Aleex Zalache

Encontrados 20 pensamentos de Aleex Zalache

– Posso tirar uma foto sua? – ela pediu, temerosa.
– Depende da sua habilidade. – falei ironicamente.
– Não é preciso ter habilidade para tirar fotografias; só é preciso que haja pessoas capazes de entender a realidade de cada uma.
– As fotografias são como poemas romântico, Eva. É preciso ter bastante cuidado.
– As pessoas são como flores agitadas em uma tempestade. – ela sorriu.
– Em cada fotografia, cada pessoa é um verso pairando em um universo que será compreendido de vários modos.
– Então podemos dizer que as flores que se agitam em uma tempestade são versos? – ela perguntou.
– A poesia está em vários lugares que nunca imaginamos que estaria, Eva. – dei um sorriso bobo do lado esquerdo dos lábios.
Senti o flash.
– Eu não estava preparado. – disse, sorrindo ainda mais.
– Se cada flor estivesse preparada e consciente sobre as tempestades e suas consequências, uma fotografia teria, portanto, apenas uma compreensão.
Pensei um pouco sobre seus argumentos.
– Acho que pode haver uma anistia entre versos e flores. – falei, a final.
– Nunca houve combate. – ela riu, olhando intensamente nos meus olhos.Houve um silêncio quase que palpável entre nós, e, infelizmente, me vi obrigado a quebrá-lo.
– E, por minha conta, nunca haverá.
– Sempre soube disso. – ela concluiu.

Inserida por leticianogara

As pessoas não podem me culpar de olhar para o céu às vezes quando sinto que a solidão me pegou em um abraço apertado. É nele que eu acabo achando o que acaba escapulindo da minha mente e dança pelas nuvens do céu, ao leve deslizar da brisa do mar. E então vem o vento… tento… tempo.

Sinto que o tempo não é apenas uma quarta dimensão: ele é mais que isso, e todos nós sabemos disso.

Como eu posso definir o tempo enquanto estávamos juntos?

O tempo era tão imensurável quando estávamos ao lado um do outro. Desde a sensação de o tempo estar parado quando nossos lábios se tocavam, até o momento em que estávamos deitado ao pé de uma árvore.

Lembro de quão desconexo ele poderia parecer para nós. Ele passava rápido quando estávamos nos divertindo. Ele passava devagar quando eu fitava impaciente o relógio na parede, enquanto seus ponteiros se moviam lentamente, em uma sentença que parecia me matar.

Mas logo o tempo muda…

E como muda.

Agora o tempo é infinito, mas em perspectiva de outro olhar. Agora que o amor se foi, o tempo só serve de domicílio, onde eu vejo algumas lembranças alegres que tivemos, passarem ininterruptamente. Algumas vezes elas pulam da brisa e acariciam meu rosto. Posso ouvi-las sussurrar:

- Você foi burro demais.

- Você deixou a felicidade escapar de você, como se fosse um copo de vidro molhado que escorrega das mãos de um descuidado. Sinto muito: sofra agora por isso.

Então estou aqui, com os braços abertos e perguntando a mim mesmo “Por quê?”. Por que você tinha que ir? Por que nossas decisões são tão radicais?



Por que o que parece eterno tem que ter um fim?

Não sei… realmente não sei.

Mas o tempo… tento… vento… tento… tempo… O tempo é mais relativamente pessoal do que apenas a palavra “Relativo”. A eternidade que eu sofro hoje pode ser o tempo passando rápido de felicidade para você.

Sincera e honestamente, não entendo.

Só quero que a dor tenha um fim.

Inserida por leticianogara

como se estivesse entrando em equilíbrio com o céu, o sol descia por entre as montanhas do horizonte, dando lugar aos brilhos divertidos e calmos das estrelas e a solitária lua. nesse momento, busquei sua orelha com a ponta do meu nariz, para depois sussurrar:

- te amo muito, você sempre lembra disso? - eu disse do modo mais gentil que pude.

- Shhhhhh! - isso foi tudo o que você me respondeu, lembra? pediu para eu fazer silêncio, sem nem mesmo olhar para meus olhos; apenas olhando para o horizonte.

- Como assim “Shhh”? Eu falo que eu te amo e você faz “Shh”? “Shhh” é tudo o que você pensa sobre mim? - confesso que fui um pouco imaturo nessa hora.

Você olhou para mim sorrindo, me deixando ainda mais envergonhado. Encostou a cabeça na minha testa, e disse:

- O que eu te disse ontem? - Não precisei responder para sabermos que nós dois sabíamos.

Fiquei em silêncio

- Quantas vezes disse para você ontem? - o arrependimento se formava em algum lugar entre minha garganta e meu estômago. Talvez fosse no coração, mas não me preocupei com isso.

Só em pensar que poderia ter estragado todo aquele momento, desejei ter recomeçado tudo. Falar eu te amo porque eu queria que você soubesse, não que eu desejasse que você retribuísse.

Seus lábios procuraram os meus, que foram pegos de surpresa. Um beijo terno, morno e salgado.

- Mas já que você parece estar fazendo tanta questão, - você começou a dizer - eu quero te falar que eu também…

- Shhhhhhhhh! - agora foi minha vez de dizer.

- “Shh” o quê? - você perguntou, um pouco brava.

- O sol vai se pôr agora.

Você deitou sobre meu ombro, e juntos vimos a primeira estrela nascer.

Inserida por leticianogara

- Querido, - você me disse quando atravessamos a cerca, correndo como se fôssemos livres como pássaros - a placa dizia que não devíamos entrar nessa parte do mar. - então apontou para a placa amarela que estava muito atrás de nós.

- Não se preocupe. Nada de ruim poderá acontecer para nós hoje. - sorri daquele jeito que você enrubescia e passava algumas mexas do seu cabelo para detrás da orelha.

- Quem te garante isso? - cruzando os braços, naquela hora você parecia aquelas adultas levadas que vemos nos filmes.

- Ninguém me garante isso, mas eu posso te garantir. - seus olhos fitaram seus próprios pés.

Parece loucura quando falo agora, mas eu estava tão temeroso quanto você. Ao seu lado, quero mostrar o melhor de mim, e esse melhor sai sempre sem muito esforço.

Queria parecer forte para você, mas é curioso como eu só consigo parecer engraçado.

Inserida por leticianogara

Jack: Sean, cara, vamos conversar sobre isso. Eu... eu não vim aqui para isso.
Sean: Só preciso de um tempo sozinho para entender tudo, ok?
Jack: As pessoas não escolhem se apaixonar ou não.
Sean: Então você acha que eu mereço sofrer vendo vocês dois... vendo que ela escolheu você?
Jack: Não, você não merece. Por isso estou indo hoje; Isso não vai passar de uma paixão de verão.
Sean: Vai desistir de tudo o que fez nesse fim de semana?
Jack: Vou.
Sean: Você é mais fraco do que eu pensei.

Errar é mais uma daquelas regras da vida que ficam nas entrelinhas. E, apesar de tentar ter poder sobre tudo em minha vida, acabo deixando em deslizes diversos que algumas coisas saiam do controle. Confesso meu erro por não frear algumas coisas com medo de que esteja interrompendo-as em seu curso natural. Aquele velho dito popular sobre “palavras certas em curvas tortas”. Porém, certos erros são realmente erros, e de repente me vejo em estado de desmoronamento pessoal. São nestes momentos que percebo o quanto não posso lidar com algumas coisas, mesmo tendo certeza que tudo está no controle. Tem certos momentos que você gostaria que alguém tomasse as rédeas das decisões certas da vida para você, mostrando que foi ali que você errou, ali que você deixou de fazer… como em um videogame naquela fase que você não consegue passar, então pede para uma pessoa jogar e te deixar em um território seguro. Esses momentos não deveriam ser tão raros assim; mas, já que são… por que insisto em acreditar nas coisas até o fim, até a hora em que elas machucam?

A felicidade da vida é, com certeza, alcançada pela apreciação das coisas pequenas, que estão preenchidas de alegrias. Tomemos como exemplo como se a felicidade fosse distribuída pelo mundo em pedaços de todos os tamanhos em forma de ouro. Os mais ambiciosos correm para pegar os pedaços maiores de ouro (felicidade). O que aconteceu com isso é que eles passam a vida toda caminhando em direção dessa felicidade imensa, em uma estrada totalmente dolorosa e desgastante. Quando estão defronte dessa felicidade imensa, finalmente se dão conta de que não são capazes de “carregar” para onde quisessem esse ouro. Com isso, finalmente, pensam que a vida não valeu tão a pena. Já aqueles que pegam os pequenos pedaços de felicidade ao longo do caminho, no fim, podem olhar para as mãos e bolsos, e deleitar nas lembranças e frutos de toda caminhada. Pode ser algo não tão óbvio para alguns, mas, com o tempo, a verdade chega à tona.

Inserida por Zalache

Grandes mudanças repentinas podem ser insuportáveis.

Inserida por Zalache

Recentemente, sofri uma desilusão terrível. O curioso nas desilusões é o fato de elas serem como sonhos incríveis que temos em uma noite de sono, mas logo são interrompidos pela manhã. É exatamente esse sentimento de que nada, talvez, pudesse ter sido real. Sabe-se que o amor é um sentimento intocável, indescritível, mas podemos descrever aquilo que chega o mais perto da ideia do amor: o estar apaixonado. Estar apaixonado é como um alucinógeno, se formos tratar o significado da palavra como o que já vem de origem. Se entregar ao amor é desistir em parte dos escudos que você formou antes para não se machucar com terríveis sentimentos. Ele substitui o que quer tenha nas suas emoções e estabelece um novo sentido ao que é sentimento. Você vê coisas que não acreditava, sente coisas que não sabia que poderia sentir… tudo parece um sonho real. A felicidade, portanto, parece algo tão alcançável como gotas de chuva em um deserto. Você resisti no começo, mas, no final, acaba olhando para o lado e pensa: “acho que a felicidade realmente existe”. Mas então essa chuva cessa, o calor e desconforto volta e o “amor”, mesmo querendo continuar em você, acaba sendo arrastado para longe, te deixando sem rumo. É, alguns amores têm um fim. E como o fim de tudo o que é bom, é uma desilusão. A realidade cai em você como se fosse uma tempestade de raios secos - tempestade essa interior e exterior. Você se vê perdido e a única saída que tem é a saída que diz “não há escapatória”. E você volta recolhendo o que sobrou de si no chão ao seu redor. Acaba encontrando um pedaço de amizade ali, um pedaço de felicidade aqui… talvez esteja vendo uma parte da esperança bem na linha do horizonte… e fim. Você para, e pensa: para que algo tenha um fim, ele deve ter começado em algum lugar no tempo.

Depois, é só olhar para o que tem em mãos, mas cuidado para não manchar o que restou com lágrimas pesadas como resposta a uma voz no fundo que sempre existiu. “Eu te avisei”.

O mundo está sobrecarregado de ideias sobre amor. Qualquer uma que já beijou alguém se vê no direito de tentar descrever um sentimento. Isso está errado. Confundem “estar apaixonado” com “eu amo”, como se a diferença fosse tão mínima que ninguém se importa. Paixão é finita. Amor é infinito. Paixão você descreve. Amor você não consegue visualizar. Alguém precisa dar um basta na ilusão que esse mundo adolescente vive: se vocês estão realmente procurando alguém tão perfeito assim, vocês estão mesmo esperando que as frustrações, medos e solidão cheguem. Procurem crescer mais antes de opinar sobre o que não sabem. Procurem saber mais sobre vocês mesmos, ao invés de ficar descrevendo o vazio.

Inserida por Zalache

Ali estava Brian no quarto da sua filha, contando a ela mais uma história de um livro para ela dormir. Na cadeira de balanço, ele percebeu o quanto gostava de fazer aquilo para a filha, mesmo sabendo que as histórias eram mais lógicas do que ele imaginava.

– Depois de toda a aventura, o Sr. Coelho olhou para a Sra. Coelho, e percebeu que a amava; então, chegou mais perto dela e a beijou quando no céu caia uma estrela-cadente e…

– Pai, o que é amava? – sua filha perguntou; olhos intensamente conectados com o pai.

– Ahm… – ele desviou o olhar. Se perguntou onde estava a mulher em uma hora dessas. – quando você gosta muito de alguém e quer sempre estar por perto dessa pessoa para tentar demonstrar o quanto de valor ela tem… acho que – ele não terminou.

– O que é gostar? – sua filha colocou os braços debaixo do travesseiro.

– Você não quer comer chocolate todo dia? Isso é gostar de chocolate. – ele pensou em algo mais óbvio a dizer.

– Mas eu não quero mostrar o valor para o chocolate… eu só quero comer. – disse ela, normalmente.

– Eu sei… só foi um exemplo. – ele sorriu timidamente.

– Continuo sem entender.

Ele olhou para os lados e bateu uma vez na capa do livro. Respirou profundamente, tentando organizar as ideias para tentar explicar. Logo percebeu que não tinha ideias nenhuma para falar.

– Quer que eu continue a história? – falou mais alto que o normal, involuntariamente.

– Não… – sua filha bocejou – não estou conseguindo entender muita coisa.

– O que você não está entendendo? – ela permaneceu estagnado.

– “Amar” parece ser muito complicado.

Sua filha apagou a luz do abajur, mas o pai ainda continuava boque-aberto, no escuro e com livro nas mãos. Pela primeira vez, ele soube que, depois de tantos anos sabendo que estava amando, ainda não sabia explicar o que era amar… E sua filha estava crescendo muito rápido, ele percebeu.

Inserida por Zalache

talvez seja inevitável, mas magoa… seu amigo está magoado. você o consola nesses momentos difíceis. vira seu confidente. consegue fazer com que, aos poucos, ele volte com o ânimo de antes. passam momentos legais juntos e você se sente bem por estar fazendo bem a alguém. De repente, tudo muda. esse seu amigo simplesmente te esquece e o troca por outra pessoa, como se você fosse um copo descartável de uma festa de aniversário qualquer. a pessoa fica fria, desinteressada… você é realmente descartado. aí você começa a se culpar, achando que o erro está em você, mas não importa para onde você joga o erro: os fatos não mudam. então nada mais é o mesmo. ao invés de o amigo, agora você é apenas o telespectador dessa alegria. você vê seu amigo com outra pessoa… você se sente bem, claro. conseguiu fazer seu amigo feliz novamente. mas a parte que mais magoa é a forma como as coisas mudam. … talvez seja inevitável, mas essas coisas magoam.

Depois de três horas de tentativas para falar com ela por telefone, Kevin conseguiu ouvir a quebra do monótono timbre da chamada. Ninguém falou nada em meio ao silêncio, mas ele pôde ouvir o som de uma respiração aflita na outra linha.
Kevin: Por favor, não desligue agora.
Mary: Eu pedi para você não me ligar.
Kevin: Você não me deu tempo de me explicar, Mary. Você não pode acabar conosco assim, sem nem ter ouvido o que eu tenho a dizer da história.
Mary: Na verdade, uma imagem já pode explicar muito bem sobre o que palavras gagas podem ao menos tentar.
Kevin: Esse é seu jeito de encarar as coisas? Misturar infantilidade e comportamento de filmes de Hollywood?
Mary: Não é como eu quero, e sim como deve ser.
Silêncio.
Um amor sendo levado pelo vento.
Kevin: Por que eu não posso me explicar, Mary?
Mary: Porque você só conseguiria... complicar as coisas.
Kevin: Por que eu não posso ir aí falar com você?
Mary: Porque... porque nós sabemos, Kevin, que eu iria acabar sendo rendida.
E Kevin ficou ouvindo novamente o "tu-tu-tu" do telefone.
Deseja realizar outra chamada?

Inserida por Zalache

quem nunca mentiu? é preciso ser não-humano para não mentir; todos nós sabemos disso. não ponho em prova seus motivos para mentir, já que sei que mentimos todos os dias, todas os meses, para todos e principalmente para nós mesmos, mesmo isso sendo algo praticamente impossível. o simples fato de vivermos iludidos por falsas promessas traz à nossa mente um sentimento de repulsa, agora incorreto e imoral, mas há uma linha tênue entre o mentir para sua mãe sobre uma nota vermelha no colégio e mentir para uma criança que pergunta por que o pai dela nunca mais voltou para casa. mentir é uma ação humana, portanto, como o “dono”, não pode ser uma coisa estática, definida e repulsiva. mentir pode ser iludir, mas também pode prevenir um mal maior.

Há uma razão simples que posso demonstrar a vocês sobre por que as pessoas não gostam que suas mentiras sejam reveladas ou quebradas. mentir requer inteligência. quando uma pessoa mente, é como se ela voltasse aos tempos de criança, quando ela construía castelos de caixas de papelão e ficava dentro dessa construção, como se nada nem ninguém pudesse atingi-lo dali. a mentira se reflete em algum medo. nós temos medo daquilo que não conhecemos. Logo, mentimos porque existem coisas que não conhecemos. por isso construímos esse castelo enorme de mentiras, para que possamos viver nesse nosso mundo que podemos manipular, observar e ter controle de quem sai e quem entra.

Mas nem sempre podemos ter controle de tudo. Dizer a verdade para algumas pessoas é destruir esse castelo que esse alguém construiu, deixá-lo cara-a-cara com o que ele não conhece e teme. Contar a verdade para uma pessoa que mente é, também, deixá-lo em uma situação de inferioridade, e ninguém gosta de se sentir assim.

Mesmo vivendo em um mundo cercado de injustiças, a ideia da justiça prevalece em nossas atitudes. Se não nos afetasse tanto, até poderíamos deixar as pessoas mentindo como e quando quisessem; afinal, não importa. E é nessas horas que alguns mandamentos das mães vêm à tona:

Não discuta com crianças: você já tem idade e mais maturidade que elas.

Inserida por Zalache

"Algumas ideias parecem tão intactas em nossas mentes que deveriam poder permanecer para sempre em nossas cabeças, como se fosse um pecado terrível revelá-las ao mundo e ter que vê-las fracassar na prática incerta do ser humano. Aliás, será que é obrigatório mesmo manifestarmos todos nossos pensamentos? Deve haver uma razão para existirem segredos…"

Inserida por carolinareginatto

Se eu lhe dissesse que as estrelas que brilham no alto do céu são brilhos dos olhos de casais apaixonados, você me olharia daquele jeito meigo que os olhos tremem com medo de vacilar. Você deixaria aquele silêncio ser preenchido por um abraço apertado, confortável e expressivo; nada mais a ser dito porque a verdade já podia ser perceptível no ar. Esse silêncio não seria mais um daqueles constrangedores dos casais indecisos, mas, sim, um modo de expressão dos amores verdadeiros e puros, aqueles que realmente merecessem um final feliz. Eu poderia lhe dar constantes mares de rosas vermelhas, palavras de afeto de incontáveis linhas que não sabem conseguem direito definir o quê, um sorriso largo de uma voz lá no fundo que quer sair aos berros que te ama, que sempre te amou, que a felicidade foi encontradas… beijos seladores de promessas. Não sei ao certo onde começou, mas talvez seja o truque das grandes tragédias, mas esse sentimento morreu. Se foi sem explicar, olhar, consolar ou mesmo dar uma segunda chance. Esse sentimento pareceu se retrair ao seu próprio interior como aquelas plantas que, ao singelo toque em suas folhas, se recolhem em uma rapidez. Eu te amei, eu tenho certeza disso, porque em cada choro, em cada pensamento, em cada arrependimento, você “estava” lá. Mas agora eu cansei, o fato de eu saber que posso sobreviver sem você me deixa um pouco em dúvida sobre a minha capacidade de percepção do amor. Eu amei, não negarei. Porém agora eu acordei, tão rápido quanto a velocidade que o nosso amor se foi. Talvez tenha tudo sido um sonho, eu penso. Nesta manhã solitária em que o sol brilha forte no céu, lembrei de tudo que passamos, amor e dor, e pensei que fosse chorar, mas agora parece que alguém colocou as mãos em meus ombros, e disse: as lágrimas acabam.

Acabou.

Inserida por Zalache

Eu sempre persisto em dizer que não sou igual à maioria das demais pessoas. Penso, às vezes, que ninguém poderá estar sentindo o mesmo que sinto. Isso é bem compreensível porque sabemos que nunca poderemos entender o que os olhos podem captar; as imagens não são apenas um conjunto de objetos: tudo está tão cheio de conceito e sentimentos… Neste momento, é aquele estranho sentimento que surge - uma mistura entre ódio e vontade de gritar para satisfazer a si mesmo, apenas libertar - que você não sabe onde fica, se é realmente físico ou apenas uma ilusão de sua mente. Algum lugar entre a boca do estômago e sua cabeça. Sua cabeça dói. Seu estômago parece digerir uma pedra enorme de gelo que não se dissolve. Um grito que é abafado dentro de você, um grito que busca apenas saber uma resposta, algo motivador para encarar a vida que ainda está por vir e tentar superar a dor que já foi vivida em seu passado. Pessoas tristes te deixam ainda mais abalado nesse momento. Pessoas alegres parecem zombar da sua atitude, da sua pessoa. Você quer sair correndo daquele lugar e fugir para um onde você poderá ouvir apenas você e o zumbido do silêncio em seus ouvidos. Descobri recentemente que, embora tenhamos defeitos e que queiramos sempre dizer que somos totalmente diferentes dos outros, nós ainda somos humanos. Um resquício de amor, de sinceridade, de empatia e dor ainda reina em algum lugar de nossos corpos. Sinceramente, não sei como explicar o sentimento, talvez sensação, de estar em liberdade. Só que agora eu abri os olhos e meus dedos começam a dançar pelo teclado do notebook. Sinto as palavras percorrendo pelos meus braços, como um sangue cheio de códigos. Sinto a vida em cada milímetro do ambiente. Talvez a realidade finalmente despertou em mim; talvez ela finalmente tenha visto a necessidade de estabelecer uma base em minha vida… Ou talvez seja essa apenas uma carta de adeus da ilusão, que lutou, que acreditou, e então desistiu. Como saberemos? Essas são apenas hipóteses.

Inserida por Zalache

É a primeira vez que realmente não sei o que esperar do futuro. Os sonhos simplesmente não parecem existir mais, como se não passassem de uma ilusão infantil cega por desejo de felicidade; as expectativas parecem frágeis e covardes, como se um obstáculo fosse o suficiente para causar sua destruição. Minhas expectativas têm medo de existir, e o que eu posso fazer senão aceitar esse fato? Agora somos apenas eu e minha consciência nesse quarto escuro, frio e imóvel. Não vejo portas para sair desse desespero sem enfrentá-lo, mas vejo paredes, e essas são limites invisíveis que existem apenas por existir, sem lógica, não como escudo, e elas refletem o que eu não quero ver em mim mesmo. Agora eu tenho certeza que, embora nos preparemos durante muito tempo para alguma coisa, essa coisa sempre irá nos afetar, é inevitável. E eu estou apenas preso comigo mesmo, sendo obrigado a encarar meus próprios demônios reais e imaginários… tudo por causa de uma ilusão… ainda me pergunto “por quê?”. Por que você desistiu de mim como se eu fosse um objeto defeituoso que pode ser descartado já que se tem milhões? Por que me tirou essa felicidade relativa? Sei que a realidade é essencial, mas você não poderia ter me deixado viver mais um pouco nesse mundo de ilusão? Sei que algumas pessoas se incomodam por viver em utopias, mas por que eu me incomodaria se essa sensação é tão boa? … Por que você me deixou para mim? … Sei que a vida não é algo que você pause ou espere: ela está sempre ocorrendo. E não há meio termo entre continuar e desistir, você simplesmente tem que ser forte para encarar os frutos das próprias sementes que colhe. Eu não sou contra isso… mas talvez não seja pedir demais pedir que você sempre esteja por perto, como em um tempo passado esteve.

Às vezes me preocupo quando deixo que todas minhas emoções se escapem em apenas uma frase. Olho para aquelas mínimas palavras e sinto que elas podem definir tão bem o que sinto; por que então parece tão pouco? O que você deve sentir ao ler isso? Será que pensará que não vale muito? Pensará, talvez, que meus sentimentos estão se esvaindo com o tempo? Peço a você apenas um pouco de compreensão - calma e exata. Se essa frase pudesse definir exatamente tudo que ambos sentimos, se ela pudesse cortar o clichê, deixar de usar comparações e ter cada letra no lugar mais correto possível, será mesmo que essa frase descreve um sentimento pequeno ou é a mais bela coisa que poderia ser dita?

Inserida por Zalache

Me sinto um pouco perdido nos meus próprios sentimentos, e embora isso possa causar uma sensação um pouco atraente por ser um instante especialmente meu, sempre há aquele momento exato entre as coisas, onde a alegria é indescritível, e então, de repente, a graça simplesmente se foi, como a luminosidade dos fogos de artifício no alto do céu escuro e brilhante; apenas já aconteceu. E na primeira nota da música que eu procuro consolo ao ouvir, consigo me ver indo para outra dimensão, mas ainda tão inatingível e complexo que o efeito que o som causa é completamente oposto à idealização. As lágrimas não vêm por conta própria, se pararmos para perceber. O choro insiste em se prender em uma parte imaginária bem no centro da garganta; e para, e insiste em não sair, e aumenta, então explode - e implode. O confuso se encontra no fato de que ninguém pode te ajudar mais do que você mesmo pode; como se você fosse o próprio garçom do seu aniversário. O alívio sempre vem com o tempo, depois de uma duradoura tempestade de dor e a perda de si mesmo. Se o destino faz errado e atrapalha, eu não sei. Mas sempre o agradeço por isso, porque, assim, sempre me sinto vivo, e mesmo com a dor, consigo (e quero) continuar rente à frente da jornada que termina em algum ponto do horizonte que, como minha parte emocional confusa, talvez nunca possa encontrar e decifrar.

Inserida por Zalache