Coleção pessoal de celsor

Encontrados 14 pensamentos na coleção de celsor

O VENTO E O TEMPO

Se o vento movimentasse o tempo
O tempo seria assim como um cata-vento
Girando e parando a todo o momento

O tempo seria assim como um barco à vela
Indo e voltado em diferentes momentos

O tempo seria assim como a poeira
Pairando e assentando em cada vão momento

O tempo seria assim como a inspiração
Fluindo e fugindo no exato momento

O tempo deixaria de existir... em certos momentos
Como não existe o vento... na calmaria do tempo...

SOBERANO

Quando nascemos, a vida abre aspas
Para o nosso bem mais precioso... o tempo.

E então o tempo dispara
O tempo não pára
O tempo acelera
O tempo não espera
O tempo inspira
O tempo conspira
O tempo escraviza
O tempo liberta...
Faz esquecer
Faz relembrar
Faz amadurecer
Faz envelhecer
Faz apodrecer...

Mas o tempo endurece
O tempo amolece
O tempo padece
O tempo clareia
O tempo escurece
O tempo acolhe
O tempo não escolhe
O tempo precede
O tempo impede
O tempo socorre
O tempo consola
O tempo permite
O tempo decide
O tempo amanhece
O tempo entardece
O tempo anoitece
O tempo revolta
O tempo conforma
O tempo não volta
O tempo é passado
O tempo é futuro
O tempo é presente (sempre)
O tempo é bondoso
O tempo é maldoso
O tempo acompanha
O tempo abandona
O tempo aprisiona
O tempo é uma zona
O tempo nos passa...

E a vida então... fecha aspas.

AGORA
(o tempo presente)

O futuro só existe...
Na inquietude constante
De um presente amiudado.

E o passado sobrevive
Numa cela de vidro
De um presente que insiste
Em todo dia... sonhar acordado.

A mais segura caminhada

Desde muito cedo
O analfabetismo me fez medo.

E em busca de novos horizontes
A educação me impediu, de caminhar a esmo.
E me ensinou caminhar para bem longe
Sem sair de perto de mim mesmo.

Domingo

Um bom domingo
Dá-se... quando conseguimos
Fazer brotar desse dia
A leveza e a alegria
Como no rosto de uma criança...
Sorrindo.

Calmaria

Tempo ameno
Sem palavras ao vento
Sem vento, ao menos
Mas com uma gritante tentação
Que silencia feito trovão
De desejo de você
De vontade de te ver
De solidão...

FINADO SENADO
(dedicado ao 12 de setembro de 2007 no Senado Federal)

Triste fim do Finado Senado
No papel do descarado
Insolente e desavergonhado

Triste fim do Finado Senado
Estrelando o gangrenado
Arrogante e mal-intencionado

Triste fim do Finado Senado
Fingindo-se de coitado
Sendo falaz e mascarado

Triste fim do Finado Senado
Vivenciando o desonrado
Ímprobo e empenado

Triste fim do Finado Senado
Na pele do depravado
Corrompido e desmoralizado

Triste fim do Finado Senado
Incorporando o desmascarado
Sem moral e avacalhado

Triste fim do Finado Senado
Vivendo um desencarnado
De alma vendida... ao diabo.

Vermelho I

Agora, o que mais desejo
Desejo em vermelho
Do beijar tua boca vermelhaça
E bela... como um mar de rosas
Rosas vermelhas...
De um vermelho-sangue ardente
Molhado... e quente
Não um molhado de mar
Mas um molhado de gente... da gente.

AGRESTE AZUL E ALARANJADO

Paz de espírito e clima de Agreste
Com vento bom de fazenda
Num alpendre celeste
E uma rede de renda.

Passarinho assobiando
Junto com o sol de fim de tarde
E o vento perambulando
Desprovido de vaidade.

E o vento... O vento do Agreste é afetivo
Como carinho de avô
Aquele carinho sem motivo
Ou melhor, o único motivo é o amor.

E o cheiro de mato verde
Correndo solto na campina
Aprisionado pelo vento
E pelo perfume... Da morena-menina.

E um gosto alegre de milho verde
Assado e cozinhado
E mesmo sendo do céu
O sabor é um pecado.

E o som da poesia
Musicada com a alegria
Do xote e do baião
Do forró e do xaxado.

E o céu... O céu do Agreste
Cenário azul e alaranjado
Onde a tarde beija a noite
E o sol dorme enluarado.

Eita!... Que saudade do Agreste
Do Agreste que vive em mim
E esse... Esse nunca terá fim!...

VIVÊNCIA

É quando a vida nos ensina
Uma “nova” lição
Em cada velha esquina.

Tributo ao livro
(poeminha do prazer)

O sumo prazer humano
Sente o ser que é seduzido
Não apenas pela leitura
Mas, sobretudo, pelo livro
Porque o livro é o corpo
E a leitura, o espírito.

Viva São João!

Durante o São João
Não é o Nordeste que respira a alegria...
É a alegria que respira o Nordeste.

A MEDIDA

Não se preocupe em amar demais
Tampouco de menos.
Ame simplesmente a contento
Demais ou de menos, não importa...
Ame de dentro pra fora e de fora pra dentro
A todo e qualquer tempo
No frio ou no calor
Na calmaria ou no vento
Jamais perca tempo
E nunca esqueça
Que a medida de amar
É a contento...

TODA MULHER

Toda mulher deve ser amada
No dia-a-dia conquistada
No ser mãe endeusada
Na cama desejada
Na boca beijada
Na alegria multiplicada
No lar compartilhada
No seu dia festejada
Na tristeza consolada
Na queda levantada
Na luta encorajada
No trabalho motivada
No aniversário presenteada
Na alma massageada
Na beleza admirada
Na dificuldade ajudada
No cangote bem cheirada
Na vida abençoada
No mundo inteiro respeitada
E sempre que possível... abraçada.