Coleção pessoal de YanaRose

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Qual o meu problema?

Dia desses estava me questionando: “qual o meu problema?”. Eu, poucos anos de vida e uma inconstância de uma vida inteira. Julgava essa mudança um caso gravíssimo. Por que semana só leio, outra só escrevo? Por que semana só choro, outra só rio? Por que semana só amo, outra só clamo?

Alguns anos atrás me intitulava “bipolar”; santa ignorância! Bipolaridade, uma doença tão séria sendo confundida e banalizada por uma simples inconstância. E o que há, afinal? Hoje, chamarei, carinhosamente, de 3 M’s: movimento, mudança e momento. Eu, num mundo que não para. Eu, num mundo que se transforma. Eu, num mundo que tudo passa. E serei eu, então, nesse mundo igual para sempre?

Mudo como boa humana que sou. Hoje quero sorvete, amanhã salpicão – não gosto, mas amanhã vai saber. Hoje quero cantar, amanhã dançar. Hoje quero sonhar, amanhã amar. Hoje quero escrever, amanhã quero ler. Hoje quero você, amanhã quero ser. Adapto-me, como camaleão, ao meu momento, ao meu sentimento, tormento e lamento. Quero samba, rock e instrumental.

Por que cantarei, se não sinto vontade? Por que deixarei de sorrir, se não há razão para isso? Nem todos os dias são iguais, as pessoas também não! Como terei para sempre a mesma reação?

Ora, deixem-me sentir, que sentir faz parte do processo de cura. Deixem-me descobrir, que descobrir faz parte da evolução. Deixem-me ser, que ser é preciso para viver.

Qual o meu problema? Não me permitir; limitar-me; tentar me descrever. O meu problema? Achar que tudo é um problema!

Não deixe ir embora pessoas que aquecem teu coração.

Não sei o que é mais engraçado: você falar como se importasse ou julgar como se me conhecesse.

Mas quando eu morrer
Eu gostaria de voltar
Eu gostaria
Para escutar tudo o que você tinha a me dizer e não teve coragem
É tão difícil enquanto estamos vivos

Mas quando eu morrer
Eu gostaria de voltar
Para escutar todas as canções que você vai cantar
Faz tanta vergonha enquanto estamos vivos

Por que a morte é tão difícil
Mas solta as amarras dos que ficam vivos?
A morte não é poesia.
A vida de quem fica.

Mas quando eu morrer
Como eu gostaria de voltar
Para receber sua visita
Descobrir como você conseguiu
É tão complicado tempo enquanto estamos vivos

Quando eu morrer
Eu gostaria de verdade de voltar
Para escutar as suas recordações
É tão difícil lembrar enquanto estamos vivos

Mas quando eu morrer
Eu não vou poder voltar
Então escrevo isso
Para que quando eu morrer
Você saiba que de alguma forma eu sei

Talvez a escrita seja o melhor de mim, ou o pior, ou talvez nada, mas como eu ela respira e precisa ser alimentada. E tem urgência.

É que, às vezes, dá vontade de chorar mesmo
De gritar mesmo
E espernear mesmo
Para colocar para fora o que nem a gente sabe
É que, à vezes, já cansou mesmo

Um pouco louca, um pouco divertida, um pouco exagerada, um pouco chata. Um pouco de tudo, que forma um tanto de mim.