Coleção pessoal de maxwellrodrigues

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Primeira vez que passei
Vi uma moça tão bela
Numa banca sozinha
Parecia a espera
De alguém que de longe
Chegasse até ela

Numa tarde bem tristonha
Com céu cinzento ao olhar
Não vi tristeza na tarde
Só vi teu olhar passar
E vi que olhou o meu
Fiquei feliz ao notar

Numa noite de domingo
Ao fim de tarde marcar
Nos encontramos na praça
Ai que pude notar
Que teu cabelo enrolava
Nesse teu lindo olhar.

Nem de frente, nem de costa
Nem pra fora e nem pra dentro
Teve fora lá os ventos
Que trouxe esse sentimento
Que tive por ti um dia
Peguei e joguei fora
Não teve uma só medida
Não quero esses ventos
Esses ventos de saudade
Só quero ventos de poesia.

Sem ver minha alma crua
Sinto o doce da lua
Caindo no meu ser,
Hoje sinto amanhecer
Chegando ao meio dia
Chegou tarde quem diria
Pois sol a que não havia

E a tarde que se despedia
Chamando a noite de volta
Quebrando telhas mortas
Para que a luz volte a entrar
Hoje a tarde sem pesar
Mandei a tarde embora
Não quero coisa morta
Perto de meu doce lar."

A saudade é bandoleira
Perversa e mal amada
Num gosta de gente feliz
Faz de tudo a infeliz
Para atingir a gente
Feroz e de repente
Age sem ter pressa
Espera sem ter pressa
Para atingir a gente
Que não fez nada a ela
Mas por sentir inveja
Mata a alma da gente.

As estrelas já me disseram
Que você passou agora
Fui lá bem divagar na porta
Para ver se tu passava
E eu puder te olhar
Mesmo que de longe
Eu já te olhando
Já ganho noites perdidas
Mesmo lá fora, ou em outra vida
Seja minha estrela, de noite ou de dia
Mas não me deixe sem ela
Nem mesmo na outra vida
Mesmo na outra rua.
Se você quiser ser minha estrela
Eu não quero que tenha mais dia
Pois eu terei todos os dias
A estrela do meu dia."

Pode ir no seu enterro
De mil pessoas pra lá
E na outra ir uma só
Ou duas sei lá
Mas não importa quantas pessoas vá
Pois a terra que te cobre
É uma só de jogar
Não importa quem seja
Ou quantas pessoas vá

A terra que te cobre
É a mesma que cobre o outro
Mesmo sendo rico ou pobre
Mesmo feio ou bonito
Mesmo longe do infinito
O fim não é na frente
Pode ser de repente
O fim um dia chega.
A terra cala o grito
A terra cala o sujeito
Mesmo sendo bom sujeito
O fim é sempre o mesmo.

Quando a tarde cai calada
A noite estende um vestido
As nuvens o veste
para ficar de lembraça, de uma noite
Queiria acontecer.
As nunves derraram lagrimas sem saber
Aa lagrimas de lembranças passadas
De um passado lindo
Quando o dia era lindo
Quando tarde não se cansava.
Hoje a noite dá voltas em casa
A procura do vestido
Que caiu da noite fechada
O vestido lavou a minha alma
O vestido lavou o meu presente
Jogou fora, de repente
Toda a dor que dava voltas
Nessa alma quase morta
Mas ao vestir esse vestido
Se tornou tão viva, quanto a dona
Essa dama, mulher de preto
Que escurece noites vencidas
Mas não joga seu veneno
Mas a amente dela joga o veneno
Que é a chuva que banha meu sereno

Estou de volta
Nesse lugar sereno
Onde tudo era veneno
Onde não se passava vento
Onde o vento tem casa
E não saia dela, se tranca até a janela
Mas ninguém o vê fora
O vento se incomoda
Quando ele vem quente
Bate na testa gente
Queimando tudo de repente
Não é como beijo quente
Que deixa a solidão triste
Que mata o lado do verso
Aquele lado mais triste.
Hoje a noite matou o verso do dia
E o dia perdoou o verso da noite
Pois a noite tinha o verso da lua
Que iluminava o velório do dia
Pois agora não haverá mais dia
Pois quando o dia morre, se enterra de noite
Pois a noite é o melhor dia.

Hoje o dia se declarou pra noite
Mas só que a noite
Não gosta de coisa quente
Nem coisa de repente
A noite é muito lenta
Gosta de coisas frias
Gosta de coisas lentas
Gosta de namorar ela mesma
Não gosta de namorar o dia
Pois a noite não namora o dia
A noite namora os poetas."

A noite traz de volta
Aquilo que o dia matou
A noite traz de volta
Aquilo que o dia
Um dia se apaixonou
A noite traz de volta
Aquele meu amor
Que estava perdido
Na montanha do dia
Mas não estava perdido
Foi o dia, que um dia o sequestrou.

O dia escureceu a noite
A noite escureceu o dia
O dia me mostrou o que é noite
E a noite me mostrou o que é dia
Hoje aqui fora eu vus digo
Que eu conheci mais a noite do que o dia
Pois o dia é feroz, é quente, é descontente
Já a noite é de repente
Passa de repente, sem dor, sem lamento
Mas depende muito do sentimento
Que faz a noite ficar lenta
Que faz o dia ficar distante
Daquilo que te contenta.