Clay Werley
A sublime grandiosidade lírica do mar
Como é bom ir a praia, ter o mar para contemplar.
De todasas belezas a mais sublime, a maisincrível;
toque artístico da divina criação, unica mágica crível.
Infeliz aquele que vive essa vida sem conhecer o mar.
É o maior expoente de Deus que se pode imaginar...
Para a grandiosidade do mar não existe impossível,
Até mesmo o céu, abstrato, inalcançável, inatingível,
na imensidão do horizonte sutilmente chega a tocar...
É a beleza naturalmais lírica que eu ja presenciei...
Sem deixar de ser forte contra o que a ele se opõe,
desafia a ciência, forças do universo e até o astro rei,
que com seu lirismo visual, simplesmente ele contrapõe
a distorcer suavemente, padrões de toda lógica que sei,
ao esconde-loem suas águas toda vez que estese põe.
Soneto da paixão recente
É felicidade plena,
senti logo de início,
por ti, todo sacrifício,
se torna coisa pequena...
Você faz valer a pena,
tudo... Qualquer artifício,
mesmo sendo malefício,
ou qualquer insensatez terrena.
Por ti faço o que for...
Afim de que resolva,
abrigar-me em teu calor.
Vem... Me leve, me envolva...
Inebria-me com teu amor,
e nunca mais me devolva!
Obituário
A vida é... Um crescente obituário.
Morrem as pessoas, as lembranças,
morrem sonhos e esperanças,
ostentatadas como um relicário...
Um luto recorrente e diário,
apureza, ainocência das crianças;
nos sobram apenasdesconfianças,
nesse cruel universo sectário...
Morremos de forma intermitente,
aos poucos em cada despedida...
Morremos de maneira inconsciente
em cada decisão tomada na vida...
Deflagrando essa certeza iminente...
De que vida é... Uma batalha perdida.
Soneto quase otimista
Acho que euestou saturado,
não quero mais que amor,
rime somente com ador,
como tantofiz no passado...
Quero estar a teu lado,
rimar amor com calor,
descobrir o real valor,
de estar apaixonado...
Bom demais para ser verdade,
tudo como eu sempre quis,
sem dor ou mesmo saudade
eu até poderia ser feliz...
Eis a grande novidade!
Do poema que hoje fiz.
Soneto de separação
Determinada, ela decidiu ir embora.
Friamente, se justificou e sai.
Nesse momento, meu mundo caiu...
Não sei o que fazer agora.
Apenas assisti ela ir embora...
Subitamente nosso castelo ruiu...
Ela... Simplesmente partiu...
Nunca imaginei chegar essa hora.
Decretou com pensamento obtuso,
o passado como nossa situação.
Me atingindo em um átimo difuso...
Sem defesas... Abrupta inflexão...
Pondo o mundo inteiro em parafusos,
e o fracasso como minha condição.
Hedonismo
Voa meu pensamento...
Perdido em reflexões,
lembro-me que paixões,
são comofolhas ao vento...
Tanto desalento...
Várias decepções...
Crueis desilusões...
Coisas de momento.
Acreditar em destino?
Fazer acontecer?
Quem pode julgar um desatino?
A rota do incerto conduz ao prazer,
É o caminho por onde patino,
mesmo sabendo que vou me perder.
Faca de dois gumes
Amizade um sagrado abrigo,
quando nos embrenhamos no escuro,
e sem ter opção batemos num muro,
que bom dispor de um ombro amigo...
Amizade é bem mais do que eu digo...
É confiar sem temer o futuro,
contra mazelas ter porto seguro,
é lealdade frente ao perigo...
Mas a vida é rica em dualidades,
toda moeda possui dois lados,
amor vira ódio, surgem rivalidades...
Estragar o que estão acostumados,
é o medo a aplacar possibilidades,
endurecendo corações apaixonados.
Ela
Ela se basta... Por si só é a natureza mais bela.
Ela é perseverança, luta, anseio... Desejo e contradição.
Ela é temperamental... Certa ou errada, sempre tem razão.
Ela é mãe, avó, esposa, filha, amiga... E já foi até costela...
Ela é universo... E todas as cores que contém uma aquarela.
Ela pode ser suave, pode ser cruel, pode ser um furacão...
Ela é alvo inconsciente de minha segunda intenção...
Não há nada no mundo tão complexamente belo como Ela.
Ela é nove meses de abrigo e uma vida inteira de desejo.
Ela é um divida de gratidão, gestação é o dom da vida,
o carinho mais aguardado, a saudade, o mais doce beijo...
Ela é única, Ela é todas, é tudo... É a conquista merecida!
Ela é o sucesso, a realização, é tudo aquilo que eu protejo.
E devia ser eterna... Pois na morte é a mais dura despedida.
Inevitável dor
Amar é uma dor...
E só provará seu sabor,
e conhecerá seu valor,
aquele que entregar-se sem pudor,
as garras deste sentimento opressor.
Amor é esperança e calor,
Exortação e dopor...
Mas devagar com o andor...
Amar... é uma dor,
e só há amor,
se assim for.
Mal sucedido
Na vida os sonhos dão errado e o bem não vence no final.
Sou um mal sucedido, não tenho nada do que quero,
digno de dó, acostumado a ver de longe quem venero,
não tenho qualquer atributo físico, nem nada de especial.
Sou um perdedor nato... Um invejoso em potencial...
Punido por tudo aquilo que não resolvo e apenas tolero,
Irrelevante perante o mundo, apenas a morte espero,
não tenho dinheiro, talento, sou apenas um reles mortal.
E se até um relógio parado acerta duas vezes por dia,
não há argumento que valha para me defender,
resignado... Permanecerei... Eu e minha própria agonia.
Na vida me sobra o papel que ninguém quisera fazer...
Sou aquele que assiste inerte, dominado pela letargia,
os outros conquistarem tudo aquilo que gostaria de ter.
Maldição
O silêncio é tão profundo, dói dentro da cabeça,
a casa parece um túmulo, onde a vida pereceu,
um sepulcro em que o cadáver fétido sou eu...
Vazio, não há nada que de fato me entristeça.
Com sorte, quem sabe até eu enlouqueça...
A ilusão cotidiana de outrora se desvaneceu,
a ferida da derrota só dói para quem perdeu,
passam-se horas sem que nada aconteça...
Felicidade é assim, sempre volátil nunca é plena.
A vida é apenas a fila onde se pega o passaporte,
até que o destino aponte que erro nos condena...
Esperamos indolentes entregues a própria sorte,
nos auto mutilando nessa vã existência terrena...
Amaldiçoados... Já que única certeza é a morte.
Abstinência de você
Enquanto essa chuva fininha cai lá fora,
eu me pego a lembrar do que foi bom...
Sua presença, o beijo, o cheiro de seu batom,
Seu abraço é onde eu queria estar agora...
Um querer bem, que cai bem a qualquer hora.
Sua respiração de pertinho é o melhor som,
sutil detalhe, deuma delicadezasine qua non,
o aconchego do qual nunca se quer ir embora...
A dor de estar longe, querendo estar perto...
É esse sentimento dilacerante de saudade,
rasgando o peito;um corte exposto, aberto...
Crise de abstinência dessa doce intimidade.
Comsua ausência, nada parece estarcerto,
cada segundo é martírio e durauma eternidade.
Desesperança
O tempo distorceu a realidade...
Um dia me tornei desempregado,
agora me chamam de desocupado,
aos poucos perdi minha dignidade...
Não importa a minha boa vontade...
Eu... um sujeito pouco qualificado,
perfil certo, para ser discriminado;
posto a margem por toda sociedade.
A incerteza, abalando a esperança,
me adoecendo de forma inevitável,
afetando auto estima e confiança...
Me deixando em estado deplorável,
em meio a tempestade sem bonança,
onde a vida se tornou insuportável.
Soneto da paixão amoral
Eras sem dúvida a mulher da minha vida.
Aquela que meus pensamentos dominava,
aquela em que tudo nela sempre me cativava
como se fora feita para mim, sob medida...
Porém fostes ao fim, uma batalha perdida...
Um dia qualquer quando eu menos esperava,
aquela musa com a qual eu tanto sonhava
para minha total surpresa, comprometida...
Como pôde o destino se mostrar tão cruel,
agir pelas costas e desferir tal punhalada?
Resta torcer para que tal beldade seja infiel...
Pois com ela eu pecaria sem remorso de nada,
sem medo... Eu abriria mão de ir para o céu...
E me condenaria ao inferno por minha amada.
Afélio
Distante de sua luz,
minha realidade se torn abiótica...
Vivenda de uma frigidez sibérica...
Seu absenteísmo desvanece-me ao atro,
e so não me entrego a abulia que me ronda,
por saber que tal catarse é transitória...
Sorte minha saber que tal astenia,
misto de contrição e medo,
Que por hora me atinge, logo passara...
A medida em que a órbita natural,
inexorável destino; em seu tempo...
Me conduzir novamente a você.
Quando tudo acabar
Se tu choraste por mim,
de verdade eu lamento,
entendo seu sentimento,
mas o destino quis assim...
Sei que é triste o fim,
é duro esse sofrimento,
mas é apenas momento,
toda dor se faz trampolim.
Pois um dia serei passado,
nem lembraras que sofreu...
Aí sim... Terás acabado...
Virado a página que viveu,
desse amor desperdiçado...
E o sofredor serei eu.
Meus eternos camaradas
Se nosso destino é um mistério,
o melhor que fazemos é sorrir,
não convém levar o mundo a serio,
se a qualquer momento podemos partir...
Meu patrimônio são as amizades,
estas de verdade valeram a pena,
o resto são meras futilidades,
besteiras... Tudo coisa pequena.
Portanto seja nos momentos de lucidez,
de vossas duras realidades malvadas
ou nos hilários instantes de embriaguez
de tantas loucas madrugadas,
em que o bom Deus vos protegeis...
Um salve, a meus eternos camaradas!
Agonia
Já nem consigo mais dormir,
infelizmente essa dor não passa,
sigo o autodeleite dessa desgraça,
tendo a dor como sintese de existir...
Sem opção, eusigo a sucumbir...
Meu semblante jánão disfarça,
e não importa mais o que eu faça,
sozinho minha sina é persistir...
O tempo voa, os dias vão embora,
e omundo cada vez mais sombrio,
sinto que joguei minha vida fora...
Estremeço a sentir esse estranho frio,
sentimento ruim que em mim aflora,
essa tétricasensação de vazio...
Sob a luz da verdade
As vezes o silêncio é enlouquente,
mas não posso mais ficar calado,
o mundo anda deverás complicado,
a mentira sempre chega na frente...
O pior é que tudo isso é coerente...
A verdade é sempre um passado,
que como tal está sempre atrasado,
por isso a mentira sempre presente...
Mas a verdade vem, tal qual vento...
Sem pressa, ela tem sua própria toada;
e contra um fato não há argumento...
Ela chega, e resolve de vez a parada...
Ainda que tarde, ao chegar traz seu alento,
fazendo que toda mentira seja refutada.
Um sombrio fluir
Andando na chuva, sigo sozinho...
Nasci assim...Morrerei assim...
Esse é o destino escrito para mim.
Pois a vida segue: Cruel moinho!
Triturando promessas de carinho,
meu sofrimento? Uma causa afim,
comum a todos, do inicio ao fim,
dor universal... Sofrermesquinho.
Sigo sozinho... na chuva andando...
Buscando me agarrar a uma ilusão,
A cabeça a mil, coração pulsando...
Agonizando... a cada respiração...
Mas se vou morrer, o farei atirando;
esperneando...ainda que em vão.
Utopia de vida
Contemplando o por de sol alaranjado,
Vejo o mar a espelhar a beleza do céu,
Por hora esqueço que o destino é cruel,
E quenunca é facil estar apaixonado...
Por a cara, e se sujeitar a ser rejeitado...
O sol vai embora, eu caminho ao léu,
a noite agora me envolve em seu véu;
eme consola com um teto estrelado...
Incertezas me rondam nessa noite fria,
um vento gelado sopra um silvo risonho,
deboche ironico a roubar minha alegria...
Passos lentos, num caminhar tristonho...
Eu... Um simplório comum do dia a dia,
que idealiza no amor um distante sonho.
De olhos fechados
Nada pode ser tão importante,
Que valha impedir uma vida leve,
A felicidade éum lampejo breve,
Um flashorgástico deinstante...
A vida é movimento pulsante,
ser orgulhoso de nada serve,
as vezes nosso sangue ferve,
sim... Omundo é estressante...
A melancolia está por todo lugar,
frustração em tudo o que vejo...
Olhos fechados para imaginar...
O mundo idealque eu desejo,
e mesmo sendo bobo sonhar,
sou feliz quando sinto seu beijo.
Marionetes do destino
Quais caminhos noslevam a felicidade?
Vivemos alienados, essa eternabusca cega,
loucos; empenhados em constante entrega...
Caminho tortuosorepleto de erro e futilidade.
Muitas vezes transitando fora da realidade...
Sempre ignorando os meios que se emprega,
cada um escravo daquilo em que se apega,
rumando em passos largos a mediocridade...
Esse circulo vicioso, incompreensível desatino,
em que permanecemos presos por toda vida,
faz da autoafirmaçao racional algo cretino...
Constata queuma vida inteiranãorefletida,
faz de nós frágeis marionetes do destino,
e sendo assim sequer vale a pena ser vivida.
Asa negra
Pode ate comecar bem, ao fim eu sei... Daráerrado!
Eu faço mal a quem eu amo, eu sempredecepciono...
Eu sou eternocausador de meu próprio abandono...
Carrego o peso dessa culpa e o coração dilacerado.
Aos poucos tal condição fez de mim um anestesiado...
Nessa dor eu apenas sobrevivo, persisto, me relaciono...
Estilhaçado, atordoado, caótico; eu apenas funciono...
Pois não hánada tão ruim,que não possa ser piorado.
Quando me percebo no caminho utópico da felicidade,
já sinto o mal presságio pairandoao fundo,
Logo surge um fato novo, a tragédia a mudar a realidade.
Transformando tudo, num instante; em um segundo,
destruindo abruptamente toda e qualquer possibilidade;
me devolvendoao lugar, que de fato ocupo nesse mundo.
Desempatia
A vidaé uma batalha de desimportâncias,
onde ninguém dará valor as suas vitórias,
cada umviveocupado em suas histórias,
agindo de acordo com as circunstâncias...
Batemos cabeça em meio abeligerâncias,
somos forjados ao longo dessas trajetórias,
vencemos a cada dia dificuldadesnotórias,
vida comum... E individuaisdiscrepâncias...
Quem nunca se viu a frustrar um objetivo?
Vitimado por um súbito acaso a estarrecer,
o implacável atraso de transporte coletivo...
Impotente sem que nada pudesse fazer...
Ninguém se importa... Mas há um motivo!
Não há tempo na luta diária por sobreviver.