Poemas de Indiferença

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Como se morre de velhice
ou de acidente ou de doença,
morro, Senhor, de indiferença.

Da indiferença deste mundo
onde o que se sente e se pensa
não tem eco, na ausência imensa.

Na ausência, areia movediça
onde se escreve igual sentença
para o que é vencido e o que vença.

Salva-me, Senhor, do horizonte
sem estímulo ou recompensa
onde o amor equivale à ofensa.

De boca amarga e de alma triste
sinto a minha própria presença
num céu de loucura suspensa.

(Já não se morre de velhice
nem de acidente nem de doença,
mas, Senhor, só de indiferença.)

Cecília Meireles
Poesia completa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

Boas Maneiras

Os anjos não dão os ombros, não; quando querem mostrar indiferença os anjos dão as asas.

Um dia você usa de tanta indiferença com alguém
que consegue exatamente o que deseja:
ser esquecido.

Antes de errar com alguém,
certifique-se de que teus laços são fortes o suficiente
para que seja aceito um pedido de desculpas.

Antes de simplesmente sumir da vida de alguém,
certifique-se de que tua presença
tenha se tornado descartável e prescindível.

E antes de dizer adeus,
certifique-se de que não quererás voltar depois,
porque erros machucam,
a indiferença distancia as pessoas,
e há coisas que nunca mais voltam a ser
as mesmas de antes.

Antes de errar,
antes de ser indiferente com alguém,
e antes de simplesmente dizer adeus,
certifique-se de que não quererás voltar depois,
porque erros machucam,
a indiferença distancia as pessoas,
e há coisas que nunca mais voltam a ser como antes.

O que me assusta não são as ações e os gritos das pessoas más, mas a indiferênça e o silêncio das pessoas boas.

Todos os sentimentos podem conduzir ao amor e à paixão. Todos: o ódio, a compaixão, a indiferença, a veneração, a amizade, o medo e até mesmo o desprezo. Sim, todos os sentimentos... exceto um: a gratidão. A gratidão é uma dívida: todo o homem paga as suas dívidas... mas o amor não é dinheiro.

Ivan Turgueniev

Nota: Autoria não confirmada

O maior pecado para com os nossos semelhantes, não é odiá-los mas sim tratá-los com indiferença; é a essência da desumanidade.

O homem que vive na indiferença, é aquele que ainda não viu a mulher que deve amar.

Descartes já o tinha percebido com uma admirável clareza: a liberdade da indiferença é o grau mais baixo da liberdade.

A única dignidade realmente autêntica é a que não diminui ante a indiferença dos outros.

Acontece com a velhice o mesmo que com a morte. Alguns enfrentam-nas com indiferença, não porque tenham mais coragem do que os outros, mas porque têm menos imaginação.

A natureza não é benévola, e é com determinada indiferença que de tudo se vale para os seus fins.

Ordinariamente tratamos com indiferença aquelas pessoas de quem não esperamos bens nem receamos males.

A indiferença que se tem em relação a outro é sem dúvida a pior das razões para lhe ser fiel.

O amor está mais perto do ódio do que a gente geralmente supõe. São o verso e o reverso da mesma moeda de paixão. O oposto do amor não é o ódio, mas a indiferença...

Érico Veríssimo
O Tempo e o Vento: O Arquipélago. Porto Alegre: Editora Globo, 1962

O pior pecado contra nosso semelhante não é o de odiá-los, mas de ser indiferentes para com eles.

Amo ou venero poucas pessoas. Por todo o resto, tenho vergonha de minha indiferença. Mas aqueles que amo, nada jamais conseguirá fazer com que eu deixe de amá-los, nem eu próprio e principalmente nem eles mesmos.

Tá reclamando do meu orgulho e do meu ciúme? Espera pra ver a minha indiferença.

Onde está a felicidade? No amor, ou na indiferença? Na obediência, ou no poder? No orgulho, ou na humildade? Na investigação, ou na fé? Na celebridade, ou no esquecimento? Na nudez, ou na prosperidade? Na ambição, ou no sacrifício? A meu ver, a felicidade está na doçura do bem, distribuído sem ideia de remuneração. Ou, por outra, sob uma fórmula mais precisa, a nossa felicidade consiste no sentimento da felicidade alheia, generosamente criada por um ato nosso.

Rui Barbosa
BARBOSA, R., Obras completas de Rui Barbosa