Coleção pessoal de ROBERTOCARREIRA

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Saudades

Sinto saudades de tudo que marcou a minha vida.
Quando vejo retratos, quando sinto cheiros,
quando escuto uma voz, quando me lembro do passado,
eu sinto saudades...

Sinto saudades de amigos que nunca mais vi,
de pessoas com quem não mais falei ou cruzei...

Sinto saudades da minha infância,
do meu primeiro amor, do meu segundo, do terceiro,
do penúltimo e daqueles que ainda vou ter, se Deus quiser...

Sinto saudades do presente,
que não aproveitei de todo,
lembrando do passado
e apostando no futuro...

Sinto saudades do futuro,
que se idealizado,
provavelmente não será do jeito que eu penso que vai ser...

Sinto saudades de quem me deixou e de quem eu deixei!
De quem disse que viria
e nem apareceu;
de quem apareceu correndo,
sem me conhecer direito,
de quem nunca vou ter a oportunidade de conhecer.

Sinto saudades dos que se foram e de quem não me despedi direito!

Daqueles que não tiveram
como me dizer adeus;
de gente que passou na calçada contrária da minha vida
e que só enxerguei de vislumbre!

Sinto saudades de coisas que tive
e de outras que não tive
mas quis muito ter!

Sinto saudades de coisas
que nem sei se existiram.

Sinto saudades de coisas sérias,
de coisas hilariantes,
de casos, de experiências...

Sinto saudades do cachorrinho que eu tive um dia
e que me amava fielmente, como só os cães são capazes de fazer!

Sinto saudades dos livros que li e que me fizeram viajar!

Sinto saudades dos discos que ouvi e que me fizeram sonhar,

Sinto saudades das coisas que vivi
e das que deixei passar,
sem curtir na totalidade.

Quantas vezes tenho vontade de encontrar não sei o que...
não sei onde...
para resgatar alguma coisa que nem sei o que é e nem onde perdi...

Vejo o mundo girando e penso que poderia estar sentindo saudades
Em japonês, em russo,
em italiano, em inglês...
mas que minha saudade,
por eu ter nascido no Brasil,
só fala português, embora, lá no fundo, possa ser poliglota.

Aliás, dizem que costuma-se usar sempre a língua pátria,
espontaneamente quando
estamos desesperados...
para contar dinheiro... fazer amor...
declarar sentimentos fortes...
seja lá em que lugar do mundo estejamos.

Eu acredito que um simples
"I miss you"
ou seja lá
como possamos traduzir saudade em outra língua,
nunca terá a mesma força e significado da nossa palavrinha.

Talvez não exprima corretamente
a imensa falta
que sentimos de coisas
ou pessoas queridas.

E é por isso que eu tenho mais saudades...
Porque encontrei uma palavra
para usar todas as vezes
em que sinto este aperto no peito,
meio nostálgico, meio gostoso,
mas que funciona melhor
do que um sinal vital
quando se quer falar de vida
e de sentimentos.

Ela é a prova inequívoca
de que somos sensíveis!
De que amamos muito
o que tivemos
e lamentamos as coisas boas
que perdemos ao longo da nossa existência...

Amar é fazer comida pro namorado (mesmo sem saber cozinhar).
Amar é fazer cafuné. É dormir de conchinha.
Amar é aguentá-lo bêbado. Amar é ir vê-lo jogar futebol.
Amar é ficar assistindo teu namorado jogar videogame e ainda dar um beijo quando sai um gol. Amar é ser sincero e dizer quando está com chulé.
Amar é ceder. É perdoar. É rir e chorar.
Amar é mandar sms de bom dia, bom trabalho, estou com saudades, estou com fome e boa noite. Amar é não conseguir ficar brava, mas fingir que está - só para não perder a razão.

Não é fácil cozinhar a dor, muito menos saborear o fracasso.

Cozinhar é como tecer um delicado manto de aromas, cores, sabores, texturas. Um manto divino que se deitará sobre o paladar de alguém sempre especial.

O zero é a maior metáfora. O infinito a maior analogia. A existência o maior símbolo.

"...que o ato de escrever é uma seqüela do ato de ler.É preciso captar com os olhos as imagens das letras, guarda-las no reservatório que temos em nossa mente e utiliza-las para compor depois nossas próprias palavras.
Aprendi que, quando se começa, plagiar não faz mal nenhum. Copiei descaradamente muitos escritores, Monteiro Lobato, Viriato Correa e outros; não se incomodaram com isso e copiar me fez muito bem."

Autocontrole; ou você tem, ou você é um animal irracional vivendo apenas pelo extinto.

Dentro da caixa eu enlouqueço. Aos poucos meu autocontrole vai se dissolvendo. Agora não penso, tão menos ajo. Petrifiquei como estátua conduzida por medusa. Há tantas opções, só não sei qual me salvará e qual me afogará. Apodreço na minha própria indecisão, minha alma envelhece na imensidão e, eu estou mortificada. As palavras saltam da caixa, mas meu mecanismo sonoro emperrou permanentemente. Sei lá, querer resultados fáceis não é o mesmo do que ter resultados eficazes. Devo pedir demais e fazer de menos porque não sei em qual questão me embolei. Eu quero muito recomeçar, quero poder escolher a vida que quero levar e, dessa vez não estou fugindo. Não, muito pelo contrário. Estou decidindo! E, decido conciliar o que eu tinha com o que tenho, meu passado com meu presente, acho que meu futuro deve ser uma via de mão dupla. Antes + Agora = Futuro. Não facilitou quando decidi fugir, isso só fez com que eu ampliasse minha visão da bagunça que estava fazendo. Tive que quebrar a cara uma centena de vezes, confesso que ainda quebro a cara. E, eu não sou mais a mesma, tão pouco quero o mesmo. Preciso entender - antes, pra mim mesma - que mudei e, nada será como antes. Desejos, sonhos, vontades, como fazia, como reagia, minhas opiniões, minhas opções. Quando passo a pensar em um futuro longínquo eu emperro, me deixo levar e não tomo nenhuma decisão, porque a ideia do longe me faz esquecer o quão perto me incomoda. Pelo menos, já sei o que não quero. Lembrando a todo instante que meu futuro próximo não é como quero levar a vida, me faz chutar o medo e criar coragem para fazer a maior burrada do mundo. Desistir desse agora e, reiniciar. Com um novo hoje.

Eu tenho trabalhado no meu autocontrole e é uma obra infinita. Um muro por dia.

Quer autocontrole? Busque antes o autoconhecimento!

O autocontrole é, antes de tudo, o controle da mente. O que semeamos em nossas mentes, colhemos em nossas ações. “Ler É Viver” foi o lema de uma recente campanha publicitária. É um testemunho do fato de que a vida não consiste apenas em trabalhar, comer, dormir. A mente tem de ser também alimentada. E o tipo de comida que nossas mentes receberem determinará que tipo de pessoa seremos. Mentes sadias têm um apetite sadio. Temos de satisfazê-las com alimento saudável, e não com drogas e venenos intelectuais perigosos.

Aqueles que têm um grande autocontrole ou que estão totalmente absortos no trabalho falam pouco. Palavra e ação juntas não andam bem. Repare na natureza: trabalha continuamente, mas em silêncio.

Busque Amor novas artes, novo engenho,
para matar me, e novas esquivanças;
que não pode tirar me as esperanças,
que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
Vede que perigosas seguranças!
Que não temo contrastes nem mudanças,
andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê.

Que dias há que n'alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde,
vem não sei como, e dói não sei porquê.

Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer.

É um não querer mais que bem querer;
É um andar solitário entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É um cuidar que se ganha em se perder.

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata, lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?

A minha vontade é forte, porém minha disposição de obedecer-lhe é fraca.

O que não provoca minha morte faz com que eu fique mais forte.

Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas.

A vida vai ficando cada vez mais dura perto do topo.

Sem sonhos, a vida é uma manhã sem orvalhos, um céu sem estrelas, um oceano sem ondas, uma vida sem aventura, uma existência sem sentido.

Sendo este um jornal por excelência, e por excelência dos precisa-se e oferece-se, vou pôr um anúncio em negrito: precisa-se de alguém homem ou mulher que ajude uma pessoa a ficar contente porque esta está tão contente que não pode ficar sozinha com a alegria, e precisa reparti-la. Paga-se extraordinariamente bem: minuto por minuto paga-se com a própria alegria. É urgente pois a alegria dessa pessoa é fugaz como estrelas cadentes, que até parece que só se as viu depois que tombaram; precisa-se urgente antes da noite cair porque a noite é muito perigosa e nenhuma ajuda é possível e fica tarde demais. Essa pessoa que atenda ao anúncio só tem folga depois que passa o horror do domingo que fere. Não faz mal que venha uma pessoa triste porque a alegria que se dá é tão grande que se tem que a repartir antes que se transforme em drama. Implora-se também que venha, implora-se com a humildade da alegria-sem-motivo. Em troca oferece-se também uma casa com todas as luzes acesas como numa festa de bailarinos. Dá-se o direito de dispor da copa e da cozinha, e da sala de estar. P.S. Não se precisa de prática. E se pede desculpa por estar num anúncio a dilacerar os outros. Mas juro que há em meu rosto sério uma alegria até mesmo divina para dar.