Coleção pessoal de MadalenaPizzatto

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⁠No dia 10 de janeiro, o Parque Nacional do Iguaçú, que abriga as Cataratas do Iguaçú completou 85 anos. - Patrimônio Mundial Natural.
Minha homenagem:
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FOZ DO IGUAÇÚ - LIRISMO E POESIA
As suas águas caem sem parar,
explosão de suprema beleza,
seus chuviscos esfumaçam o ar
revela- nos a sua grandeza.


Dançando num traçado singular,
serpenteia bela com firmeza.
Ao cair, vejo seu amor derramar,
milagre de Deus na Natureza.


Verde Vida em volta das matas.
Força, vibração com encontros mil,
faz da imagem magia sutil.


Poema jorrando em cascatas,
lirismo na Foz das Cataratas.
Um Cartão Postal do Sul do Brasil !

⁠MEU INVERNO

Surge uma estrela no céu.
Um cruel vento frio afronta
as árvores solitárias e nuas.
Em um reino, imerso em névoa,
brumas se entrelaçam nos meus sonhos.
Sem luar… sem mar… sozinha
A voz noturna do meu silêncio,
destrincha meu coração.
( Inverno - e os meus devaneios! …)
Corro todos os riscos no inverno.
Fecho meus olhos, vejo o que quero.

É melhor sonhar do que viver!

⁠A LUA


Quando dourada e cheia de vaidade,

cintilante encanta os apaixonados.

Sensual, flutua com majestade,

nua se insinua para os namorados.


Se no espaço míngua sua metade,

tímida e indecisa esconde um dos lados.

Camufla nas nuvens de ansiedade,

com silhueta triste canta fados.


A donzela sorridente no céu.

sem sono vaga, gira e dança ao léu.

ao ressurgir serena e prateada.


Vacila modesta, envolta em um véu,

Numa repetida e eterna jornada.

luz calada - oscilante caminhada.

* Poema premiado em 3º lugar -
no 11.º Concurso de Literatura de Francisco Beltrão - 2017.

⁠MARINHEIRO - VALPARAISO ( CHILE )


Marinheiro triste cansado,
marinheiro de um país distante
tem saudades, quer guarida.
na rua… lua …luz e cores,
grafites, poema e Neruda.
Sobe escadas do beco estreito
das casas multicoloridas.

Marinheiro triste cansado,
marinheiro de um país distante
em onda viril…sul sem norte.
Braços tatuados… suados,
corpos entrelaçados, afetos,
beijos… face a face…sussurros
numa amante de passagem
Beija e parte; amor passageiro.

Marinheiro triste cansado,
marinheiro de um país distante
Marinheiro alma triturada
ao som das músicas do cais
Cabisbaixo…cambaleia
cabisbaixo… levanta âncoras,
cambaleia… ondas de amarguras
O vento corta os horizonte,
busca um novo porto seguro.

Novos hangares…alma navega à deriva…
outros lugares… ao sabor do seu vagar…

( Valparaiso - Chile / Março 2012 )

⁠EMILIANO PERNETA

Emiliano Perneta, foi nosso simbolista,
Maior poeta paranaense do seu tempo.
Inflamado defensor ativo da República.
Lutou por liberdade nos seus versos e prosas.
Introduziu vários movimentos literários
Advogado, promotor de justiça, jornalista
Nomeado como professor de português.
Orgulho para todos nós, os paranaenses!

Publicou seus poemas em livros e revistas.
E presidiu o Centro de Letras do Paraná.
Representa um grande ícone da literatura.
No Paraná imprimiu e perpetuou suas obras.
Eleito como nosso Príncipe dos Poetas.
Terminou seus dias na Pensão Otoo Krohne.
Aqui no Paraná, é nome de praças e ruas.

Madalena Ferrante Pizzatto - 2014

DÚVIDA


Durante meses, durante anos,
noites após noites,
foi meu companheiro.
Nas noites longas de insônia,
foi meu bom conselheiro.
Nas noites triste,
quando abafava meu pranto,
foi um amigo verdadeiro.
ficando ao meu lado.
Depois de um dia cansativo e longo
era um perfeito cavalheiro
em silêncio, acalentou meu sono.
Vejo- te ultrapassado,
velho e cansado.
Hoje fui em busca de um novo parceiro,
confusa, diante de tantas ofertas,
( Magnéticos - Nasalatex,
Ortopédicos - Plunas - Duoflex.)
Resolvi ficar com meu velho travesseiro.
mfp - ( 30/ 07/ 2019 )

RETRATO DE CURITIBA

Minha amada, gelada, cinza e nublada,
de inverno com o céu azul translúcido,
outros muitos bruscamente escurecidos,
o sol tímido algumas vezes brilha aqui.

Queridinha do vampiro e polaquinha,
do Poty, da Elena Kolody e Leminski.
da “vina”, do“penal” do “piá” e Au Au.
Tem o Pierogi do Tadeu e tem Cini,
a cocada do Bomfati, a rua Teffé.
da Boca Maldita e o chique do Batel.

Sorriso e cores, flores no calçadão
Suas Torres, palácios e casarões.
tem também a feirinha do Poeta.
A Curitiba de natais inesquecíveis,
musicais, teatros, do antigo e do novo.
Aqui tem Gralha Azul, pinheiros, pinhão

Domingo no Tangua, Tingui e no Barigui.
Porque é linda e Santa a Felicidade,
hoje eu te envolvo com meu abraço
Curitiba, é muito bom viver aqui !

⁠RETRATO DE CURITIBA

Minha amada, gelada, cinza e nublada,
de inverno com o céu azul translúcido,
outros muitos bruscamente escurecidos.
(Um sol tímido algumas vezes brilha aqui.)

“Daí você já sabe” aqui tem leiTE quenTE.
tem o Vampiro e a sua polaquinha,
A Curitiba do Zequinha, da Cini ,
do Poty, da Elena Kolody e Leminski.
da “vina”, do“penal” do “piá” e Au Au.
Cidade Sorriso da Rua da Flores
dos teatros, dos Natais e musicais.

No domingo tem Tangua, Tingui eBarigui.
Porque é linda e Santa a Felicidade
e no Paço daLiberdade, eu te abraço!
Curitiba, é muito bom viver aqui !

⁠Quando flagrei vultos imaginários,
vestidos de sonhos,
vagando no deserto
da minha alma solitária;
Por um atalho, tentei soterrar
todos os abismos que nos separam.
( foi tudo em vão… )
Num sobressalto, sem medo,
coloquei em xeque minhas quimeras
na folha de um papel em branco.
mfp - 2020

⁠POETA


Igual poeta,
faço poema.
Rasgo minh` alma,
lanço meus verso,
longe do quarto,
dentro de mim,
sem lucidez,
sem os desvios,
e sem frações.
Múltipla… inteira...
encontro - me!
( 14/01/2019 )

⁠SALMO

Quando vejo Seu olhar na brisa,
o vento ondulando os trigais,
a valsa de um Beija - Flor,
o canto dos passarinhos,
a gota de orvalho nas flores,
a lua refletida no mar,
o céu bordado de estrelas,
o sol dourado surgindo no mar
e morrendo rubro na serra;
percebo Seu Amor escorrendo na Terra
e Seu Poder refletido no Universo.
madalenafpizzatto- 2020

⁠O SOL E O MAR

Embalado pela brisa serena,
o sol dourado treme mansamente,
refletido nas águas do mar.
Gaivotas cruzam o céu velozmente,
à busca de descanso e alento.
O céu, o mar se fundem,
e se tornam um só no horizonte.
Enquanto olho o mar,
um sonho suspira errante,
faz companhia à minha solitude
e murmura mansamente um sutil lamento.
Audaz, acena - me e chega sedento
num instante, invade o peito da gente.
Sem saber mais qual é a diferença,
entre sonhos e realidade que se fundem
e confundem a minha mente;
Vasculho uma resposta que não existe,
enquanto o mar devora os meus sonhos,
Um dia, quem sabe, ainda vou aprender
a dizer adeus aos meus sonhos.

⁠PRIMAVERA

Quando a primavera passar,
os versos insegurosdo meu poema
terão palavras vazias.
Involuntários, sem pressa,
com desdém, num gesto tímido,
sutilmente deslizarão num papel,
sem se ater com que minha alma sente.

Os seus substantivos estrangulados,
apenas se fartarão de algumas pobres rimas;
cores… resplendores… flores… amores…
Sem lamúrias, os versos indolores,
não dirão absolutamente nada,
daquilo que dilacera e queima a minha alma.


RIACHO RASO

Não quero ser poderoso mar,
forte, profundo e extravagante.
Não quero sua grandiosidade,
nem a avidez da sua beleza
Não quero ter a sua voz rouca
das muitas águas que se rebelam
em ondas agitadas e bravias.

Quero apenas ser riacho raso,
ter calma , doçura e pequenez.
Com águas mansas e cristalinas
rodopiar com folhas e flores,
quando o amarelo outono chegar.
Quero ser espelho da lua e estrelas,
e banhar a luz do sol tremulo.
Buscar os sonhos entre as nuvens,
derramar minha alma em lágrimas,
deslizando sereno entre pedras
Até um dia ser engolido
pelo poderoso e forte mar.


PASSA O TEMPO

Quando a noite pousa lentamente,
recolho e acolho lembranças suas
(hoje confusas na minha mente)
Enquanto contava uma história,
você nos meus braços adormecia,
( sonhadora criança menina ).

passa o tempo…e passou bem depressa…

Feroz, sem saber que era feliz
rasgou seu vestido azul de organdi
e cortou seus cabelos com tranças.
Com uma havaiana no seus pés
e asas na sua alma, voo longe.
( igual um pássaro sem destino)
A distância levou sua presença
deixou comigo ondas de saudades.

Voz de mãe: sonho com minha filha,
choro baixinho na madrugada,
abro meus braços, dou - lhe meu abraço.

⁠METAMORFOSE

Sem despertar nenhuma admiração
uma lagarta na sua carcaça,
é cativa desta situação,
cresce no exílio… o tempo não passa.

Nova manhã… num sussurro sonolento,
rompe o casulo… emerge fascinante
em borboleta. Nas asas do vento,
corta o ar com seu manto azul cintilante.
A borboleta com graça e magia,
Ao passar pelo aperto do casulo,
da sua história fez uma poesia.

1.º lugar no Concurso Literário da Academia de Letras dos Campos Gerais.

⁠EU E A OUTRA

Eu sou a outra
que com gestos precisos e comedidos
enxerga a vida com mais dureza
e esquiva - se de todas as quimeras.

Enquanto a outra, … metade mim,
caminha por um campo minado,
derruba paredes que separam,
ainda pasma com o pôr do sol
e com a lua refletida no mar.
Fica zonza ao ler um soneto da Janske.*
Sonha com um amor inominável,
anda de mãos dadas com a saudade
e solta- se…voa com a onírica liberdade.
Sem nenhum disfarce, cutuca uma dor,
cava palavras e verbos
e, sem anestesia,
faz nascer um poema novo.

*Janske - Poetisa nascida em Amsterdã, radicada em Curitiba desde 1958.

⁠ OUTRA DIMENSÃO

Paralela à minha vida mansa e cautelosa.
ele vive em outra dimensão,
Sem porquês, sem explicações,
ele chega férvido, impetuoso,
ávido, mentiroso ou sonhador.
Chega num momento imprevisível;
seus versos agitam-se e agigantam-se;
invade-me por inteira,
e me “dá o bote”.

⁠O SILÊNCIO DIZ TANTO


Meu Presente se abre em silêncio,
de pretéritos irresgatáveis.
A vida superposta em camadas,
recheada de sonhos desfeitos,
com seus encantos e desencantos,
entre as alegrias e tristezas.
Quando maceradas se fundem
num riso triste ( transparência? )


Cada despedida - uma ferida...
olhar resignado - farpas n` alma...


Sob a força de uma dor oculta,
quando nem a lua é testemunha,
enquanto o silêncio diz tanto,
com seus gestos lentos, sem vigor,
( instigante ), abre a janela d`alma.


Sem as rimas rígidas nos versos,
um poema brilha na vidraça,
escorre com suavidade
igual a um orvalho matizado.

⁠PERCURSO

É agradável contempla -lo,
no despertar da manhã,
ora tímido, ora ousado.
Espreguiça- se... levanta.
Discreto, invade meu quarto:
audaz, aquece meu leito.
Hesitante, me fascina
com seu jogo matutino.


Ah ! Quantas vezes, eu o vejo
fitando-me ardentemente.
Os seus lentos gestos trêmulos,
ofuscam - me ao meio- dia.


Quando chega o entardecer,
veste -se, com novo tom,
altivo ou triste. Assim parte.
Maravilhada, vejo-o
lentamente, declinando,
numa linha do horizonte.
Rubras sombras vagueiam
no silencioso céu...