Coleção pessoal de railer

Encontrados 8 pensamentos na coleção de railer

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Vivemos com medo, e o medo acumula, como cicatrizes de batalha, cada vez que voltamos para um relacionamento temos mais medo. Com o corpo cada vez mais machucado precisamos cada vez mais de armaduras para nos protegermos, mas a mesma armadura que nos protege nos limita, estamos cada vez mais limitados e cada vez que começamos de novo somos menores, mais frágeis e limitados. Temos medo de tudo quando começamos, medo de sermos traídos e medo de trairmos, medo de sermos fiéis e por isso sermos humilhados daí então fingimos indiferença, desapego, quanto mais desapego mais bonito, mais saudável. Temos medo de não ser a pessoa certa, daí então não levamos a sério, mas temos medo de ser a pessoa certo e se arrepender de não ter levado a sério. Temos medo de ser a pessoa certa, mas na hora errada, e perdemos essa chance para sempre, porque o que se acontecesse daqui a dois anos poderia durar a vida toda, mas acontecendo agora não dura um ano. Temos tanto medo que trocamos muito da nossa vida, sacrificamos tanto de nós só para não correr o risco de sermos chamados de idiotas.

Café sem cafeína
É um admirável mundo novo esse que se preocupa tanto com a saúde, emagreça, não fume, emagreça, não beba, emagreça, diz a televisão, essa ditadura da TV onde ela te ensina desde a criar seu filho até como cortar as unhas do pé não me parece saudável. Aliado a isso a ciência procura cada vez mais maneiras de salvar e prologar vidas e para que? Não estou dizendo para todo mundo desistir de viver, pelo contrário, as pessoas parecem estar desistindo de viver para sobreviver por mais tempo, ora, será o medo da morte tão forte assim? Desistimos de viver com medo de morrer.
Essa geração cerveja sem álcool, café sem cafeína me parece covarde, no futuro vamos viver 150 anos, 150 anos de vida vazia e inútil, controlando o peso, “faça exercícios”, passe um quarto do seu dia na academia, passe dois quartos trabalhando e o último quarto dormindo, porque para cada noite mal dormida você perde uma semana de vida, uma semana que seria muito bem aproveitada, na academia, no trabalho, e adivinha... dormindo.

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Eu queria sair encontrar alguém lá fora, lá tem gente, gente fútil, idiota, mas gente. Gente igual eu, que não quer ficar sozinha em casa, não suporta mais, eu queria ir lá fora, mas está chovendo. Quando está chovendo ninguém sai, pelo menos não só por sair, porque se sair todo mundo vai ver, todo mundo que independente da chuva é obrigado por algum motivo a sair vai ver que mesmo com o incômodo de andar na chuva, acha isso melhor que a casa, acha isso melhor que nada. Quem sai todo dia é carente, já me disseram, e deve ser mesmo, quando eu não saía todo mundo me achava sozinho, mas eu não me achava sozinho, agora saio sempre, estou cheio de companhia, mas me sinto sozinho, as mulheres que encontro, algumas quase lindas, não me satisfazem, parecem apenas um reflexo, uma imagem mal reproduzida dela.

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Agora ela está sabendo viver só, coisa que antes, de nós dois, só eu sabia, mas agora ela sabe, mas eu já não sei mais, de alguma forma ela me fez esquecer.
Agora a indiferença na companhia humana que eu ostentava, as vezes falsamente até, ela joga na minha cara, e se antes ela me chamava de niilista agora não me chama de nada.
Se faço uma pergunta, me responde com uma risada.
Está quase sempre indisponível, parece que marca uma hora para falar comigo, e nesse meio tempo responde minhas mensagens, depois, nada.
Enquanto isso eu nado nesse mar de nada procurando essa ilha de hora marcada, caso não a encontro me afogo em indiferença.
Nada.
Como posso ser tão dispensável se antes dizia que me amava?
Hoje não diz nada.
Como pode ser tão forte?
Porque é isso que é, força!
Uma força que eu não tenho, sou fraco, se fico sozinho por muito tempo já começo a ficar ansioso, a ansiedade me corrói, o silêncio, o tédio, o ficar sozinho comigo mesmo, companhia ingrata a minha, entre eu e eu mesmo, eu prefiro nada!

Relacionamentos são como comerciais de TV, você consegue viver muito bem sem aquele produto, mas depois que vê a propaganda passa a achar que sua felicidade depende dele.

Oh deuses, oh Deus! Tudo me escapa!
Pra onde vai todas essas coisas que passam tão rápidas por mim?
Quando olho, fogem, antes que eu consiga ver
Se vejo, fogem, antes que eu consiga tocar
Se toco, fogem, antes que eu consiga sentir
Fogem, fogem, fogem, todos fogem
Tudo passa, tudo foge
Tudo foge, escorrega, escorre e escoa
Por entre os dedos, desliza e vaza
Por entre os dedos, os meus dedos!
Dissipa, some e exala….

Se não houver recompensa após a vida, então o mundo é apenas uma brincadeira cruel.

Sua vida não lhe pertence não ouse tira-la.(The Adventure of the Veiled Lodger)