Coleção pessoal de Acirdacruzcamargo

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⁠A maioria das aulas e pesquisas fabricadas numa Universidade se reduz a mero ritual que alimenta um organismo em profundo estado de coma

A UNIVERSIDADE EM RITMO DE BARBÁRIE

⁠Não cabe esquecer que a Universidade opera na faixa específica da cultura universalizante, que se propõe como ciência ou arte se exibindo para o mundo. De seu ponto de vista, o saber popular vale apenas como objeto de estudo
A UNIVERSIDADE EM RITMO DE BARBÁRIE

⁠Em nossa última campanha para a Reitoria defendemos um projeto para o qual a comunidade acadêmica pudesse ter garantido espaços físicos e culturais de comunhão e integração. Para uma universidade mais humana, solidária e afetiva é importante que haja salão com bancos para que todos, indistintamente, se sentem e conversem, uma cozinha comum, capaz de nos proporcionar a ideia de que somos todos da mesma instituição. Não faz bem incentivar a discriminação e a separação de categorias, de funções e de espaços. Por que salas de refeição apenas para os secretários, apenas para o pessoal da Manutenção, apenas para os laboratoristas?

O meu ponto de vista é o dos “condenados da Terra”, o dos excluídos. Não aceito, porém, em nome de nada, ações terroristas, pois que delas resultam a morte de inocentes e a insegurança de seres humanos. O terrorismo nega o que venho chamando de ética universal do ser humano.

⁠DOUTRINA FUNDAMENTALISTA DA INERRÂNCIA DA BÍBLIA
Os autores bíblicos se contradizem?
No comentário sobre 1ª Crônicas 3:19-24, ATI vol. 3, pág. 1584, ao referir as listas genealógicas dos Evangelhos de Mateus, Lucas e a das Crônicas, Champlin relembra uma de suas afirmações constantes nos comentários do Novo Testamento, na Enciclopédia de Filosofia, Biblia e Teologia, sobre a teoria da inerrância das Escrituras.
“Mas mesmo que essas conjecturas tenham alguma verdade, as diferenças entre 1 Crô. 3.18-20 e Mat. 1.13 permanecem inexplicadas. Seja como for, seria uma estupidez requerer harmonia a qualquer preço, embora essa seja uma atitude que atrai a um número muito grande de intérpretes, cuja fé começa a hesitar cada vez que uma discrepância, real ou aparente, é encontrada nas Escrituras. Discrepâncias realmente existem, e um interprete honesto admite esse fato sem permitir que isso atrapalhe a sua fé. As falsas ideias sobre a doutrina da inspiração das Escrituras fazem algumas pessoas advogar, desonestamente, “reconciliações” impossíveis”." Russell Norman Champlin

Professores de História no ensino básico encontram dificuldades de fontes para ensinar o Governo Jânio Quadros. Os nossos sebos estão cheios de preciosidades sobre esse curto período. Recomendo as 92 páginas do livro "A Miséria é nossa!" do Professor Gondin da Fonseca, da Editora Fulgor. ⁠

⁠POPULISMO

"Não tem sido puro acaso a difusão, entre nós, de conceitos como populismo e totalitarismo, que ganharam espaço em estudos acadêmicos e passaram à linguagem comum. Um dos aspectos mais curiosos da luta ideológica, realmente, é aquele ligado à confusão conceitual. Ela faz passar como verdades indiscutíveis falsidades transparentes, que não resistem à menor análise. A velha técnica da repetição lhes dá consistência...Nos acirrados debates, iniciados praticamente há mais de meio século, em 1930, com o avanço da burguesia, ocupando crescente espaço em área do poder aqui, o conceito de populismo foi uma poderosa arma, usada como demolidor e desmoralizante tacape para deter o avanço no Brasil das forças populares...o populismo aparece como injúria...Getúlio Vargas, personagem central da época, desfrutou de prestígio popular incomum em ditadores...ele pelo menos efetivou reformas que importavam em significativo avanço...Populismo é, pois, um conceito a arquivar. Já prestou ao que o criaram benefícios e vantagens suficientes para desmistificá-lo. É um instrumento da reação" - Capitalismo e revolução burguesa no Brasil -

⁠O governo Jocelito Canto começou divino, místico e fantasioso. Terminou trágico, diabólico, escandaloso e real. Precisamos para responder isto com escolas públicas de qualidade, professores que ensinem bem, que ensinem seus alunos a pensarem. Precisamos de famílias que reduzam o santuário da televisão em suas casas. Substituamos a televisão por livros e áudios educativos.

... E chega, por um diagnóstico simplório, à ideia ingênua, que, no caso brasileiro, nosso atraso é devido à preguiça e indolência congênitas do povo.

Dentre as variadas formas de ingenuidade da consciência política, uma das mais nocivas é aquela que se exprime por um enganador apelo aos autênticos efeitos da educação. Apresenta o problema da realidade social, e o da sua direção, como problema de pedagogia; os males da sociedade, como defeitos de instrução, e o que chama de vícios e erro dos homens, como simples ignorância. É o retorno ao que foi ser a posição socrática, a crença de que os virtuosos devem ser de direito os dirigentes, de que estes podem ser preparados para tais funções por obra dos sábios, de que a virtude se ensina.

A educação não precede o processo de desenvolvimento, acompanha-o contemporaneamente. Entre ambos existe uma tensão dialética que os condiciona mutuamente.

A educação é eminentemente matéria sociológica, a que o filósofo dá a contribuição de um esclarecimento categorial. A sociedade não pode despender o enorme esforço de prover às despesas que custa a difusão da instrução apenas para transformar os indivíduos isoladamente. Este esforço só se justifica, se o faz para se transformar a si própria.

Educar para o desenvolvimento não é tanto transmitir conteúdos particulares de conhecimento, reduzir o ensino a determinadas matérias, nem restringir o saber exclusivamente a assuntos de natureza técnica; é, muito mais que isto, despertar no educando novo modo de pensar e sentir a existência...

A rigor, a abolição da escravidão deveria se fazer acompanhar da reforma agrária. O inchaço de nossas cidades tem menos a ver com o processo de industrialização do que com a expulsão de negros do campo, entregue ao latifúndio desde a Colônia.

...os colegas de meu pai e oito tios, todos pastores. Eles me infundiram angústia durante muitos anos, sem falar nos padres católicos...

O Senhor Jesus nunca foi para mim completamente real, aceitável e digno de amor, pois eu sempre pensava em sua equivalência subterrânea como numa revelação que eu não buscara e que era pavorosa.

...tive o primeiro sonho de que me lembro e que, por assim dizer, me ocupou durante toda a vida. Eu tinha então três ou quatro anos.

...comecei a desconfiar do Senhor Jesus...

Minha mãe me ensinara uma oração que repetia todas as noites, de bom grado, pois isso me dava um certo sentimento de conforto diante das inseguranças e ambiguidades da noite...

Nessa época eu sentia angústias vagas durante a noite. Aconteciam coisas estranhas.