Coleção pessoal de luis_ochoa

Encontrados 12 pensamentos na coleção de luis_ochoa

⁠A felicidade é um bem da alma que só se consegue com o caminho da virtude e da justiça. Mas, para se ser justo, é necessário negar os impulsos do corpo e da mente, e a negação da vontade é contrária à felicidade.

⁠No instante da criação poética, beijo a inocência, e o universo senta-se a meu lado numa partilha íntima e espiritual. Tudo o resto não existe, nem a verdade.

⁠Todos os dias vejo-me num novo encontro com o mundo,
um primeiro olhar, um toque inédito,
e nada há na noite que me diga
que a vida é uma expressão lógica.

⁠Se a vida me devolvesse dez anos,
iria por outros lugares, veria outras gentes e,
passado outro tanto tempo,
estaria aqui na mesma a acender um cigarro
e a perder o olhar no fumo que se lança no infinito

⁠O que tenho certo são paragens espalhadas,
sentidos que não ficaram,
e um caminho que vai contra o tempo!

⁠Os meus pensamentos transgridem
as margens que me prendem o nome.

⁠Os que entendem , como eu, o murmúrio do amor saberão que tudo é mistério que nenhum tempo saberá descobrir!

⁠ Esta estrada anónima, que um dia terá nome completo,
cada vez mais perto, será uma estrada fechada,
ou a abertura de uma suspeita invisível do que está para lá desta estrada aqui…

⁠O conceito das palavras não se encontra na pele, mas dentro do corpo.

⁠São negras as salas da solidão.
Amarram a noite, mesmo que o dia bata à porta.
E ninguém chama pelo meu nome,
nem um aceno do lado de lá do medo.
Olho-me inexistente no mundo,
como um cadáver de alguém que por lá passou e terá partido.

E não deixou conhecidos,
nem ninguém que tivesse chorado a partida!
Um abandonado que só a solidão deu guarida.
Sempre fui um improvável na boca dos sonhos,
um eterno suposto do real.

Nunca o que quis de mim existiu,
morri sempre antes das últimas palavras,
padeci à beira das águas, junto à areia,
um quase em tudo o que partia de mim.

Nunca existi.
Nunca ninguém deu por mim,
e hoje sou filho oculto do mundo no berço da solidão.

⁠Vou sabendo de mim no escrutínio dos dias,
nas águas que vão passando pelo tempo,
por cada tempo vivido, ou deixado, mas nunca me vejo completo.

⁠Haverá sempre um fado que me tira das mãos o suposto,
a força inabalável de um rio longo,
tão longo como a vida e depois da vida –
intransponível evidência que não se vê, mas que se sente,
comando firme que me olha do extremo de mim.