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Tem beijo que parece mordida
Tem mordida que parece carinho
Tem carinho que parece briga
Tem briga que aparece pra trazer sorriso

Tem sorriso que parece choro
Tem choro que é por alegria
Tem dia que parece noite
E a tristeza parece poesia

Tem motivo pra viver de novo
Tem o novo que quer ter motivo
Tem aquele que parece feio
Mas o coração nos diz que é o mais bonito

Te amo, beijo em tua boca a alegria.

Pablo Neruda
Cem sonetos de amor

Nota: Trecho de "Soneto LXXVIII"

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Um homem rouba o primeiro beijo, implora o segundo, exige o terceiro, recebe o quarto, aceita o quinto, e suporta os restantes.

Assim como tem gente que para vencer o alcoolismo evita dar o primeiro gole, algumas pessoas precisam aprender a evitar o primeiro beijo para não reincidir num amor que faz mal à saúde.

Martha Medeiros

Nota: Trecho de Link

Estas alegrias violentas têm fins violentos
Falecendo no triunfo, como fogo e pólvora
Que num beijo se consomem.

William Shakespeare
Romeu e Julieta

Soneto

Canta teu riso esplêndido sonata,
E há, no teu riso de anjos encantados,
Como que um doce tilintar de prata
E a vibração de mil cristais quebrados.

Bendito o riso assim que se desata
- Citara suave dos apaixonados,
Sonorizando os sonhos já passados,
Cantando sempre em trínula volata!

Aurora ideal dos dias meus risonhos,
Quando, úmido de beijos em ressábios
Teu riso esponta, despertando sonhos...

Ah! Num delíquio de ventura louca,
Vai-se minh'alma toda nos teus beijos,
Ri-se o meu coração na tua boca!

Augusto dos Anjos
ANJOS, A. Eu e Outras Poesias. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1998.

Um beijo pode não ser uma coisa higiênica, mas que é a maneira mais saborosa de apanhar um germe, isso é.

Eu sempre digo um beijo na mão pode faz você se sentir muito boa, mas uma tiara de diamantes dura para sempre

A melhor definição do amor não vale um beijo.

Machado de Assis
Assis, M. Obra Completa de Machado de Assis. vol. II. Rio de Janeiro: Nova Aguilar 1994.

Nota: Trecho ligeiramente modificado do original, presente no conto "O Espelho".

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Beijo é o "fósforo aceso na palha seca do amor".

Qual garota nunca comeu uma barra de chocolate por ansiedade. Uma alface por vaidade... E um beijo em um canalha por saudades!

Beijo: um delicioso truque que a natureza criou para interromper a fala quando as palavras se tornam supérfluas...

Desconhecido
Esar’s Comic Dictionary. 1943

BEIJO NA BOCA

Uma vez a atriz e cineasta Carla Camuratti declarou, numa entrevista, que um bom beijo é melhor do que uma transa insossa. Quando a escutei dizendo isso, pensei: "então não sou só eu". Estou com Carla: o beijo é a parte mais importante da relação física entre duas pessoas, e se ele não funcionar, pode desistir do resto.

A Editora Mandarim acaba de lançar um livro que reúne ensaios de diversos intelectuais a respeito do assunto. O nome do livro é O Beijo - Primeiras Lições de Amor, História, Arte e Erotismo. Os autores discutem o beijo materno, o beijo nos contos-de-fadas, o beijo traiçoeiro de Judas, os primeiros beijos impressos em cartazes, o beijo na propaganda, o mais longo beijo do cinema e todas as suas simbologias. Às vezes o livro fica prolixo demais, mas ainda assim é um assunto tentador. Procure-o nas melhores casas do ramo. O livro, porque beijo não está à venda.

Todo mundo sonha com aquele beijo made in Hollywood, que tira o fôlego e dá início a um romance incandescente. Pena que nem sempre isso aconteça na vida real. O primeiro beijo entre um casal costuma ser suave, investigativo, decente. Aos pouquinhos, no entanto, acende-se a labareda e as bocas dizem a que vieram. Existe um prazo para isso acontecer: entre cinco minutos depois do primeiro roçar de lábios até, no máximo, cinco dias. Neste espaço de tempo, ainda compreende-se que os beijos sejam vacilantes: tratam-se de duas pessoas criando um vínculo e testando suas reações. Mas se a decência persistir, não espere ver estrelinhas na etapa seguinte. A química não aconteceu.

Beijo é maravilhoso porque você interage com o corpo do outro sem deixar vestígios, é um mergulho no escuro, uma viagem sem volta. Beijo é uma maneira de compartilhar intimidades, de sentir o sabor de quem se gosta, de dizer mil coisas em silêncio. Beijo é gostoso porque não cansa, não engravida, não transmite o HIV. Beijo é prático porque não precisa tirar a roupa, não precisa sair da festa, não precisa ligar no dia seguinte. E sem essa de que beijo é insalubre porque troca-se até 9 miligramas de água, 0,7 grama de albumia, 0,18 de substâncias orgânicas, 0,711 miligrama de matérias gordurosas e 0,45 miligrama de sais, sem contar os vírus e as bactérias. Quem está preocupado com isso? Insalubre é não amar.

O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.

Augusto dos Anjos

Nota: Trecho de "Versos Íntimos": Link

Você, meu primeiro namorado,
Da paixão apresentou-me a cor,
E a delícia de um beijo roubado
Assim mostrou-me o amor.

Passar o dia contigo,
Estamos juntos, enfim,
É assim que te quero comigo
Beijos e abraços sem fim.

Eu de olhos fechados,
Dou-te meu coração sem temor,
Ele agora a você dado,
Sei que ficará sem dor.

Bem mais que um amigo,
Quero-te todo para mim,
Fazendo coisas sem sentido,
Que o nosso amor seja sempre assim.

Quero-te sempre do meu lado,
Fazendo-me rir com seu humor,
Que seja sempre meu namorado,
Para sempre ter seu calor.

A distância entre a amizade e o amor pode ser a distância de um beijo.

O beijo é a menor distância entre dois apaixonados.

Beijo é maravilhoso porque você interage com o corpo do outro sem deixar vestígios, é um mergulho no escuro, uma viagem sem volta. Beijo é uma maneira de compartilhar intimidades, de sentir o sabor de quem se gosta, de dizer mil coisas em silêncio. Beijo é gostoso porque não cansa, não engravida, não transmite o HIV. Beijo é prático porque não precisa tirar a roupa, não precisa sair da festa, não precisa ligar no dia seguinte. E sem essa de que beijo é insalubre porque troca-se até 9 miligramas de água, 0,7 grama de albumia, 0,18 de substâncias orgânicas, 0,711 miligrama de matérias gordurosas e 0,45 miligrama de sais, sem contar os vírus e as bactérias. Quem está preocupado com isso? Insalubre é não amar.

Martha Medeiros

Nota: Trecho da crônica "Beijo na Boca" de Martha Medeiros.

Cio

Quero dormir com você ou pelo menos
Te dar um beijo na boca
O meu amor não tem pudor, nem acanhamento
Não tem paciência, não agüenta mais
A urgência do desejo
E eu te olho, te olho, te olho
Como se dissesse.

Penso, ele há de perceber, me encosto um pouco
Espero um gesto, um sinal, uma atitude
Que eu possa interpretar como uma resposta,
Uma indicação,
Mas você é um homem sério e continua
Se escondendo atrás dessas teorias
E nem te brilha no olho uma faísca de tentação.

Aí que aflição
Pensar no que eu faria
Se pudesse.

Desejo que não acontece
Fica parado no peito
Aí vira obsessão.

Amar a nossa falta mesma de amor, e na secura nossa
amar a água implícita, e o beijo tácito, e a sede infinita.

Carlos Drummond de Andrade
ANDRADE, C. D. Antologia Poética – 12a edição - Rio de Janeiro: José Olympio, 1978

Toco a sua boca com um dedo, toco o contorno da sua boca, vou desenhando essa boca como se estivesse saindo da minha mão, como se, pela primeira vez, a sua boca entreabrisse, e basta-me fechar os olhos para desfazer tudo e recomeçar. Faço nascer, de cada vez, a boca que desejo, a boca que minha mão escolheu e desenha no seu rosto, uma boca eleita entre todas, com soberana liberdade, eleita por mim para desenhá-la com minha mão em seu rosto, e que, por um acaso, que não procuro compreender, coincide exatamente com a sua boca, que sorri debaixo daquela que minha mão desenha em você. Você me olha, de perto me olha, cada vez mais de perto, e então brincamos de ciclope, olhamo-nos cada vez mais de perto e nossos olhos se tornam maiores, se aproximam uns dos outros, sobrepõe-se, e os ciclopes se olham, respirando confundidos, as bocas encontram-se e lutam debilmente, mordendo-se com os lábios, apoiando ligeiramente a língua nos dentes, brincando nas suas cavernas, onde um ar pesado vai e vem, com um perfume antigo e um grande silêncio. Então as minhas mãos procuram afogar-se no seu cabelo, acariciar lentamente a profundidade do seu cabelo, enquanto nos beijamos como se estivéssemos com a boca cheia de flores ou de peixes, de movimentos vivos, de fragrância obscura. E se nos mordemos, a dor é doce; e se nos afogamos num breve e terrível absorver simultâneo de fôlego, essa instantânea morte é bela. E já existe uma só saliva e um só sabor de fruta madura, e eu sinto você tremular contra mim, como uma lua na água.

Te levarei ao inferno
para te dar um beijo ardente
E meus braços queimarão
Ao agarrarem teu corpo em brasa

Quero te ter louca, cálida,densa, inconsequente
Pra viver contigo um romance tórrido eternamente
E exorcisar de mim este sentimento que me abrasa

Te levarei ao inferno
Pra que tu sejas meu paraiso
Te levarei ao inferno para te dar um beijo ardente

Alguns relacionamentos nem precisam chegar ao fim pra sabermos como será o final. Algumas coisas nunca vão dar certo, certas pessoas não nasceram pra ficarem juntas, e se colocássemos isso na cabeça nos pouparíamos de sofrer, de muitas lágrimas e borboletas mortas no estômago. Mas a gente é bobo, insistimos na falta de amor do outro como se pudéssemos amar por dois, mas isso é loucura. Amor mendigado é sofrimento dobrado. É tristeza, é agonia, é solidão mesmo com alguém do lado. E isso não vale a pena, não vale o esforço, não vale o tempo desperdiçado. Aprenda que a gente pode não escolher por quem vai se apaixonar, por quem vamos sofrer. Mas podemos escolher a hora de parar.de dar fim a dor. E é isso que importa.

O BEIJO

Guardo teu beijo, terno beijo, na memória.
No outono cinza, a despedida, último adeus,
como se foras sem deixar-me uma esperança
de reviver o teu carinho e os lábios teus!

Amargurando o teu partir, restou-me o beijo.
Sonho desfeito, nem as folhas esqueceram,
no farfalhar, de relembrá-lo nas canções,
brincando algures junto às brisas outonais!

As estações se sucederam desde então!
Alma constrita, olhar perdido no horizonte,
dei-me ao letargo dos impulsos lascivosos!

Trago a utopia de uma espera que me aturde!
Cedo o destino e a vida; ao tempo, entrego a morte,
mas na esperança de beijar-te uma outra vez!

Foi um beijo...

foi um beijo onde não importava a boca
só tuas mãos quentes me apertando pelas costas
nada estava acontecendo na minha frente
e a ansiedade que havia não era pouca
teus dedos perguntavam pra minha blusa
se meu corpo acolheria um delinquente
descoladas as línguas um instante
minha resposta saiu um tanto rouca

Martha Medeiros
Poesia Reunida. Porto Alegre: L&PM, 1999.