Pensamentos de Jean-Jacques Rousseau

A natureza nunca nos engana; somos sempre nós que nos enganamos.

Bastará nunca sermos injustos para estarmos sempre inocentes?

Não sei ver nada do que vejo; vejo bem apenas o que relembro e tenho inteligência apenas nas minhas lembranças.

Não julgue e você nunca estará errado.

Povos livres, lembrai-vos desta máxima: A liberdade pode ser conquistada, mas nunca recuperada.

Nunca se conseguirá ser sábio se primeiro não se foi traquinas.

São a força e a liberdade que fazem os homens virtuosos. A fraqueza e a escravidão nunca fizeram nada além de pessoas más.

O povo, por ele próprio, quer sempre o bem, mas, por ele próprio, nem sempre o conhece.

Sempre notei que as pessoas falsas são sóbrias, e a grande moderação à mesa geralmente anuncia costumes dissimulados e almas duplas.

Pelos mesmos caminhos não se chega sempre aos mesmos fins.

As leis são sempre úteis aos que têm posses e nocivas aos que nada têm.

Cada idade tem as suas inclinações, mas o homem é sempre o mesmo. Aos 10 anos é levado por doces; aos 20 por uma amante; aos 30 pelo prazer; aos 40 pela ambição; aos 50 pela avareza.

Tome um rumo diferente do de costume, e quase sempre estará certo.

Sempre encontrei no sexo uma grande virtude consoladora, e nada adoça mais as minhas aflições vindas dos meus problemas do que sentir que uma pessoa amável se interessa por ele.

O mais forte nunca é forte o suficiente para mandar para sempre, se não transforma sua força em direito e a obediência em dever.

É sobretudo na solidão que se sente a vantagem de viver com alguém que saiba pensar.

A arte de interrogar não é tão fácil como se pensa. É mais uma arte de mestres do que de discípulos; é preciso ter aprendido muitas coisas para saber perguntar o que não se sabe.

Conheço muito bem os homens para ignorar que muitas vezes o ofendido perdoa, mas o ofensor não perdoa jamais.

O homem que não conhece a dor, não conhece a ternura da humanidade.

Para conhecer os homens, torna-se indispensável vê-los agir.