Coleção pessoal de mfpoton

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a individualidade não torna a pessoa menos humana, mas sim, com mais coerência com a vida e consigo mesma, não se aproveitar dos outros e procurar se preservar dos maus intencionados e sem querer ficar por aí fazendo o papel de bonzinho. E se isso vai de encontro com a mentalidade predominante e nos torna mais isolados, o que fazer, ao menos quando interagimos, o fazemos verdadeiramente. Nossos sonhos devem seguir o coração, como se fosse uma criança e orientado pela lucidez da mãe inteligência. Não deve ser tão difícil, abrir para aquilo que Deus nos enviou.

sem as pedras não ficaria tão lindo....
ficaria reto e liso,
faltando contornos e quedas
dando relevos a vida...
e ao olhar então...
nem se fala...
os passarinhos não
cantariam tanto
dando coro
a enxurrada
e a mata embaçaria
o verde das folhas
a deslizar sobre
as águas...

A força do livre
Arbítrio com certeza...
Ah!... que nos escapa em fuga
Como que a brindar loucos
desvairados e excêntricos
se deuses ou demônios
comandando
num tabuleiro jogos.....
com expressões sublimes
fitando com surpresas
exclamações e consternados risos
a se divertirem no Olimpo
com reações dos arbitrariedados
gladiadores
dessa nossa suposta
presunção de livre arbítrio.

Amor virtual
criado em games
como complemento
das carências
um suprir fortuito das horas vagas
que se desliga ao cumprimento do real
espécie de delírio
paralelo ao real
vou acabar por gostar
deste game abstrato
que acesso quando quero
ou transportá-lo ao real.
Amor virtual ou uma fortuita ideia surreal.

Viver uma verdadeira experiência amorosa é um dos maiores prazeres da vida. Gostar é sentir com a alma, mas expressar os sentimentos depende das ideias de cada um. Condicionamos o amor às nossas necessidades neuróticas e acabamos com ele. Vivemos uma vida tentando fazer com que os outros se responsabilizem pelas nossas necessidades enquanto nós nos abandonamos irresponsavelmente.

Queremos ser amados e não nos amamos, queremos ser compreendidos e não nos compreendemos, queremos o apoio dos outros e damos o nosso a eles. Quando nos abandonamos, queremos achar alguém que venha a preencher o buraco que nós cavamos. A insatisfação, o vazio interior se transformam na busca contínua de novos relacionamentos, cujos resultados frustrantes se repetirão.

Cada um é o único responsável pelas suas próprias necessidades. Só quem se ama pode encontrar em sua vida um amor de verdade.

Mar de pessoas
em idas e vindas
em rotineira romaria
sem reformulações num
mar sem ressacas
à espera do novo
ciclo lunar como
ondas chacoalhando
na areia já tão granulada
por tantas batidas
num vai e vem da vida
que se desfaz em
grãos que se
dissipam n'água
como a vontade aparente
desses grãos fadados
a um comum acordo
convencional das adversidades
à diversificação
como um grito no cristal.
Emoções tão engessadas
e veladas num velório pedante
que logo explodirá
em ondas volumosas em ressaca
dragando os inanimados grãos
arrastados pelas águas...

Um anjo
com um candelabro
a iluminar a noite
como vagalume
piscando fechos de luz
ao passar entre
bloqueios das folhas...
Vagante noturno
nas lembranças infantis
afastando o medo
vem em proteção
enfrentar o medonho escuro
para suportamos
e vencermos a noite
até quando ao raiar do sol
num novo tempo
chegar...
um anjo lindo
e seguirmos na noite
para adimirar-mos a lua...
O que seria do mundo sem anjos
se deflagaria a solidão
e o mundo esvaziaria...

Cansastes das passadas
que vão caindo para trás
que insiste em não avançar
queres tanto seguir
em frente
de embaraços
mas como...
se não podes seguir sem par
se para trás é fácil
não olhar,
mas para o lado
não tens como evitar
Olhar para frente em par,
pois a natureza induz ao par
como negar...
em par de idéias
aconchego
não de escoras
que te invalidam
a vida
aprender a seguir
sem negar
negando sempre...

Rosas...
já tão exaltadas
de todas as formas
intensa ou singela...
Vermelha
fervilhante beleza...
de entusiasmo à vida
Amarela
lúdica referência ao sol
da lucidez do teu calor
e intensidade dos teus raios
Branca
envolvente pureza acetinada
serenada de orvalho
deslizando em gota
a exalar seu aroma
Ah!...que todos os poetas
se silencie...
somente
para admirá-las

Suspenso no espaço
sem chão
numa extasiante
vontade de prosseguir...
Em estado de desalento
como uma desarticulada marionete
sem fios
solta na imaginação
a devagar na imensidão
sem saber onde chegar
alma num corpo em flutuação
que não aprendeu a esperar
Ate que por si só
vai se deteriorando
e despencando como
se não se sustentasse
mais na altura
e na suspensão do ar...

Verde olhar
fixo obtuso a fitar
o mar que em espelho
ao reflexo deste olhar
verde está...
o pensamento em marasma
neste apartamento
a marisia a consumir
a alma em metal
com gosto de guarda-chuva
Oh! Verde mar...
destes olhos a fitar
a cumplicidade da vida
e arrastar pensamentos...
te arrancar deste apartamento e
te levar para prencher o mar
de verde do teu olhar

Gota negra
maquiando um olhar
em estilo...ou sentido...
a carimbar
sobre balcão
papéis desimportantes
enfadonhosamente rotineiro
como um ser noturno
na obscuridade da escolha
a não condizer
com a palidez de
seu plácido rosto málacio
a denunciar-te
alguma fraqueza

Vestido vermelho
denunciando desejos
pernas e poder
na sua pretensão de deusa
nessa audácia de Dalila
em curvas cintilando
a cobiça do teu olhar
ofegante
seduz ao fogo
sucumbindo-o ao coito
como loucos
deliciando-se
ao salivar sabor
da mágica sutileza
do vermelho
dessa ousada menina

O que falo não sinto
mas sinto tudo o que falo
como biruta ao vento
que desarma no marasma
catalizador do tempo
de amenidades ao léu
como barquinho de papel
para ungir ouvidos
com aromático mel
no refrescante frescor do vento
inspirar o acre úmido
e inconfundível sabor de sal
me parecem versos românticos
mas nem de amor fala
para purificar ao vento
os doces sentimentos ao léu...