Elaine Fleck
Despedida, esta, por ora necessária. Olhos mornos, sorriso esvaecido, abraço desconexo, inquietude nas pernas. Separação; já esperada.
E vem com a suave bruma confortante, o respiro perfumado do luar, que me leva misteriosamente viajar neste vasto pensamento. Você.
Doe seu amor, doe suas emoções, doe, doe sem cessar. Retribua a toda forma de amar, seja por um gesto, por um olhar, uma cruzada de pernas, por uma mordida de canto de boca, uma mexidinha de dedos no fio de cabelo, um post, um SMS curtinho, um bilhetinho jogado no ar. Seja qual for a mensagem recebida, retribua sempre! Doe sem cessar, não cansa, anima, te faz feliz, te fará sonhar! Vale a pena!
Cada emoção vivida é uma grande oblação de vida, um respiro, um suspiro, um vento nas costas, e a gente aprende, e sempre cresce, sempre sente!
Deveria haver uma maneira de passar a borracha e recomeçar, do zero, do nada. Encarar novos personagens, inventar uma nova história, extrapolar. Aceitar aquela ajudinha que fora dispensada. Aguardar o próximo bonde, e se atrasar propositadamente. Suspirar, gritar de emoção, dar risada do que parecia ridículo e criar, criar e criar. Inventar, experimentar e amar mais. E para desta vez, então, errar diferente.
Clareia o sol sobre a cidade de Porto Alegre, e com ele dentes-de-leão soprados ao desejo do vento. Vem; chega de mansinho, estaciona nos meus ombros camuflada em mais leve algodão, para que eu possa te deixar voltar, dona esperança.
É, a vida nem sempre é silenciosa mesmo.... tudo às vezes parece vendaval. Abre a janela, olha lá pra fora; escuta o temporal, agarra o que te dá leveza e corre pra chuva. Fuja dos trovões, aconchegue-se; mas molhe-se, mergulhe, respingue, contempla o reflexo na água. O mundo é bem mais bonito neste espelho, porque é de lá que a gente consegue enxergar a beleza de todas as coisas; a sensibilidade que reflete levemente o coração.
