Coleção pessoal de edsonricardopaiva

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⁠"No cume de qualquer montanha
Há o início da descida"

Edson Ricardo Paiva.

⁠A galinha que um dia conheceu a companhia da águia, sentir-se-á uma águia pelo resto da vida, mas a sua natureza sempre a conduzirá à companhia dos frangos e ali ela vai ciscar e cacarejar como galinha, pois foi o que o Divino prescreveu para os da sua laia.

Edson Ricardo Paiva.

Quando a gente era criança
Existia uma lenda
Sobre um pote de ouro escondido
E que nem todo mundo o encontra
Havia um segredo
Eram coisas que se queria
Sem saber bem ao certo o que era
E talvez estivessem por perto
Quando o certo
Era antes responder pra si
Que, se a gente conquistasse
Todo o ouro que existe no mundo
Pra que será que ele servia?
A vida, uma estrada bem larga
Felicidade, uma senda
Enquanto isso
A gente ia sentado
Nas janelas do trem da vida
Pesquisando em mapas e fotografias
E perdia as mais belas paisagens
O tempo apressado, pediu pra passar
E eu deixei
O tesouro não era um pote
Nem bau, nem nada assim
O segredo da vida, é a vida
Que se encontra espalhada
No caminho a ser percorrido
Pra poder ser vivida
Um pouquinho a cada dia
E todo dia ela muda
O tesouro da vida é um sorriso
Um resto de melodia
É saudade que gruda
Então, se é possível sorrir, ainda
Faça isso em cada dificuldade
O pote de ouro da vida
Não era uma lenda
A mentira escondida, era sobre o valor
Das coisas que o dinheiro compra
Há tesouros diferentes
De vida pra vida
E se tornam semelhantes
Na medida em que você percebe
Que os tesouros de maior valor na vida
Vem de graça, na graça da vida
E eles não estão à venda.

Edson Ricardo Paiva.

⁠Eu não sei de nada
Queria entender
O que existe pra ser eterno
Nunca é maior que uma nuvem
Que a paisagem na lembrança
Não, não entendo esta vida
A alegria fingida de dia
Da alma que acorda rasgada
O olhar que se fecha e divaga
Veneno cortante
De flecha zunindo
Esse ar que se rarefaz
Senta, sente assim
Cada gargalhada, cada passo
O sereno cansaço
Só pressa é quem cumpre a promessa
Aquilo que destoa
É coisa à toa que não vale a pena
Resta a alma ensimesmada
O chorar só pra si
Seu sorriso às avessas
A colheita da escolha fria
Plena, pequena, perfeita, vazia.

Edson Ricardo Paiva.

Era somente o silêncio
De um tempo que se foi
Era noite
Todo mundo queria
E um dia eu também quis
Amanhecer distante dali
Porque pensei
Que poderia voltar lá
A qualquer instante
Percebia em meus ouvidos
O ruido mágico e único
Na paz do silêncio
Que de longe vem
Naquele mágico momento
Que o silêncio a tudo diz
E tudo faz sentido
Era o encanto do não saber
Que a brisa a soprar lá fora
Depois de ir embora, não volta
Era um pensar inocente
Que tudo aquilo nos pertencia
Era da gente
O silêncio em silêncio ficou
Pediu ao tempo que dissesse
Que a vida ao redor
Tem vontade própria
E nos convida a viver
Mas o viver da vida
Obedece
À sua própria vontade
E não a nossa.

Edson Ricardo Paiva.

⁠Como criança
Você lança a pedra pro alto
E ri de alegria incomum
Aquela que só tem quem desconhece
Taca fogo na floresta imaginária
E pula de felicidade e dança
Dança como quem dança na chuva
Chuva cai como uma pedra
Apaga a chama da floresta
Lança pro alto a fumaça
Qual criança, desconhece a direção
Deixa por conta dos ventos que levam palavras
Elas vão como a fumaça
O destino da pedra era o chão
Quem sabe, uma vidraça
Não te cabe a direção dos ventos
Não se sabe a profundeza da lagoa
Onde se lança a pedra a saltitar mil vezes
As águas sempre se evaporam
E as nuvens choram de comum tristeza.

Edson Ricardo Paiva.

⁠Liberdade
Andar descalço ao entardecer
Caminhar no mesmo passo
Içar a vela
Perfume de outrora
Hoje é pranto de estrelas
Saudades são vagalumes
E sorrir sem vontade
Estrelas que brilham porque a luz mandou
Te parecem ser bem mais felizes
Navega perdida a verdade de agora
Só o tempo é livre
Arguto, ele passa sem te olhar
Calçar os sapatos, pisar diferente
Fui olhar a flor que foi bonita
Na leveza do vento
Como quem caminha lento agora
Gruda na roupa da gente uma luz de garoa
Uma gota a mais, transborda
Acorda tua eterna vontade
Não sabe de quê
Qual canoa se afasta a vagar
Essa estrada que se vive, ela tem fim
Não se pode segurar o tempo, ele não fica
Só que isso não significa
Ao tempo que ele seja livre.

Edson Ricardo Paiva.

⁠A janela, que hoje range, ainda é a mesma
Aquele arbusto, a jasmineira
A pele, outrora...a pele
O músculo que espasma
A hora, o tempo, a vida, o custo, a espera
Era tudo um sonho, um som que vem
Que nem se fosse um vento, um canto
O pranto desses pássaros
A pele que era tão...e que era tanto
Pensamento vem de algum lugar
Hoje parece ser tão longe quanto o é
Ontem não era
Ontem, uma ilusão
Tanto faz se futuro ou passado
Quando se aprende a olhar no escuro
É triste, não existem corações assim, desertos
Tanto faz se perto ou longe
A janela ainda é a mesma, hoje ela range
O Sol no céu não mudou nada
Coração deserto, todo mundo aqui
Se olhar de perto, olhar por dentro
Por certo quase todo mundo ainda é igual
É como olhar a capa, o livro, há muito o li
A história ainda é a mesma, amarelada
Mas a maneira de entendê-la, não.
A janela, hoje pintada
Imita outra, finge nova
Mas o tempo limita, põe à prova, leva ao longe
Tão longe quanto o é, quanto parece ser
E a janela, outrora aquela, agora range.

Edson Ricardo Paiva.

⁠Vejo a estrela cadente
Na viagem que o universo abrange
Pelo tempo que o infinito, se o souber
Há de apenas te dizer que é longe
O lado mais bonito disso tudo
É que a passagem pela minha vida
Só perdura um breve instante
Me convida ao pensamento
Às vezes conclusivo, embora conflitante
Tão confuso quanto o amor baldio e mudo
É dor pra qual não tem remédio
O nada inexistente, ao arrepio do sentido
Se tudo que vejo é o momento presente
A chuva aumenta, lenta e tristemente
Deus alegra a vida, evoca a arte
Parte a luz à esguelha
A cor da rosa em sustenido; vermelha
Espelha o céu no chão
Põe pássaros à telha
Saudade, que morreu de velha
Dizem que foi desde ontem
Não há como o saber nem alcançar
Calou, deixou passar, consente
Estrela, leve em ti
O nosso breve olhar veloz, sem voz
Leve mormente
Nem que morra em alguma neve
Se tens mesmo que partir
Leve esse olhar
Guarda pra ti.

Edson Ricardo Paiva.

⁠Eu te prometo nunca mais
Te prometer mais nada
Vou te buscar detrás das nuvens
Causar-te pressa de voltar pra casa
Motivo pra essa vida
Eu te prometo:
Nunca mais vou te fazer promessa
Serei tua prece atendida
Quero ser coisa boa e boba na tua vida
Invisível, como a flor colhida
Estar em cada pequena alegria
Ser o começo e o fim do dia
No pôr do sol, no recreio
Na lembrança, o tudo que não volta
Na saudade, o todo que não veio
Porventura houvesse
Em tudo eu recomeçaria
Ser teu telhado, guarda-chuva, escudo
Encabeçar a lista da melhor lembrança
O suor que conquista
Colocar você no escrito do poema
E, se deixar-te
Deixar-te algo bonito pra dizer de nós
Estar naquele canto que ficou vazio em minha ausência
No frio que virá veloz...sem pressa.

Edson Ricardo Paiva.

⁠Nasce o dia na janela
Bela luz que resplandece
Cresce o canto de pássaros lá fora
Poesia infinita pra olhares falantes
Olha o ar com olhar de ouvinte
Um certo manto vem cobrir-me a alma
O momento, o instante, o segundo seguinte
Um mágico nascer de dia
A magia sobrepõe-se à lógica
Transcende ao frio caminhar das horas
Põe as coisas onde estão
Aquece o caminho
Navega o mar sem pressa
Atravessa bem devagarinho todo o ar que me permeia
Se compõe, se sobrepõe, vagueia e aquece
Nasce o dia como a prece que agradece a poesia primeira
Tem que ver como é bonito
Quando o espírito da gente
Volta lá na primeira manhã
Relembra o quente que era
Cada sol que alvorecia e mostrava
Toda gota brilhante
Cada instante percorria a nova primavera
Vivida ou vindoura
Cada lágrima chorada
Pois a vida é nada, se a gente não chora também
Se são elas que douram as lembranças
De todas as dores e alegrias
Noites bem ou maldormidas
Manhãs orvalhadas
São as horas da vida e há de sempre faltar
Vamos sempre carecer daquele mero instante
Irmãos e irmãs, um olhar aos ponteiros
Corre o tempo, passa tudo
O nada, a saudade, a solidão, um sorriso e a gratidão
Nasce o dia na janela, é preciso viver
E se a vida é bela ainda
Cada um de nós precisa ouvir
A voz que tem o coração
Só ela pode dizer.

Edson Ricardo Paiva.

⁠O preço de todas as coisas
Junta ao peso que elas tem
O endereço concorrido
O quesito bem avaliado
A altura da queda
A palavra bela
Esquecida, quando houvera de ser dita
Era bonita, pena que deixou de lado!
Como a espera impiedosa pelo trem
Trem do tempo que passou
Um pedido, o olhar perdido
O fim da estrada que desaparece
Nada, esquece, ele não vem
É flor que brota e cai pra virar fruto
É sombra na calçada
Escombros de passado
Nada, esquece, ninguém veio...o tempo vem
E você, parado ali no meio do caminho
Um doce amargo que ficou
Deixando o gosto, a dor que não se sente
Sentada no lugar vazio
Um vago de recordação
Hoje você diz palavra
Pra depois saber que ela voltou pra responder
O vento sopra o fim do mundo e volta
Mesmo assim não desanime, não desista
As flores vão caindo no caminho
Deixam pistas pra saber voltar
Voltar pra onde?
Há sombras na calçada
Cuja escuridão pelo deserto esconde
O luar desaparece
Resta sempre a estrada
O preço, a medida, o peso que elas tem
Fecha os olhos pra velar
Sonhar teu sono, merecido sonho
Esquece, ele não vem.

Edson Ricardo Paiva.

⁠Quando ele voltar, depois da chuva
Abra aquele litro de bebida
Apele pro teu resto de bom senso
Lá fora o mundo é grande e o frio, imenso
Quando ele voltar, depois da vida
Abra teu sorriso, porventura houver guardado
Aquele desgastado, penso nunca, jamais visto
Sequer por teu olhar sem amplitude
Guarde teu orgulho costumeiro
Esse, que acompanha a tua sombra o dia inteiro
Descobre teu olhar de todo argueiro
Se acaso sentir medo
Feche as mãos, esconda os dedos
Quando, então, se revelar detrás do espelho
Donde há de voltar, depois de tanto tempo
Um resto de lembrança, um traço de esperança
Um espaço que estava vazio
Outro pedaço de passado
Cacos de vida lado a lado no presente
Ilusão de tempo dilatado, embora inexistente
Bem diante dos teus olhos, logo após o estio.
No mesmíssimo lugar que se encontrava
Antes da chuva.

Edson Ricardo Paiva.

⁠"Penso que quem não conhece
Pode ser que pense que era e compre
Pois o som não se propaga no silêncio, o rompe."

Edson Ricardo Paiva.

(Sob o silêncio da lua)

⁠Baila, tempo.
Corre pra longe
Morre em outra dimensão
Vai lá, nos confins da última madrugada
Mostra o nada que são nossas vidas
E depois volta pra cá
Vem mais depressa que a luz
E depois nos entrega
A cada qual nossa cruz
A cada mal que se oculta
Em cada bem que carrega
Vem pra perto e se desfia
Desfila o nada bem diante dos nossos olhos
Nossos duros e imaturos corações
Quem sabe, assim que se enxerga
O quanto é incauto quem te desafia
Cada qual com sua bússola insular
Que faz perder, que desnorteia
Às vezes um soar de sino
Anunciando o sândalo da noite
Tu, que és tão forte, que derrete a neve
De sorte que cada segundo passa a ser tão breve
Leva contigo a marca da idade deste mundo
Só tu tens lugar no sem fim
Desembarca, tempo
Conta pra nós nossas vidas
E baila e dança e não descansa e depois volta
Vai lá, tempo velho e nos desaponta
Desponta lá no longe
Afronta esse universo e cada estrela sem porteira
Sem eira nem beira e tribeira e tão rico e tão leve
Livre, como o sol da primeira manhã
Tão forte, que move o moinho que mata a fome
Não negue que mata o homem que mata a morte
Leva minha vida nas mãos
Vai, que eu fico igual a todos
Entregue à própria sorte.

Edson Ricardo Paiva.
Edson Ricardo Paiva

⁠Já estive em quase todos os lugares
Onde a vida nos permite estar
Sem convite para olhar de perto
e nem de longe
Onde quer que, porventura, houvesse
Hoje estava só, sentado no quintal
Vendo o sol na minha cara
Claridade ali, parada sobre a roupa
Que desbota, estendida
Sem sopro, sem prece
Nenhum canteiro de rosas, nem de vida
Arremedo de verso e nem dedo de prosa
Nada digno de nota
Um convite pra fazer cara de triste e nem contente
Nada a ser notado
Nada que me faça diferente
As coisas vão ficando e nos deixam de lado
Descontente acho que sempre fui, de graça e sem queixa
Pois já estive em quase todos os quintais que a vida deixa
E jamais achei-os parecidos
Creio serem eles todos muito iguais
Um silêncio com ou sem ladrilhos
Reles, toscos
Frios, quais os trilhos sobre onde vaga o tempo
À margem de quase tudo
Uma imagem sempre assim...
Tão desbotada quanto a triste lembrança
Esquecida, assim, sumiste
Enfim, se apaga
Falso encanto de tecido
De estampado colorido
Que se apaga sob o sol que te ilumina
E termina sempre a se esvair
Deixe sempre um tanto de sorriso sobre tudo isso
Nem que seja só pra que ele seja visto
Nem que o vejam sem notar.

Edson Ricardo Paiva.

⁠Não me lembro bem que ano era
Tem bem mais que muito tempo
Era só mais outra primavera
Mas setembro tem o dom dessa saudade
Tinha um sapo que cantava à toa
Sua voz tinha o som de piano ou de sanfona
E tinha a sapa, que valsava
E tinha uma canção, que vinha no vento
O sapo era tão vagabundo
Que esperava a balsa pra ganhar o mundo
E tinha a rã, com cheiro doce, de hortelã
Porém, a sapa era do mês de agosto
A marrafona era mulher sem rosto
E eu ainda era criança
Mas o tempo passa e sempre tem setembro
Trazendo essa saudade, essa lembrança
Uma coisa boa, uma verdade que é so minha
E não me lembro muito bem que ano que era
Nem qual idade que eu tinha.

Edson Ricardo Paiva.

⁠Faço um acordo com Deus
Mas não tenho nada a dar em troca
Além de palavras quaisquer
Que, a bem da verdade, são poucas
Nada além de um coração que quer
Fazer um trato com Deus
É pouco, é quase uma promessa
Dessas, que a gente olha pro céu
E pensa e pensa
E percebe que não fez nada na vida
Que merecesse a divina atenção
Trago mãos vazias
Uma cara de triste, dessas que a gente faz
Pra falar com Deus
Um coração que bate, mas quase em silêncio
Uma espécie de paz
Dessas que não temos
Na verdade não tenho nada
Penso; e nem sequer uma promessa
Nenhum pedido
Nada, nem um amém
Creio em Deus
Mas Deus...ah, meu Deus!
Será que acredita em mim?

Edson Ricardo Paiva.

⁠Era uma vez, um dia que amanheceu
Simples, puro e singelo
E que nos trouxe uma poesia
Um poema que versava sobre o dia que nasceu
Onde o sol brilhou pra mim e pra vocês
Como uma folha em branco
Um tecido de linho
Um pássaro num ovo em casca
Uma garrafa ainda cheia de vinho
Uma lasca de madeira que queimava
Pra acender a fogueira do longo da vida
E que logo se espalhava
Pelo dia, pela vida toda; inteira
Era uma vez uma manhã
Que não era como outra qualquer
Era a primeira
Tão pura, a ponto de desconhecer
Que de fato nem sempre a primeira
Chega a ser a mais importante
Apesar da primazia
Com o tempo ele tornou-se
Apenas um outro qualquer
Só mais um dia
Os sinais do mundo
Espalhados pelo caminho
Assim como o branco do linho, de vinho entornado
Um pássaro que alçava voo
E o galgou pra distante do ninho
O poder sutil do tempo
Uma tarde se setembro
A flor que se abriu
O olhar que se foi
Existe uma parte na vida
Que se chama nunca mais
Tempestade em tempestade fez o rio
O leito, a corredeira
Que correu do seu jeito a vida inteira
E que um dia secava
Porque nada é pra sempre
Além do nascer dos dias
No seu ciclo eternamente interminável
Onde a ausência de regras
Era a única que se seguia
Amanhece pra que pássaros acordem
Que se entreguem a formidáveis canções
Em poemas que versassem
Sobre cada dia que corresse
E que fossem ímpares aos pares
À espera de nada, nem de olhares.

Edson Ricardo Paiva.

⁠Nuvem branca, que passa lá no céu
Suave, leve como a vida deveria ser
Se tudo fosse como a gente quer
Arranca do meu rosto este tão breve sorriso
Pois é preciso viver e sorrir
Nuvem doce, que este claro céu nos trouxe
Doce como a tudo que pedimos que essa vida nos trouxesse
Suave e leve como a brisa que pedimos ao dia
Que um dia levasse de nós a toda qualquer tristeza
Assim como a toda mágoa e a má vaidade
Que só verdades saíssem de nossos lábios
Mas em formato de poesia e palavras boas
E que a gente deixasse o que há de bom em nós ao mundo
Carregasse com a gente
O resto de tristeza que o tempo não pôde apagar
Que seja simples e modesto, tudo que deixarmos
E, se for possível, carregado de pureza
Da melhor pureza e do melhor amor
Que, porventura, um dia tenhamos sentido
Aquele tipo raro de amor, carregado de leveza e bons olhares
...e de um resto de entardecer, que deixa tudo mais bonito
E que não é todo coração deste mundo que está preparado
Pra ler o escrito que Deus deixa lá pra gente
Lá na linha do horizonte
Pois há um tempo de sorrir
E um tempo de sentir vontade de sorrir
Mas se vem o tempo de nó na garganta
Que ele seja só da gente
Chorar é preciso também, pois mentir não adianta
Mas que Deus nos faça chorar de contentes
Leva este meu recado a Deus, clara nuvem do céu
Pois eu fico aqui no aguardo
Do retorno deste vento que te move
Volta em forma de alegria
E, nesse dia, vê se chove em mim também.

Edson Ricardo Paiva.