Desequilíbrio Humano

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Descrever o que foi Pelé é humanamente impossível. Foi a perfeição. Ele desequilibrou o mundo...

Minhas desequilibradas palavras são o luxo de meu silêncio.

Clarice Lispector
Água viva. Rio de Janeiro: Editora Rocco, 1998.

Canção
No desequilíbrio dos mares,
as proas giram sozinhas...
Numa das naves que afundaram
é que certamente tu vinhas.

Eu te esperei todos os séculos
sem desespero e sem desgosto,
e morri de infinitas mortes
guardando sempre o mesmo rosto

Quando as ondas te carregaram
meu olhos, entre águas e areias,
cegaram como os das estátuas,
a tudo quanto existe alheias.

Minhas mãos pararam sobre o ar
e endureceram junto ao vento,
e perderam a cor que tinham
e a lembrança do movimento.

E o sorriso que eu te levava
desprendeu-se e caiu de mim:
e só talvez ele ainda viva
dentro destas águas sem fim.

Teu jeito de olhar
Gosto do teu jeito de olhar;
Ele me perturba, me desequilibra, põe dúvidas no ar.
O teu olhar tem o efeito de um grande temporal:
Vibra, balança, derruba armadilhas,
Mas de todo me faz bem, produz maravilhas, me faz sonhar,
Teu olhar tem a força da paixão e chama para o amor.

Reconheço, estou em desequilíbrio, estou me distanciando cada vez mais. Faço este esforço até quem sabe alcançar um ponto tão remoto que não saberei jamais encontrar o caminho de volta, se existe um, e penso que não. Ao pé da escada ele me espera, braços abertos, parado sobre o tapete. Tem o peito largo, sinto, ao afundar de encontro a ele essa parte minha sem forma a que acostumei chamar de face, seus braços podem dobrar-se apertando minhas costas enquanto sinto seu cheiro, esse cheiro espesso de sal, algas, corais, medusas, águas-marinhas. Quero perder-me nele, como o que nunca terei... fecho também meus braços em torno de suas costas, aproximando-o de mim para que nossos dois corpos se confundam, para que nossos cheiros se misturem, para que pelo menos por um segundo sejam, eu, ele, uma coisa única...

Tomo cuidado pra que os desequilibrados não abalem minha fé, pra eu enfrentar com otimismo essa loucura.

A mente humana é um sistema muito complicado. Desequilibre esse sistema com falta de oxigênio, drogas ou religião e você terá resultados perigosos.

Quando a pessoa é perfeita para você, é certo que não vai amá-la. O desequilíbrio é que emociona.

É preciso disposição para o amor e para todos os seus desdobramentos.
Devo estar desequilibrada mesmo,
nunca falei tanta besteira.
Mas é fato, ando com preguiça de interpretar o mundo,
de entender as pessoas,
de procurar os sete erros.
Gostaria de ter todas as respostas na última pagina,
de ter um manual de atitudes sensatas,
de ter o pensamento voltado pra Meca.
Queria que houvesse um serviço de telessoluções entregues a domicílio em menos de meia hora.
Que gorjeta boa eu daria.
Cansei de filme de guerra, holocausto, tortura, exorcismo,
crise existencial, seqüestros, erro médico, suicídio, trapaça.
Agora só vejo comédia romântica,
dessas que não valem o preço do ingresso.
Ando abençoando a alienação,
eu que tinha uma dificuldade crônica em concordar com os outros,
que consumia arte e perversão, filosofia e rock´n´roll,
literatura e álcool, Almodóvar e beijos lascivos.
Lopes, me quero de volta, eu pago resgate.

Eu não tenho vergonha de mostrar quem sou. Sou errante, errada, doida, maluca, carente, desequilibrada, falante, sincera, e isso tudo numericamente exagerado. Eu sou isso, máscara pra quê?
Poderia fingir ser boazinha, a menininha dos olhos, a perfeitinha, a “inha”, mas a questão é: não sou. Um dia você ia descobrir a verdade. Não tenho vergonha de mim, eu sou assim. Não gostou? Quem disse que preciso da sua aprovação? Tudo em mim é completamente meu, meus defeitos, minhas qualidades. Suas palavras não fariam diferença no meu mundo. Levou tempo pra eu descobrir quem sou, e ainda não sei direito, mas com certeza quem você molda não sou eu. Não consigo ser guiada por regras, sigo minhas emoções. Por isso, posso não ser o retrato da boa “samaritana”, mas com certeza sou o retrato da AUTENTICIDADE.

Tudo bem, eu sempre fui uma pessoa confusa, talvez meio desequilibrada e desligada, mas dessa vez estou pirando, meu pensamento está pouco a pouco me deixando louca. Eu prometi que iria parar de pensar nisso, mas não adianta, é inevitável não pensar, parece maldição. Tentei escrever sobre qualquer coisa, falar sobre a vida, a política, a violência; e quem disse que consigo? Estou pensando em dizer uma infinidade de palavrões bem feios pra esse meu ‘problema’, pode ser a solução certa, ou mandá-lo sair da minha mente. Começo a contar até 10 pra não falar nada, respiro, me controlo, respiro de novo e a vontade insiste.
Um grande fracasso, fui tentar me ocupar, tentei de todo jeito: lendo, escrevendo, dormindo, estudando e comendo feito uma obesa, e não dá, não fico mais culta, só fico mais gorda. Agora me diz, qual foi o feitiço? Será que fui tão pecadora assim, é castigo não é? Poderia ser uma escolha, poderia ser diferente, poderia ser com outra pessoa, por que tinha que ser justo comigo?

(...) mas um dia, você pode ter certeza, o desequilíbrio irá atrapalhar essa sua destreza. Interromper suas acrobacias. Seus truques. Manobras. Um dia, esse seu número chegará ao fim, de repente. Espetáculo encerrado, de uma hora para outra, pelas bolas coloridas espalhadas pelo chão. Um dia, enquanto estiver recolhendo uma por uma, entre tantas vaias, você irá se arrepender. Jurar nunca mais fazer malabarismos por tanto tempo com os sentimentos de quem já o aplaudiu.

Tomo cuidado para que os desequilibrados não abalem minha fé.

Dúvidas, desajustes de quereres, desequilíbrio constante... É que às vezes sou TPM e, nesses dias, sou furacão.

A irritação agrava a enfermidade, desequilibra a mente, afeta o espírito negativamente.
Nos momentos de contrariedade, entrega-te à prece e faz o melhor ao teu alcance.

A paixão é a substância tosca do desequilíbrio.

Há muitas pessoas maldosas, miseráveis, desequilibradas, de corpo e alma.

Eu sou essa tempestade toda, esses extremos e exageros. Não consigo ser nada mais do que sou. Não consigo fingir, nem fazer de conta. Não gosto de metades, ou é tudo ou é nada para mim. Sou profunda demais. Não fico meio triste ou meio alegre, não consigo ficar apaixonada pela metade. E isso me quebra às vezes, não são todos que conseguem conviver com a minha intensidade.

Nem socialismo, nem comunismo, nem tão pouco o capitalismo exacerbado. Qualquer extremo incorre em desequilíbrios. Não precisa ser sociólogo, teólogo ou economista para entender isso – a física o explica!

O aplauso e o elogio sempre desequilibram o ser humano que ainda não conseguiu se libertar do desejo do prazer efêmero que eles causam.