Letícia Monteiro

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Garoa

Eu sempre me senti uma garoa.
Eu via pessoas fazendo tempestades em pequenas gotas e eu sempre me mantia calma, ou pelo menos, sempre tentei ter calma. Eu acho que a vida é cheia de fatos que devem ser levados naturalmente, afinal, contra fatos não há argumentos. Mas não é bem assim, quando a questão, são pessoas que aumentam exageradamente o grau real das coisas, eu acredito que se o que você dá importância, é um fato (que obviamente não importa o que você faça, não deixará de ser um fato) não há o porque dar ênfase.
Eu sempre busquei levar as coisas na calma e na mansidão pensando por esse lado, nada do que faremos mudará o que tem que acontecer. Resumindo, não importa o que você faça, se tiver que acontecer, acontecerá, e também, não adianta se lamentar pelo o que já aconteceu, afinal, já aconteceu. Nada na vida é tão ruim que não possa ser resolvido, ter calma é a solução.
Mas como estava dizendo, eu sempre me senti uma garoa. Em dias frios de chuva, eu via pessoas tristes, podia sentir no fundo de seus olhos, elas me lembravam a chuva, não eram como tempestades, nem como garoas, eram como a chuva em um dia de frio. Havia também as tempestades, poderia observá-las por horas, são pessoas impulsivas, a maioria acha a felicidade na tempestade dos outros, e é por isso que apelidei-as assim. Tempestades. E havia as garoas, são pessoas calmas que me transmitem paz, elas são mansas e nelas eu posso sentir bondade, não basta só estar feliz, elas querem espalhar sorrisos. E eu, como garoa, sou fissurada em sorrisos, mas o melhor de todos é o de um menino, ele não tem nada de muito especial, seus olhos não são claros, ele não tem o cabelo mais sedoso do mundo e os seus dentes não são do branco mais brilhoso, mas acho que o sorriso dele é o mais lindo, eu acho, você não acha, com certeza não acha. Ele é especial para mim, ele fez com que eu me sentisse garoa, ele fez eu virar amante de sorrisos, mas não sorrisos alheios, mas cada um dos mais de cem sorrisos que ele dá. E eu, absolutamente, conheço cada um deles. O envergonhado, o autêntico, o feliz, o triste, o forçado. Eu conheço ele todo da cabeça ao pé, e exploraria o mundo dele me jogando de cabeça, pois ele é tão interessante como uma manhã de sábado, o corpo dele é tão cheio de cidades e países que eu viajaria sem malas e sem volta. Ele é tão interessante, e eu? Eu sou ineficaz. Eu o amo, e esse é o fato que eu queria chegar. E cheguei, eu o amo. E não há nada que eu possa fazer sobre isso, amar ele... É um fato.

Se somos infinitos e a esperança é a última a morrer. Em um universo onde não há eternidade, somos a esperança?

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Meta; Metade; Tarde.
Tinha a meta de ser sua metade, mas agora é tarde.

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