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SONETO DE CONTRIÇÃO

Eu te amo, Maria, eu te amo tanto
Que o meu peito me dói como em doença
E quanto mais me seja a dor intensa
Mais cresce na minha alma teu encanto.

Como a criança que vagueia o canto
Ante o mistério da amplidão suspensa
Meu coração é um vago de acalanto
Berçando versos de saudade imensa.

Não é maior o coração que a alma
Nem melhor a presença que a saudade
Só te amar é divino, e sentir calma...

E é uma calma tão feita de humildade
Que tão mais te soubesse pertencida
Menos seria eterno em tua vida.

Em minha simples sabedoria, recuso-me a acreditar que alguém seja capaz de discernir e esquadrinhar a mente e o coração humano tal como Deus faz, pelo simples fato de uma palavra dita, uma brincadeira feita ou uma ação realizada. Isso pertence unicamente a Deus. Somos o que Ele diz que somos e não o que os outros acham que somos. Até porque existem pessoas "boas" que são más e outros que parecem "maus", mas que são bons. Admiro o Rei Davi pela contrição que havia em seu coração, isso o tornava um ser NOBRE, homem segundo o coração de Deus. E assim a gente vive um dia por vez.

Algumas feridas jamais cicatrizam. Umas tão profundas que de vez em quando sinto sangrar. É como se lembrar fosse um gatilho, dispara e me entorpece. Tamanha a dor, parece que vou sufocar. Minha alma chora.
Penso nas maldades que fiz, jamais poderei reparar.

Ao BOM homem, compete-lhe usar da característica do conhecimento. A contrição faz parte de sua nobreza. Usá-la toda vez quando acha que é preciso lhe faz bem.

⁠PERDÃO... 

Ó sorte, eu sei. Eu sei, essa valia
Essa direção que dás pra emoção
A solidão é exata no que merecia
Pois, do amor, cisquei a ilusão

O coração habituara a tirania
Da ficção, de ficar na tensão
No vitimismo, e na melodia
Criei e musiquei a sensação

Então, no ter o que existisse
Me segurei na burra tolice
Do sonho desfrutável a mão

Ó sorte! me deste o caminho
O amparo dum doce carinho
Eu quis outro rumo. Perdão!... 

© Luciano Spagnol - poeta do cerrado
28/01/2021, 14’50” – Triângulo Mineiro

Ato de Contrição

Perdão! Se fiz sem fazer
Omiti e testemunhei ver
Adormeci sem acudir
Atendi e sucumbi
As esperanças esvaídas
Os abraços nas partidas
Olhares almejados ao leu
Receptivos cingir réu
Janelas fechadas ao sol
Negativas ao crisol
Falar mais que ouvir
Olhar mais que sentir
Sorrisos que malogrei
Brados que valorizei
Remissão! Reto do coração!
Neste meu ato de contrição.

Luciano Spagnol
00’01”, 08/04/2013

⁠⁠"A certo tempo tudo estará consumado; o que você tiver feito, estará feito; afinal, você sempre foi o resultado do seu coração". (Victor de Oliveira Antunes Neto)⁠

⁠Queria estar bem e estar ao Teu lado
Mas isso não consigo, pois sou pecador e fraco
Por minhas forças não consigo, sozinho não posso
Eu sou inútil, merecia o inferno
Por que tanto me amastes, porque tanto me quisestes?

A tua graça invadiu o meu coração,
Avançou com o teu perdão
De forma que não pude dizer não
Tu és tão soberano, tão amável, tão justo
Teus preceitos são insondáveis 
Uma pecadora não como eu não merece o teu perdão

Descobri que não é pelas minhas forças que me perdoas
Mas me perdoas pelo teu infinito amor 
Nada do que eu fizer ou faça poderá me separar de ti
Nem a morte, nem a vida, nem autoridades ou poderes celestiais poderão me separar do amor de Deus, por meio de Cristo Jesus, nosso Senhor.