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E nessa incrível noite de domingo, me despeço quase dormindo, pois o amanhã é agora, e a madruga já diz que a nossa aurora tem a sina de acordar sorrindo.
"As páginas em branco que a aurora insiste em presentear, propõem aos homens serem protagonistas de seu próprio e real diário, o qual involuntariamente é titulado vida".
Amanheceu - chegou a aurora. A grande obra se inicia, ascende-se todo o brilho do sol numa tela imensa de luz e cor.
Anoiteceu - veio o crepúsculo. Termina a grande obra com nuances em dourado, deslumbrante. Deus esteve aqui,guardou os pincéis, sorriu e foi descansar.
Desenhar pedacinhos de amanhã.
Vamos libertar as palavras ancoradas no medo.
Criar partituras sem código, sem segredo.
E sobre seu corpo faremos poesia.
Sobre sua pele desenharemos alegria.
Vamos pintar no amanhã,
Confortos para cada hora.
Vestir-nos da força,
Que faz nascer à aurora.
Não é preciso ferir o hoje,
Com o punhal da vingança.
Agoniza-se já o agora,
E para o amanhã a esperança se aflora.
Vamos fazer flores de arvores perdidas.
Vamos gritar por cima da vida.
Vamos desnudar o nosso interior.
Vamos seguir o que nós ensinou,
O nosso Senhor
Vamos...?
Nós temos a tinta,
Nos, somos a tinta.
O nosso irmão,
É o nosso talismã.
É o papel do nosso amanhã.
Enide Santos 31/07/14
A aurora transforma-se em dia e através do lento vaguear da névoa, desperta-se a voragem do tempo. A manhã sorri, cheia de uma atmosfera juvenil e no ar leve e calmo vibra uma promessa de vida...Assim estou eu, em plena sintonia com esse despertar...
Auroras
Alberto Duarte Bezerra
Ainda que assim, pareça,
Num acertar de contas apressado,
Sob um olhar incompleto, fugaz,
Numa visão de soslaio,
No que o tempo deixou pra traz,
No que restou do passado.
Ao olhar de momentos,
Em horas de desconsolo,
De incompleta leitura,
Num julgamento severo,
Numa sentença mais dura,
Das passagens já idas,
Andadas, vividas.
Não, não foram tempos vazios,
Épocas perdidas.
Não foram eles em vão,
Tampouco assim, sem razão.
Por certo te deixaram marcas,
Ainda que não queridas,
Mas passaram, foram embora,
E te trouxeram até aqui, pro agora,
Guardam tesouros teus.
Carregas ora, legados,
Que te ensinam o próximo andar,
A esculpir o teu ser,
A te conduzir no caminhar,
Moldaram o que és hoje,
E te levam no viver,
Aumentando o teu somar.
E quanto a uma falsa quietude,
Que desconfia tua alma habitar,
Numa tentativa de te abater,
Do teu ânimo se apossar.
Não ficas aí, a sentar em seu colo,
Sentindo o congelar do vento,
E deixando de ver a Aurora.
Saias daí, andas!
Vais embora!
Não ficas aí num lamento,
A fazeres acertos agora,
Pois ainda não é tempo,
Não é chegada ainda a hora.
Andas!
Vais ver o vaguear dos rios,
Andar por belos vales, talvez,
E se preciso for,
Escalar outras montanhas,
E não te cansas, outra vez!
Vais!
Segues em frente, vais embora,
Vais buscar outras paisagens,
Não deixas o inverno te acamar,
Vais ao encontro da primavera,
Vais procurar os campos de flores,
Sentir os seus cheiros, apreciar suas cores.
E não te esqueças, levas contigo a alegria,
E deixas pra traz as dores.
Vais!
Não ficas a sentar no tormento,
Não insistas em calcular,
Não é tempo de desalento,
Tampouco ainda de balanços,
Não é hora de parar.
A plenitude dos tempos, é a aurora e a quietude que se estende por todo o amahecer, do qual se agrava a cada rosto uma expressão diferente, assim entende-se como o poeta da vida nos ensina a crer
Aurora
O tempo não passou
A vida não parou
Um vórtice vertiginoso
Na vida um momento
Moléculas,partículas,fragmentos
Quatro ventos que eros soprou
Na direção do teu corpo
Solenemente no cortejo
Em que os anjos em coro
Se libavam
Suas belas formas formaram
A formação do amanhecer que
Um dia tem de belo pra oferecer
Aurora
(Rayme Soares)
Desejar-te desde a aurora
Não me quietou, não me calou
Adormecia o que hoje aflora
E agora é parte do que sou
Parte do que sou
Solta os cabelos e me acolhe
Menina terra cultivou
O chão da raça que me chama
Raízes fortes que cravou
Pegou meu coração
Hoje falo quando calo
Minha boa em ti cessou
Quando lá na roça é noite
A manhã já levantou
"Indimensionável", infinito
Aquele espaço aqui e lá
Cara linda vem comigo
Todo sempre namorar
EQUILIBRA SEU ESPAÇO
É tempo
De refazer as coisas
De preparar a mala
E viajar
Conhecer o mundo lá fora
Ir atrás da aurora
Vendo o sol raiar
Livre arbítrio
Como posso ser o que nunca fui?
Descrever o que sentir, sem ser?
Queria eu ser a sensação
Da folha ao tocar no chão.
Também queria ser o chão
E dar-lhe majestosa recepção.
O som do trovão queria eu ser
E ecoar mostrando poder
E da noite ser a mão
Para a aurora dar proteção.
Tantas e tantas coisas queria eu ser.
Ser o silencio que só no ventre do vento há.
A distância que cada gota na chuva se dá.
Ser o burburinho na vida do ar.
Querendo ser sou.
Sou a musica que invento
E digo que quem gosta é o tempo.
Sou a sede da aurora
E para ela domo minha história.
Sou a morte do grito
O fim de seu rito
Sou a fome a sede da vida
Sou o punho cerrado
Do livre arbítrio.
Eu sou um mito.
Sou poeta
E querendo ser
Eu sou.
Enide Santos 22/11/14