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AGRESTE AZUL E ALARANJADO
Paz de espírito e clima de Agreste
Com vento bom de fazenda
Num alpendre celeste
E uma rede de renda.
Passarinho assobiando
Junto com o sol de fim de tarde
E o vento perambulando
Desprovido de vaidade.
E o vento... O vento do Agreste é afetivo
Como carinho de avô
Aquele carinho sem motivo
Ou melhor, o único motivo é o amor.
E o cheiro de mato verde
Correndo solto na campina
Aprisionado pelo vento
E pelo perfume... Da morena-menina.
E um gosto alegre de milho verde
Assado e cozinhado
E mesmo sendo do céu
O sabor é um pecado.
E o som da poesia
Musicada com a alegria
Do xote e do baião
Do forró e do xaxado.
E o céu... O céu do Agreste
Cenário azul e alaranjado
Onde a tarde beija a noite
E o sol dorme enluarado.
Eita!... Que saudade do Agreste
Do Agreste que vive em mim
E esse... Esse nunca terá fim!...
O vento espalha as folhagens no jardim do cipreste...
Meus pés escarpados trilham ao lado, em meio agreste...
E mesmo se eu quisesse...
Não haveria prece...
Que mudasse o curso do vento que me envelhece.
E meus pés? - Não tem nada não! São livres e silvestres.