Pas comme les légendes urbaines No alto... Mel

Pas comme les légendes urbaines

No alto da montanha
A Loba senta alerta.
Com seus olhos tudo observa
Seu corpo sempre tenso.

Os seus pelos prateados
sob os dedos da Lua reluzem
escondendo sob seu manto sedoso
as cicatrizes de uma vida.

Depois de tantas Luas permanece solitária
escorraçando inúmeros lobos
que não conquistam seu interesse,
não despertam sua curiosidade,
e não a excitam pelo desafio.

Um dia uma outra Loba se aproxima.
Cautelosa, de passada firme, forte.
Senta devagar perto da Loba
encarando os olhos dela com respeito e desafio.

Devagar, com admiração e curiosidade
seus olhos percorrem a pequena e orgulhosa fêmea.

Reconhece as cicatrizes,
sua força,
sua astúcia
e agilidade.

Percebe a inteligência inibriante
e sua combatividade instigante.

Então decide.
Sem levantar-se, devagar,
avança as patas da frente até deitar-se.
Olhando afetuosamente para essa magnífica Loba.
Determinada a ser dela e conquistar seu coração.

Não importa o calor do dia,
a força da tempestade,
a proximidade dos raios,
a altura das ondas,
o frio da noite,...

Ela nunca arreda pé do lado dela.
Quieta, determinada.

Sempre atenta aos desejos dela,
aos seus temores e fantasmas.

Sempre pronta para incentiva-la
quando ela está sem forças ou em duvida.

Sempre firme ao lembra-la
da sua força e coragem quando ela hesita.

Sempre cuidadosa procurando respeitar
o desejo de independência dela.

Loba fêmea
Que reconhece, na sua amada Loba,
a necessidade crônica em provar
o quão forte e independente é.

Loba fêmea
Que aguarda, paciente,
o dia em que ela perceber
que não precisa provar nada.

Não para ela fiel Loba
que reconhece sua dona.