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Ode à bunda dura

Tenho horror a mulher perfeitinha. Odeio qualquer uma que fique maravilhosa num biquíni. Sabe aquele tipo que faz escova toda manhã, está sempre na moda e é tão sorridente que parece garota propaganda de processo de clareamento dentário? E, só pra piorar, tem a bunda dura feito pão francês com mais de uma semana? Pois então, mulheres assim são um porre. E digo mais: são brochantes.

Você, homem, dirá que estou louca, sou despeitada e, provavelmente, baranga. Na boa, pense o que quiser, mas posso provar minha tese com grande tranqüilidade, ponto a ponto. Quer ver?

A dondoca faz escova toda manhã: fulaninha acorda às 6 da matina pra deixar o cabelo tão liso feito pau de sebo e à prova de furacão. Nisso, ela perde momentos imprescindíveis de rolamento na cama, encoxamento do namorado, pegação, pra encaixar-se no padrão “Alisabel é que é legal”. Burra.

A fofucha anda impecavelmente na moda, o que significa igual a todas as amigas: estilo pessoal, pra ela, é o que aparece nos anúncios da revista da Daslu. Você vê-la de shortinho, camiseta surrada e cabelo preso? JAMAIS! O que indica uma coisa: ela não vai querer ficar desarrumada nem enquanto estiver transando. É capaz até de fazer pose em busca do melhor ângulo perante o espelho do quarto. Credo.

A lindinha exibe um sorriso incessante: ela mora na vila dos Smurfs? Está fazendo treinamento pra Hebe? Sou antipática com orgulho – só sorrio para quem provoca meu sorriso. Não gostou? Problema seu. Isso se chama autenticidade, meu caro. Coisa que, pra perfeitinha, não existe. Aliás, ela nem sabe o que a palavra significa. Coitada.

A queridona tem a bunda pétrea: as muito gostosas são, infalivelmente, muito chatas. Pra manter aquele corpão, comem alface e tomam isotônico, portanto não vão acompanhá-lo nos pasteizinhos nem na porção de bolinho de arroz do sabadão. Bebida dá barriga e ela tem HORROR a qualquer carninha saindo da calça de cintura tão baixa que o cós acaba onde começa a pornografia: nada de tomar um bom vinho ou encarar uma pizza de mussarela. Cerveja? Esquece! Melhor convidar o Jorjão.

Pois é, ela é um tesão. Mas não curte sexo porque desglamouriza, se veste feito um manequim de vitrine, acha inadmissível você apalpar a bunda dela em público, nunca toma porre e só sabe contar até 15, que é até onde chega a seqüência de bíceps e tríceps. E você reparou naquela bunda? Meu Deus…

Legal mesmo é mulher de verdade. E daí se ela tem celulite? O senso de humor compensa. Pode ter uns quilinhos a mais (geralmente eles só existem na opinião dela), mas é uma ótima companheira de bebedeira. Pode até ser meio mal-educada quando você larga a cueca no meio da sala, mas adora sexo. Porque celulite, gordurinhas e desorganização têm solução (e, às vezes, nem chegam a ser um problema). Mas ainda não criaram um remédio pra futilidade. Nem pra dela, nem pra sua

Ailin Aleixo

Nota: Texto publicado por Ailin Aleixo em seu antigo blog Mulher Honesta, em 2004, e republicado pela autora na Revista Alfa, da Editora Abril, em outubro de 2010, reafirmando a autoria do texto que circulava na internet como sendo de Arnaldo Jabor.

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Resposta ao Arnaldo sobre sua crônica: "Quem não dá assistência, abre a concorrência"

O Homem moderno

Hoje a realidade do homem moderno mudou muito. Antigamente o homem tinha paradigmas nos quais ele era obrigado a ser "O Provedor" de todas as coisas que envolviam a família. Não chorava, não demonstrava fraqueza, nem qualquer sinal de que poderia fracassar. As suas mulheres os encaravam como suporte de toda natureza, onde depositavam neles todas as fichas para o sucesso. Hoje, em consequência das dificuldades diárias e da própria mudança de mentalidade social, o homem vem se transformando, gradativamente, num ser mais humanizado e sensível, onde não cabe mais a vergonha em mostrar seus sentimentos, mesmo que isso possa parecer fraqueza. Está aprendendo a não esconder o seu "lado feminino", sem se envergonhar ou se expor a situações constrangedoras. Sente, sofre, pede carinho, ajuda nas tarefas caseiras e, nem por isso, tem deixado de ser "homem". Vem participando mais ativamente da criação e educação dos filhos, coisas que antes eram tarefas de "mulher".
Acontece que, assim como existem homens que não conseguem enxergar a evolução feminina, existem, ainda, mulheres que mantêm a visão de que o homem é o "caixa forte" (em todos os sentidos) da casa. Não. Esse tempo já era. Entramos na era da ajuda mútua, onde o homem e a mulher devem unir esforços no bem comum, lutando juntos para construir uma vida saudável e feliz, onde os dois tenham os mesmos direitos e as mesmas responsabilidades.
Costumo dizer que atrás de toda conquista existe a consequência trazida por ela. Sim, a mulher hoje põe a cara a tapa, vai à luta sem medo e enfrenta os desafios de igual para igual com os homens, mas grande parte dessas mulheres "modernas" estão deixando de lado seus verdadeiros encantos, abidicando da feminilidade. Querem ser homens. E isso não é ser moderno. Ser moderno é ser polivalente, é "jogar nas onze". É correr de um lado para o outro, ora cuidando dos afazeres, ora dando atenção ao seu companheiro. Ser moderno, tanto o homem quanto a mulher, enfim, é formar uma equipe vencedora, capaz de enfrentar os desafios de mãos dadas e com a certeza de que mesmo com alguns fracassos, estarão focados no bem principal que é a felicidade recíproca. Quando todos os seres, indedpendente de ser homem ou mulher, entenderem que a vida, na verdade, conspira para a união e para o relacionamento fraterno e leal, sincero e companheiro, a felicidade tão almejada aparecerá naturalmente, sem ser necessário que homens e mulheres tentem ser o que não são, e cada um ocupe o lugar que Deus lhes deu, sem ferir e ser ferido, apenas com tolerância e dedicação, equilíbrio e... amor.
Por tudo isso e por mais alguma coisa que não escrevi, a mulher moderna não pode esquecer que existe hoje o homem moderno, e, elas mesmos andam dizendo, homem hoje no mercado é coisa rara. Não o homem antigo, fanfarrão tudo mais o que o Arnaldo escreveu aí embaixo, mas o homem leal e companheiro, trabalhador e dedicado à família. Portanto, cuidado, mulheres modernas, não esqueçam que, antes de vocês se modernizarem, os homens já eram galinhas e, agora que tem mulher sobrando no pedaço, complica!

O BELO


A Floresta me basta.
Não que seja o lar,
mas ela é veicu-lar.

Não basta eu entrar na floresta,
ela tem que entrar dentro de mim.

Desta forma eu encontro a paz
e com a paz dispenso os meus sentidos.

Os sentidos não fazem sentido.

Não confuda um poeta com um buda.
Um buda é um poeta, cuja vida virou poesia,
mas um poeta é alguém que se ilude com a beleza.

A beleza é uma ilusão,
pois a visão pode acabar,
e os ouvidos podem falir.

Então não haverá
o belo meneio das folhas luminosas
nem se ouvirá os sons do bosque.

Como saber se a ipoméia
e as hortências
ficaram azuis?

A função da floresta é me
conduzir ao vazio,
um vazio sem sentido algum.