Coleção pessoal de wilerjaeder

Encontrados 15 pensamentos na coleção de wilerjaeder

⁠Bolinha de gude

Encanto de crianças
Na roda do ganha e perde
A vida se desenvolvia
Tempo de alegria
Eram de vidro,
Desejadas, e disputadas
Algumas coloridas
Em cada jogada uma batalha vivida
Às vezes, motivos de brigas
Brigas entre futuros homens
Que no exercício do jogo
Aprendiam a defenderem sem medo, o que sentiam no coração
E cresciam descobrindo que na vida
Ganhando ou perdendo, todos somos iguais
E no final da brincadeira, amigos sem rancor
Infância intensa, feliz, e cheia de amor
E linda demais...

⁠Eu e o mundo
Há uma briga diária
O que posso fazer por ele
O que ele pode fazer por mim
Ele me educou
Eu o descubro
Com experiências múltiplas
Que solidificam a alma
O mundo não para
Seu dia a dia é infinito
O meu, finito
Aprendo, ensino
Deixo sementes
O mundo as recebe
Se vão florescer
Só Deus sabe
Maestro do mundo
Que rege nossas vidas
Vivi bons e maus momentos
Meu tempo está terminando...
Criei cartilhas de conteúdo ímpar
Se alguém vai segui-las
É uma incógnita, a mesma que recebi
Quando nasci...

⁠Que mundo é esse, em que vivemos?!

Quando saímos de casa, nesta grande metrópole, tentamos andar sem medo, mas o fato é que no dia a dia, onde quer que moremos, o surpreendente pode acontecer; ao caminharmos por uma rua ou avenida temos que ligar nossos sentidos de alerta: o perigo nos espreita a todo instante, em cada esquina. Desde o amanhecer, a qualquer hora do dia ou da noite podemos cruzar com um bandido! Eles, querem nosso celular, nosso carro, nosso dinheiro. E para isso, são inescrupulosos. Não basta tomarem o bem material, muitas vezes querem também às nossas vidas.
Se estamos andando a pé, de bicicleta, ou de carro, não importa! Eles atacam quando menos se espera, eles estão misturados com os cidadãos de bem, e não há como diferenciá-los. A princípio somos todos iguais, não é mesmo! Então, não dá para separá-los pela aparência, e saber quem é do bem e quem é do mal!
Num repente! Numa próxima esquina, um motoqueiro pode aparecer, disfarçado de entregador e nos dá voz de assalto: Perdeu! Ele diz: “passa o celular e a carteira”, aí entregamos tudo a ele, e rezamos para não levar um tiro.
Se estamos de carro, eles também nos espreita, e ao pararmos, seja no farol, ou na porta de nossas casas, a história se repete:
Perdeu! Dê-nos as chaves! E neste caso, podem nos levar no chamado “sequestro relâmpago” e só nos soltam depois de esvaziar nossas contas - com nossos cartões e senha, arrancados sobre torturas – e só aí, bem assustados, conseguimos respirar a liberdade, então, agradecemos a Deus por ficarmos com nossas vidas.
Que cidade é essa, que onde nenhum lugar é seguro: nos quatro cantos dela: de manhã, a tarde ou a noite, o perigo nos espreita em cada esquina.
Somos prisioneiros do medo em nossas casas, porque do lado de fora há sempre um bandido a nos espreitar, e se o encontro for inevitável pode ser fatal.
Que mundo é esse em que vivemos?!

⁠Paixão.

Paixão é...
Paixão é vulcão.
É o avesso do avesso.
Fim e começo.
Avançar sem sair do lugar...
Paixão é doença.
É cura e esperança...
Paixão não pertence.
Paixão é.
É o que não se define.
O que não tem espaço.
É a falta e o próprio tempo.
Pode ser matéria. Pode não ser...
Paixão é poder.
Poder de enxergar.
Fazer acontecer.
Do jeito que se quer.
Verdade ou mentira.
Não importa.
Por favor, paixão!
Bata em minha porta...

⁠Silêncio
Olho para as árvores
Suas folhas caindo
Sem nenhum barulho
Numa brisa invisível...
Mudam as estações
Outras nascem em seus lugares
É o vento que sopra suavemente
Como as nossas vidas
Que movimentadas ou não
Se esvaem em total silêncio

⁠O barco
Por um tempo era para brincar.
Nele levava amigos para passear.
Grandes ondas a navegar.
Era ágil como os golfinhos.
Sem medo, passou o mar a explorar.
Se vinha tempestades,
baixava as velas para não afundar.
Era um barco inteligente e destemido.
Nunca vivia escondido.
Enfrentava tufões e vendavais
sempre em mar aberto.
Singrava veloz, acompanhado pelas gaivotas.
Se fosse em outros tempos
a pirataria iria explorar.
Ancorou em vários portos.
Abasteceu-se de muito amor.
O tempo passou e sua madeira envelheceu
e com ele as aventuras e proezas do além-mar
Navegou até uma pequena baia
onde se dizia uma linda e sábia sereia morar
Lá se apaixonou perdidamente
e suas aventuras deixou de praticar.
Baixou sua ancora para nunca mais navegar...

⁠Chuva interior
Sinto as folhas dobrarem com o carinho da chuva.
Fico encolhido como os pássaros.
O vento fica mais frio.
Sinto a brisa que entra pela janela.
Fecho os meus olhos e ela está dentro do meu ser.
Chorando não sei por quê?
Chove no meu interior!
A água transborda pelos meus olhos
Fico cego de dor!
Saudades de um grande amor
Talvez a vida tenha me deixado com muita dor.
Receio não ter mais dias alegres.
Minha alma está cinzenta como este dia
Iluminado apenas por raios perigosos.
Trovões e relâmpagos sacodem meu coração;
São registros de amores que se foram
E do amor que está por vir.
Ou simplesmente é uma chuva dizendo
Que o meu tempo já passou
E que é hora de partir...

⁠A Capital
Moro no interior.
Onde o sol e a lua são meus relógios.
Não tenho pressa.
Quando quero comer,
cozinho os legumes diversos, colhidos
na horta, que eu mesmo plantei.
A água que presta está na cisterna,
que se enche com água da chuva.
Crio pequenos animais,
que reforçam meu sustento,
com carne e leite.
Já estive na capital.
Quase fiquei louco com o trânsito intenso.
Não esqueço o grito das sirenes das ambulâncias
E no formigueiro do shopping me perdi.
Voltei correndo para minha casa,
onde também cultivei um jardim.
Aqui tem tudo que preciso.
Aqui viverei para sempre.
Até me misturar com a terra,
onde florescem as flores deste meu jardim...

⁠Boa semana...
Acorda! Não reclama. Agradeça!
É a sua chance: o trabalho te espera.
Que importa se vai de magrela.
Moto, carro ou pela malha coletiva?
Vai. Vai, com tudo.
O céu é o mesmo.
O clima agirá como sempre.
Ora frio, ora quente.
Seja valente, vá em frente.
Não pense: faça!
Na indústria da construção.
Pode ser numa plantação.
Serviço ou comércio.
Tanto faz – importante é ser audaz.
Religião não será questionada.
O sexo, também não!
Política, muito menos.
O que importa é a comida na mesa.
Mesmo sabendo que o mundo anda na contramão.
Vai! Mergulhe nesta dádiva: o trabalho.
Nele você vai entender o sentido da felicidade.
Felicidade de poder realizar sonhos.
O prazer de trocar o suor pela realização dos desejos.
Não disse. O final de semana chegou!
Olhe para as estrelas. Aconchegue-se na rede.
Pesque sem pressa. Ame sem hora marcada.
Aproveite o merecido descanso.
Esqueça o relógio!
Recomponha suas forças e a energia!
O trabalho salvador espera você.
Sempre na próxima semana...

⁠Gabriel, o boxeador.
O tempo passa e a vida vai nos ensinando a viver dia após dia, e em cada segundo que passa um novo aprendizado.
Agora é meu filho mais velho que me dá lições nessa minha curta jornada terrestre.
Com ele vivi bons momentos. Matriculamo-nos em uma academia de caratê, aprendemos juntos a dar socos e pontapés – uma defesa quase que indispensável nesta cidade cosmopolita. Depois matriculamo-nos na capoeira, num período fugaz, onde nos ensinaram a arte brasileira de ataque e defesa. Na minha cabeça, como pai, eu imaginava que juntos aprendíamos a arte essencial a vida – a disciplina!
Passado algum tempo apresentei-lhe uma academia de Aikidô – onde um mestre graduado ensinava a arte, original japonesa – lá ele não quis ficar, de uma maneira ou de outra ele não se sentiu atraído. Só eu me matriculei e assisti à poucas aulas, coisa de três meses no máximo – mas aquele mestre deixou marcas sobre como ter uma vida regrada e disciplinada – também pudera, ele dava aulas de autodefesa para a alta cúpula de investigadores de São Paulo.
Ele cresceu, e mesmo sendo bom no futebol, e escolheu o Rugby como esporte, e ainda teve uma rápida passagem pelo tênis e pelo surf.
Mas quis o destino, que agora, como adulto escolhesse o boxe, como seu esporte preferido.
Passou a assistir vídeos de várias lutas intensivamente. Um dia chegou em casa todo contente e me contou que havia se matriculado em uma academia de boxe. Brinquei com ele. Você sabe qual é o batismo do boxe: nariz quebrado. Rimos da chocha piada!
Os dias foram passando e ele foi me contando o que aprenderia na academia. Pai, disse ele: neste esporte existe apenas cinco tipos de golpes, são eles; o jab (é um golpe desferido com mão da frente, sempre mais rápido por isso é o mais fraco; direto (é desferido com mão que está atrás da guarda, mais lento e mais forte; cruzado (similar ao direto, mas desferido de um ângulo diferente); gancho (movimento semicircular visando atingir a cabeça, ou o dorso do adversário) e uppercut (movimento de baixo para cima, visando atingir o queixo do oponente).
Vi que existe uma série de regras: tem que ter um ringue, juiz, tem que ter as luvas, e os golpes devem ser acima da cintura, e eles só podem ser desferido com as mãos – e fechadas. Regras que tranquilizam os praticantes, e para quem torce.
Neste momento, perguntei-lhe, em qual deles você é mais forte, ele respondeu: o golpe direto!
Fiquei tão curioso que passei a assistir alguns vídeos pela internet. O esporte não parecia mais violento daqueles que a gente já conhecia, mas com algo em comum – a todos outros de luta - exigiam muito treino e disciplina. E é isso que estava percebendo no meu filho, disciplina, no esporte e no trabalho, e isto é um motivo de comemoração por um pai que ama seu filho.
Sinceramente não entendo nada de boxe, mas fiquei feliz com seu entusiasmo!
Poucas semanas depois perguntei a ele, como estava indo os treinos. Ele, com um sorriso nos lábios, disse. Tá ótimo, estou muito feliz. Meu treinador é muito bom. Será ele um ex-campeão indaguei? O assunto mudou e fiquei sem essa resposta, não sei por quê.
Em seguida ele disse - tenho me saído tão bem, que derrubei meu sparing com um direto – e fui elogiado!
O tempo foi passando, ele estava cada dia mais feliz com os treinos, e, mandou-me um vídeo onde ele: numa luta treino, utilizou os cinco golpes possíveis do boxe: o jab, direto, cruzado, gancho e uppercut. Assisti, também neste vídeo, o abraço fraternal que o treinador deu nele, como um símbolo de aprovação.
Aí, senti que meu filho já era um homem feito e sabia o que queria vida, e não sei se um dia assistirei uma luta ao vivo dele, mas nunca o senti tão determinado. E tenho certeza de que será um vencedor, no boxe e na vida!
Acho que com ele não preciso mais me preocupar, já posso morrer tranquilo!

⁠Cachorros e suas virtudes.

Tenho amigos que me deixam feliz.
Dálmata é alegre e veio de distante país.
Alemão é grande amigo e não tem nada de pastor.
Conheço alguns de raças indefinidas.
Vivo em todos eles a pureza da alma.
Companheiros, carinhosos e divertidos.
Não tem um dia em que um deles não me toca.
Toca fundo. Lá nas profundezas da alma.
Demonstram respeito. Cumprimentam-me sempre.
Alguns fazem festa com a minha presença.
Ah! Raça canina, cheia de virtudes.
Uma das maiores é a fidelidade.
A outra, pureza de espírito.
Penso que alguns humanos gostariam de ser assim:
puros de espírito.
Porém nem tudo é perfeito
Infelizmente, alguns homens, ao contrário dos caninos.
Jamais conseguirão...
Não os culpo. Afinal, ao contrário dos cães,
eles interpretam mal a finalidade do dinheiro.

⁠Poesias...
Universo entre universos.
Amor contido nos amores.
Sonhos que contêm sonhos.
Vida vivida entre outras vidas.
Ah! Poesia...
Bebo-a quando tenho sede.
Sua alma me alimenta.
És linda.
Começo e o fim da minha vida.
O brilho da felicidade.
O sentimento em toda a sua morfologia.
Entre o azedo e o doce.
Você me fortalece o espírito.
Poesia. Poesias.
Comigo estarão em todos os universos.
Onde haverá salões de bailes.
E neles, dançaremos ao som das galáxias.

⁠Morador misterioso
Dia e noite, está alerta;
Trabalhador incansável,
famoso em todo o planeta,
reverenciado em todas as línguas.
Criado para o amor,
qual criança, em súbita revolta.
Odeia e ama, sonha e realiza.
Destrói e constrói.
Esperançoso, triste, alegre,
mortal e imortal,
registrado por todas as civilizações.
Tem a memória de um computador,
fonte de pesquisa dos doutores.
Inspiração para os poetas, sensível, meigo, violento.
Motivo da paz e do ódio, capaz de coroar uma rainha,
derrubar impérios, provocar duelos.
Flutua como uma borboleta, fulmina o semelhante;
dissimulado, autêntico, responsável, irresponsável, irreverente...
Antes de morrer, ainda vou te entender, esse amigo, que tantas vezes insiste
Em se passar por meu inimigo,
Amo- te coração.

⁠Guerra e miséria.
Vivemos um século de grandes conquistas. A inteligência artificial veio para melhorar nossa vida. Há robôs fazendo o serviço pesado ou de necessidades especificas, outros usados na medicina, para cirurgias de alto risco. Não há limites para a inteligência humana. Não há limites para nossas realizações. Nós, superamos os mais complicados obstáculos em prazos cada vez mais curtos. Antes, mediamos a nossa evolução de séculos em séculos, hoje as mudanças acontecem a cada dez anos, em alguns setores, talvez menos..., mas, uma coisa parece não mudar – a concentração de renda. Poucos com muito e muitos com pouco – a fome e a miséria no planeta são enormes. E o que os governantes estão fazendo para acabar com esse cenário? Pouco, muito pouco! Preferem investir bilhões em suas guerras, ora para adquirir, ou defender territórios, ora por simples ideologia.
Quando é que teremos uma posição dos mais ricos para investir seus bilhões para resolver este problema crônico. Não é possível mais essa gastança em materiais bélicos, enquanto a maior parte dos habitantes não tem nem casa para morar, e muito menos alimento na mesa.
Precisamos parar as guerras no mundo e usar nossa inteligência para cuidar do clima, que, por nossa causa está cada vez mais fora de controle, e, principalmente dar condições mínimas de sobrevivência a todos habitantes do globo terrestre – até o momento, nossa única casa, sejam eles, de que país for.
Parem a guerra, e invistam no ser humano, milhões deles estão vivendo na absoluta miséria. É preciso que nossos governantes, coloquem como premissa em suas gestões a vida, ela é muito mais importante que todos os bens materiais do planeta.
Parte deste bilhões destinados a guerra, podem ser usados em pesquisas e desenvolvimentos de energias limpas – criando empregos - temos muito que fazer ainda: é um momento de transição. Vamos investir nestas energias renováveis – eólica, solar, hídrica. Podemos criar um mundo com energia limpa. A velha forma com base no petróleo está terminando – vamos usá-la ainda, sim, mas apenas como uma ponte para a transição.
E a outra, com urgência, destinada para combater a fome de milhões, principalmente nos continentes mais pobres.
Temos que superar esse desejo de fazer guerras e pensar em como construir uma sociedade mais igualitária, sem fome, e de paz...

⁠Você
O mundo caminha por segundos.
Os fundamentos sociais se acumulam de século em séculos.
As mortes viram estatísticas.
O nascimento vira um registro.
A vida morre a cada segundo.
Quer ser feliz?
Viva como um rio.
Cante como uma cachoeira.
Seja livre como uma andorinha.
Flutue como as borboletas...
Desista!
Quem você ama deve ser livre.
Jamais o acompanhe com uma ampulheta.
Você foi semente, hoje é um fruto, e amanhã será
uma saudade infinita...