Grey

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Nós desistimos de torcer pelo melhor, porque muitas vezes o melhor não acontece.

O tempo voa, o tempo não espera ninguém, o tempo cura tudo. Tudo que queremos é mais tempo. Tempo de ser alguém, tempo de crescer, tempo de abrir mão, tempo...

É assustador como tudo pode dar errado tão rápido. Às vezes, precisamos de uma grande perda para nos lembrarmos do que realmente importa. Às vezes, ficamos mais fortes. Mais sábios e melhor equipados para o próximo desastre. Só que, às vezes, nem sempre.

Comunicação. É a primeira coisa que realmente aprendemos na nossa vida. O engraçado é que, depois que crescemos, aprendemos as palavras e realmente começamos a falar, fica mais difícil saber o que dizer. Ou como pedir aquilo que realmente precisamos.

Há um velho provérbio que diz que você não pode escolher sua família. Você aceita o que o destino lhe dá. E gostando deles ou não, amando-os ou não, entendendo-os ou não, você se adéqua a eles. Aí então tem a escola de pensamento que diz que a família onde você nasce é simplesmente o ponto de partida. Eles te alimentam, te vestem e tomam conta de você até que esteja pronto para cair no mundo e encontrar sua própria tribo.

Intimidade é uma palavra de cinco sílabas para aqui-está-o-meu-coração-por-favor-esmague-o-como-um-hamburguer-e-se-delicie.

Esquecer e perdoar. É isso que dizem por aí. É um bom conselho, mas não muito prático.

Meredith Grey

Nota: Anatomia de Grey, Temporada 4, Episódio 4

Aprendemos que na vida há sete pecados capitais. Todos sabemos os maiores: gula, orgulho, luxúria... Mas um que você mal ouve falar é a ira. Talvez porque achemos que a ira não é tão perigosa, que você pode controlá-la. O lance é que talvez não levemos a ira tão a sério quanto deveríamos. Talvez ela seja mais perigosa do que pensemos. Afinal de contas, ao pensarmos em comportamentos destrutivos, ela chegou no top sete.
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Então o que torna a ira diferente dos outros seis pecados capitais? É bem simples na verdade: se entregue a um pecado como inveja ou orgulho e você só machuca a si mesmo. Experimente luxúria ou ganância e você machuca a si mesmo e mais uma ou duas pessoas. Mas a ira... Ira é a pior. A mãe de todos os pecados. A ira pode levar não somente você até o limite, mas também um número terrível de pessoas junto consigo.

Talvez a gente goste da dor. Porque sem ela, talvez, a gente não se sentisse real.

Mesmo grandes, nossas esperanças perdem para a realidade, e finalmente temos de nos entregar à realidade. Significa apenas que perdemos a batalha de hoje. Não a guerra de amanhã. Eis a questão sobre se entregar: quando se entrega, realmente se rende, você esquece porque resistiu em algum momento.

A fim de ganhar créditos extras, a Sra. Snyder nos fez participar de todas as peças teatrais. Sal Scafarillo era Romeu. E, como o destino assim quis, eu era a Julieta... A maioria das meninas ficaram verdes de inveja. E eu nem aí. Eu falei pra Sra. Snyder que a Julieta era uma idiota. Porque ela se apaixona por aquele cara que ela sabe que não pode ter... Todo mundo acha isso tão romântico: Romeu e Julieta, amor verdadeiro... Que triste. Se Julieta foi burra o bastante para se apaixonar pelo inimigo, beber uma garrafa de veneno e ir repousar num mausoléu, então ela teve o que merecia.
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Talvez Romeu e Julieta estivessem destinados a ficarem juntos, mas só um pouquinho, e então o tempo deles passou. Se eles soubessem disso antes, talvez tudo tivesse terminado bem. Eu falei pra Sra. Snyder que quando eu crescesse, eu controlaria meu próprio destino. Eu não ia deixar nenhum cara me arrastar com ele. A Sra. Snyder então me disse que eu seria uma sortuda se eu tivesse esse tipo de paixão com alguém e que, se eu tivesse, a gente ficaria junto pra sempre. E até hoje, eu acredito que na maior parte do tempo, o amor é uma questão de escolhas. É questão de tirar os venenos e as adagas da frente e criar o seu próprio final feliz... Na maior parte do tempo. E às vezes, apesar de todas suas melhores escolhas e intenções... O destino vence de qualquer forma.

Acredita-se que pensar positivo leva a uma vida mais feliz e saudável. Quando crianças, nos dizem para sorrirmos. Sermos alegres e mostrar um rosto feliz. Quando adultos, nos dizem para olhar pelo lado bom. Para fazermos limonada e vermos os copos como quase cheios. Às vezes, realidade pode tentar nos impedir de ficarmos alegres. Maridos falham. Namorados podem trair. Amigos podem te deixar na mão. É nesses momentos. Quando quer torná-los reais, largar os joguinhos e ser verdadeiro...
[...]
Pergunte às pessoas o que querem da vida, a resposta é simples... Ser Feliz. Talvez seja essa expectativa. Querer ser feliz que nos impede de sermos felizes. Talvez quanto mais tentamos ficar em estado de alegria mais confusos ficamos até não nos reconhecermos mais. Ao invés disso, continuamos sorrindo, tentando ser as pessoas felizes que queríamos ser. Até que cai a ficha, sempre esteve lá... Não em nossos sonhos e esperanças, mas no conhecido, o confortável, o familiar.

Descobertas não acontecem por causa da medicina. Elas acontecem porque alguém tem medo de parar de tentar.

Eu sempre disse que seria mais feliz sozinha, que eu teria meu trabalho, meus amigos mas, alguém na minha vida o tempo todo? Dá mais trabalho do que vale a pena! Mas parece que eu superei isso. Existe uma razão pra eu dizer que seria mais feliz sozinha. Não que eu pensasse que seria mais feliz sozinha, é que eu pensava que se eu amasse alguém e desse errado... eu não conseguiria aguentar. É mais fácil ficar sozinha. Porque e se você aprender a amar e depois não tiver a quem amar? E se você gostar de amar e ficar dependente? E se você mudar a sua vida à volta do amor e então ele acabar? A gente consegue sobreviver a esse tipo de dor? Perder um amor é como perder um órgão, é como morrer. A única diferença, é que a morte é o fim e isso, isso pode durar pra sempre!

O corpo humano é projetado para suportar perdas. E se adapta, assim não precisamos do que perdemos. Mas, às vezes, a perda é muito grave, e o corpo não consegue suportar sozinho.

Não desejamos coisas fáceis. Desejamos coisas grandes, coisas ambiciosas, fora de alcance. Desejamos porque queremos ajuda e estamos assustados, e sabemos que talvez pedimos demais. Ainda desejamos, porque às vezes eles se realizam.

Entramos no mundo sozinhos e saímos sozinhos. E tudo o que acontece entre isso? Devemos a nós mesmos encontrar uma companhia. Precisamos de ajuda. Caso contrário, estamos nessa sozinhos, desligados uns dos outros. E esquecemos o quão conectados estamos. Então, em vez disso, escolhemos o amor. Escolhemos a vida. E por um momento, nos sentimos um pouco menos sozinhos.

Estou fazendo isso porque finalmente conheci alguém com quem quero passar o resto da minha vida. Nunca pensei que aconteceria comigo.

O que as pessoas se esquecem é o quanto é bom quando a gente se livra desses segredos. Sejam bons ou maus, pelo menos eles foram liberados - quer gostemos ou não. E uma vez que seus segredos foram escancarados, você não tem mais que se esconder atrás deles. O problema com os segredos é que mesmo que você pense que está no controle... Você não está.

Nascemos, vivemos, morremos. Às vezes, não necessariamente nessa ordem. Colocamos as coisas para descansar, apenas para ressuscitá-las de novo. Então se a morte não é o fim, no que ainda podemos contar? Porque não dá para contar com nada na vida. A vida é a coisa mais frágil, instável, e imprevisível que existe. Na verdade, só temos certeza de uma coisa na vida...

O dicionário define pesar como sofrimento ou tormento mental aflitivo, por uma perda, mágoa lancinante, tristeza profunda. Como cirurgiões, como cientistas, vão nos ensinar a aprender com os livros e como confiar em suas definições, suas conclusões, mas na vida definições precisas raramente se aplicam, na vida o pesar pode parecer com um monte de coisas que guardam apenas uma pequena semelhança com tristeza profunda.
O pesar pode ser uma coisa comum em todos nós mas age diferente em cada um. Não é só a morte que traz o pesar, é a vida, a perda dela, as mudanças. E quando a gente pensa porque que tem que ser tudo tão sofrido, por que que machuca tanto o que a gente não pode esquecer, é que tudo vira de uma hora para outra. É assim que sobrevive quando machuca tanto a ponto de você não conseguir respirar, é quando você sobrevive!
Quando você se recorda de um determinado dia, de alguma forma impressionante, você não se sente do mesmo jeito, não dói tanto assim. O pesar vem pra cada um no seu tempo, do seu jeito. Então, o melhor que se tem a fazer, o melhor que qualquer um tem a fazer, é tentar ser honesto. O pior disso tudo, a pior parte do pesar, é que a gente não se controla, o máximo que podemos fazer é saber quando o pesar vai chegar e deixar ele ir embora quando pudermos. Mas o pior mesmo é quando você acha que passou e começa tudo de novo e sempre toda vez você se surpreende.
Existem 5 estágios de pesar, eles são diferentes para cada um, mas são sempre 5: Negação; Raiva; Barganha; Depressão; e Aceitação.

Não saber é a pior sensação do mundo.

Gostamos de pensar que somos seres racionais. Humanos. Conscientes. Civilizados. Pensantes. Mas quando tudo dá errado, mesmo que só um pouco, fica claro que não somos nada além de animais. Temos polegares opositores, pensamos, andamos eretos, falamos, sonhamos. Mas lá no fundo, ainda estamos ligados às nossas raízes primitivas, mordendo, dando patadas, arranhando uma existência nesse mundo escuro e sombrio como o resto dos sapos e dos bichos-preguiça.
[...]
Há algo de animal em todos nós e talvez isso seja algo a ser celebrado. Nosso instinto animal é o que nos faz procurar o conforto, aconchego, um grupo pra andar. Talvez nos sintamos enjaulados, talvez nos sintamos presos. Mas como humanos, ainda podemos achar caminhos para sentirmos livres. Nós somos os protetores uns dos outros. Mais ainda: somos os guardiões da nossa própria humanidade. E mesmo havendo um monstro dentro de todos nós... O que nos separa dos animais, é que podemos pensar, sentir, sonhar e amar. E contra todas as possibilidades, contra todos os instintos... nós evoluímos.

Claro que desculpas nem sempre consertam as coisas. Talvez porque usamos demais e de diferentes formas, como uma amar, como fuga. Mas quando realmente estamos arrependidos, quando tentamos consertar, quando realmente queremos e quando consertamos, desculpar é perfeito. Quando fazemos certo, se desculpar é se redimir.

Não importa o quanto somos durões, um trauma sempre deixa uma cicatriz, segue a gente até em casa, muda as nossas vidas. O trauma mexe com todo mundo mas talvez o sentido seja esse mesmo. Toda dor, todo medo, toda desgraça. Talvez passar por isso seja o que nos faz seguir em frente, é o que nos empurra. Talvez tenhamos que passar por isso antes de nos comprometermos.