a pureza de lugares desconhecidos.

Para falar de você
minha poesia deveria ter o gosto ingênuo das nuvens.

Não bastaria uma canção,
seria necessário compor uma sinfonia.
Eu teria de divulgar segredos
– sagrados segredos –
que te fizeram assim: tanto!

Para falar de você
eu teria de desvendar o encanto
que nos cerca e que nos uniu:
teria de justificar o incompreensível.

Por isso, para você eu escrevo sem palavras
e te dedico um silêncio profundo,
porque só o silêncio pode falar
quando as palavras não podem descrever.

Inserida por purapoesia

A IRRESISTÍVEL PREDADORA

Seu sorriso era um convite manifesto,
mas despiu-se aos poucos, em singelo gesto.
Escondia-se à sombra, acanhada, indefesa,
como uma aranha seduzindo a presa.
Respirava desejo, ardor, com malícia contida,
e desarmado, surpreso, esperei a investida.
Eu era um inseto imóvel, deslumbrado,
somente esperando ser devorado.

Inserida por purapoesia

No dia das crianças, uma auto-reflexão da minha infância: retardado mental, inofensivo, brincalhão, debochado; quando bem pequeno, montava no cabo de vassoura no quintal da casa do meu avô, e imaginava ser um cavalo. Assim, quando ia com ele no mercado, galopeava pelas ruas da Vital Brasil, parando em frente ao barzinho de esquina, na subida da rua Senador Vergueiro, quando iniciava um show fazendo meu cavalo relinchar, de modo que o cabo da vassoura, por várias vezes, atingia as pernas dos que estavam por perto, enquanto meu avô pedia desculpas rindo. Quando isso acontecia, meu avô, mais debochado do que eu, olhava para a pessoa e ainda fingia que estava dando uma chicotada no meu cavalo imaginário para o atingido ver, o que me deixava transtornado. Não se bate em animais. Meu cavalo fez época e o nome dele era Araraboia. Meu avô entrava na minha viagem. Quando eu pegava a vassoura, ele colava umas fitas de Senhor do Bonfim que tinha a rodo naquela época colorindo o cabo inteiro, No meu peito, colocava medalhas de santos e broches de clubes. Eram as medalhas das guerras que haviam me condecorado. A distância máxima que percorri com meu cavalo foi da Vital Brasil até a Moreira César, em Icaraí. Na volta, pegamos um táxi e perdeu a graça. Uma vez, meu avô foi jogar carta com os amigos no quintal. Estava assistindo televisão. Ele passou, apertou o botão da tv rindo, e perguntou onde estava Arariboia. Respondi que não queria mais montar naquele cavalo. Disse que havia crescido. Ostentei na cara do velho! Ele então me respondeu que já era velho, mas que mesmo assim o que mais lhe impressionava no meu cavalo, naquele momento, era o rosto. Segundo ele, a impressão que dava naquela manhã era que estava inchado. Disse que os poucos dentes estavam cariados e sujos, e que, certamente, só a piscina do quintal, naquele dia de sol, poderia esbranquiçar os dentes do bicho. De repente, começou a dizer que dos cantos da boca do meu cavalo escorria uma "baba bovina" que ele estava limpando com as patas manchando o sofá da sala. Disse que o animal estava no canto da sala ruminando lembranças de quando eu era pequeno. Disse ainda que o som que meu cavalo emitia naquele instante, como uma espécia de ronco, contínuo, monótono, eram como pedaços de músicas esquecidas, mas que muitas crianças queriam cantar. Na época, não entendi essa frase, mas lembro bem dela. Disse que já estava escutando esse ronco do cavalo que durava duas horas, dando a impressão de que ele estava morrendo. Perguntei como, sem perceber que estava entrando na onda dele, e ele respondeu que parecia um peixe no chão se debatendo e abrindo os brônquios: foi então que, meio descompassado com a interpretação realística do meu avô, avistei a piscina da sala, o tal Oásis que ele dizia ser capaz de ressuscitar o Arariboia. Quando saí da sala com a vassoura, a velharada amiga do meu avô gritava em coro: "pule com ele na água, pule com ele! E Tchibum, me joguei na piscina e depois avistei meu avô vindo atrás e jogando na água todos os broches e tudo mais. Fiquei ali enquanto eles jogavam carteado por mais de três horas. Rolou um churrascão. Isso tudo pra dizer (pra quem tem filho pequeno é mais fácil) que nossos cavalos vivem dentro de nós o tempo inteiro, mas asilados nos abrigos e cocheiras da idade, das dores, das dificuldades. A idade só nos faz tirar a "montaria" do cabo de vassoura. Acalma-nos, porém, o espírito... O amor, o tempo leva...

Inserida por AlessandroLoBianco

Ela soltou uma pequena exclamação abafada de alegria antes que a boa do homem a esmagasse, forçando-a ao silencio. A sua taça da vida transbordava com todo o amor que sentiam um pelo outro. Uma satisfação maravilhosa inundou Diana quando o beijo acabou, e a mão continuou a traçar-lhe o contorno das feições, Meiga e Amorosamente.

Inserida por NandaS2Kawaii

Felicidade um dia te puxo pelos cabelos,
Te coloco no lombo do meu cavalo pantaneiro,
Te arrasto pelo mundo inteiro.

Inserida por Acropolle

Até um cão é capaz de perceber uma caravana puxada por cavalo.
Paullo Carneiro

Inserida por Dartahein

Vi um cavalo muito triste. Olhando em tristeza o horizonte, toda a verdadeira linguagem de cavalo é incompreensível. Pensamentos de cavalo reivindicando uma ordem puramente baseada em força bruta e puxar carroças cumprindo sua injustiça animal de ser. O olhar do cavalo refletia o fundo do mar Adriático mergulhado em loucura crônica e coragem despudorada. O problema é maior. É de saúde coletiva. O cavalo não caiu em um estado ilegível no escuro. Acabou por tomar as carroças da humanidade. De um problema já antigo e sem nome. O cavalo buscou por toda sua vida de cavalo arrastar com determinação o peso de uma absoluta hipocrisia, um delírio sem começo. E esse crime organizado não para por aí: Cazaquistão, Mongólia, China, Bélgica, Espanha e, principalmente, Itália. Não basta extinguir o peso de um corpo que não se permite tomar as rédeas de sua vida, há países comercializando carne de cavalo como se fosse carne bovina. A tragédia continua mesmo fora de manchetes que tomaram o mundo em 2013. Cavalos longe dos pratos do Humane Society International.

Inserida por Gazineu

Amar é ter as cortinas e as janelas abertas
e a casa iluminada de luar.
É com o que foge aos olhos ter compromisso
com razão
de ter a fé como chão
pois o amor faz palpável o infinito.

Inserida por purapoesia

DIA A DIA II

Queria toda aventura, toda emoção, toda fartura.
Queria esquecer meu nome,
viver de música, saciar minha fome.
Queria nascer todo dia
na Tailândia, no Tibet, na Bahia.
Eu queria...
velar minha ignorância que doí como uma azia:
falta vírgula, falta acento, falta rima na poesia.
Eu queria ter paciência, eu queria ter ciência.
Eu queria saber viver o dia a dia
(bastava saber viver o dia a dia),
mas não adianta, não me encanta,
eu queimo como um diabo, ardo em fogo,
e não é um jogo:
percorro caminhos de morte e cavalgo ventos da sorte.
Sou pura bebedeira, caso queira
divertimento,
crio morcegos e educo vampiros
no apartamento.
Meu QI médio não conhece o tédio:
esse é meu mundo, meu remédio.
Basta abrir os olhos, basta sair à janela,
basta uma brisa, basta uma viela...
E quando dormir o sol seu sono mais profundo,
permanecendo só na festa um último moribundo,
sussurrarei bem baixinho: _ Não tenha pressa,
eu volto outro dia pra beijar-Lhe à testa.

Inserida por purapoesia

Os cavalos são incríveis. Temos que conhecer e até mesmo nos moldar a eles para obtermos bons resultados.

Inserida por Felipesantinho

Se o Cavalo é de troia, o ante-vírus é mandado.

Inserida por PensamentoRapido

Todos nós temos pudores, coisas das quais não aceitamos no próximo e que nos afasta um dos outros. Até aí todos concordam? Ótimo. Bem, a incoerência é uma das coisas que me causam calafrio. A incoerência não anda, não se mexe, não desatina. Não se faz nem um lanche de mortadela com a incoerência. Eu disse que ela era incoerente mas bem que poderia dizer que ela era omissa e submissa. Tem a ligeireza de uma velha com artrose. A rapidez de um cavalo manco.

Inserida por BentoQasual

A amizade não cobra explicação,
aceita o tempo e o momento: é compreensão.
Um amigo não é pouco e não exige troco,
faz exigências tampouco.

É união fraternal
selada por Deus no quintal.
E Dele carrega a propriedade
de ver através d'outro a verdade.

A amizade é irmã da vida:
bebem no mesmo cálice,
caminham na mesma avenida,
e não se curvam à tolice.

Seria possível qualquer dia morrer
e ainda estar por aí a andar,
em doces palavras e no querer
d'um amigo que não deixou de te amar.

Inserida por purapoesia

Em uma fazenda dois burros pastavam sossegadamente. Já haviam cumprido a jornada diária de trabalho e descansavam. Traziam em uma parte recôndita do corpo a marca do patrão um "13". E iam na conversa até que surgiu um lindo cavalo pardo trazendo também a mesma marca do patrão. Não tinha a mesmo ar de felicidade dos burros. Falava, mas parece que ninguém o ouvia ou sequer o entendiam. Aquela fazenda era um lugar muito atrasado para ele. Ele se sentia na escravidão. Seu patrão muitas vezes o rebaixava tratando-o como se burro fosse. Não faltava capim no pasto, mas ele sentia que faltava vida. Ele não se sentia feliz. O que fazer?

Inserida por FrancisIacona

Seu Cavalo!!!

Inserida por Leonardo160

Eu, tu, o pingo, o mate..
e muito amor pra nós três

Inserida por carloseduardoback

Voltar com ex-namorado (a) é como comprar um cavalo que já foi teu. Vem com as mesmas baldas só que mais estropiado.

Inserida por fabioleivas

A realidade é igual a um cavalo selvagem. É preciso domá-la para seguir galopando.

Inserida por walaguia

"O cavalo é para nós ciganos como asas para os pássaros..."
(Hélia Michelin)

Inserida por SementinhaDeLuz