Coleção pessoal de PensamentosRS
As pessoas, na sua imensa maioria, são pouco inteligentes, não têm muita memória e estão afogadas num dia a dia horroroso.
Uma cultura grosseira gera um povo vulgar, e o refinamento privado não consegue sobreviver por muito tempo aos excessos públicos.
Levada ao extremo, a castidade deixa de ser uma virtude e torna-se, se não um vício, ao menos um estímulo a ele.
A gente deixa de ser criança quando percebe coisas maiores e mais fortes do que nossos mimados caprichos.
Explorei os vales sombrios da vida por muito tempo para que consiga me contentar com seus planaltos ensolarados por mais de algumas horas seguidas.
A diferença entre a vaidade e o orgulho consiste em que este é uma convicção bem firme da nossa superioridade em todas as coisas; a vaidade, pelo contrário, é o desejo de despertar nos outros essa persuasão, com a esperança secreta de chegar por fim a convencer nós mesmos.
Se encontrarmos em alguém um grande valor real, devemos esconder-lhe a nossa descoberta como se fosse um crime.
Delicadeza é prudência, indelicadeza é estupidez; criar inimigos inutilmente e de peito feito é loucura, é como quem deita fogo à própria casa.
O homem, no íntimo, é um animal selvagem, uma fera. Só o conhecemos domesticado, domado, nesse estado que se chama civilização, por isso recuamos assustados ante as explosões acidentais do seu temperamento.
O Estado não é mais do que uma mordaça cujo fim é tornar inofensivo esse animal carnívoro que é o homem, e dar-lhe o aspecto de um herbívoro.
Não contente com os cuidados, as aflições e os embaraços que o mundo real lhe impõe, o espírito humano crê ainda num mundo imaginário sob a forma de mil superstições diversas.
Não admite dúvida que é o conhecimento da morte e a consideração do sofrimento e da miséria da existência que dão o impulso mais forte ao pensamento filosófico e às interpretações metafísicas do mundo.
Se refletirmos sobre como a miséria e os infortúnios são geralmente necessários para a nossa libertação, reconheceremos que deveríamos invejar menos a felicidade do que a desgraça dos nossos semelhantes.
Depois de haver meditado longamente sobre a essência da música, recomendo o gozo dessa arte como a mais deliciosa de todas.