Coleção pessoal de Ancassuerd

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Pelos caminhos que andei,
E pelas vivencias que presenciei,
Acreditei que não um haveria lugar,
Pensei que a serenidade não iria encontrar.

Certo dia, de um pensamento me aproximei:
De que adiantaria caminhar se
A nenhum lugar parecia chegar?
A solução ainda procuro encontrar,
Mais uma coisa sobre o que pensar,
O importante mesmo é continuar a caminhar.

Eu sou a minha própia reencarnação.

No sofrimento, aquele que sente a solidão,
Neste momento, o que vive graditão que
Eu dou as coisas, em troca do que me dão.

Eu sou aquele a procura de minha paz,
Aquela que, de certa forma, nunca me satisfaz,
Talvez um dia lembre, ou talvez um dia esqueça,
De que nessa vida não há nada que se conheça.

Entre palavras expresso a condição:
Todos os dias a morte de mais um leão.
Todos os dias o nascimento de outro olhar
Para,
Todos os dias um novo viver encontrar
Fala,
Tudo que tem dentro de sua cabeça
Acha,
Um novo local, aquele que te mereça.

Venha cá meu colega,
Venha aqui se sentar,
Pois uma breve história de um amigo,
Preciso lhe contar.

Um camarada ingênuo,
Sempre achava ter razão
Acabou por supérfluo,
Perdendo-se de antemão.

Dentro de seus pensamentos, pensava avistar
Sob próprios fomentos, começou a turistar.
Triste história sobre qual imaginar entre
Suas palavras perdia o amar, iminente.

Venha cá meu colega,
Vamos nos encontrar,
Pois essa breve história de meu amigo,
Não quero que vá reencenar.

Meu corpo passei a habitar,
Uma curiosa mudança senti emanar,
Agora sinto-me em casa em qualquer lugar.

Meu próprio verso

É meu amigo, entre ser feliz e ter razão,
Prefiro eu seguir na contramão.
Meu própio verso,
Estar feliz dentro de meu universo;
Entre as inúmeras vezes que já nos vimos sozinhos,
E nossos monstros que já se tornaram vizinhos,
Prefiro seguir e escrever mais um poema,
Continuar resistindo a este dilema,
Minha vida ainda há de transcender esse sistema.

E no final desta história nada mais que o mesmo: minha consciência e eu a esmo.

Um velho e o jardim

Às vezes me sinto como um velho,
Alguém a espera de um fim,
Sinto como se nessa vida,
Não houvesse mais nada feito pra mim.

Ai eu me pergunto, "por que se sentir assim?",
Embora meus bons dias estarem longe,
Ainda encontrarei minha fonte,
Ainda descobrirei meu jardim.

Às vezes sinto saudade

Às vezes sinto saudade,
Saudade do que fui e também do que serei,
Saudade do que sinto e do que já superei,
Só mais um sentimento,
Dentro da minha enorme complexidade,
Só mais um momento,
Dessa minha realidade.

O Diabo em todo homem

Em minha mente um espelho,
Um reflexo somente conhecido por mim,
Nesse local que me encontro,
Alguém a procura de um fim.

Mas dentro de meu próprio abismo interno,
Graciosamente nomeado de inferno,
Encontro um antigo parceiro,
Um particular companheiro.

Sobre ele eu lhe conto, uma figura exemplar!
Há quem diga, que nesse homem não se deve confiar,
Eu nego, e ainda digo que é bom contemplar
As ações desse meu amigo, meu camarada antigo.

Um segredo eu lhe conto,
Apesar de que lhe disse, ele não existe!
O homem o criou, a sua semelhança o formou.
Uma tentativa vaga de de seus próprios diabos fugir,
Para aquela parte repugnante e nojenta não sentir.

Outra coisa lhe afirmo, por própria experiência vivida
É impossível ser luz sem ter visto a escuridão,
Ilusório ser anjo sem ter sentido a própria destruição.
É pelo contato, que entramos em evolução.

Escuto a voz, o princípio vital no fluxo de representações prementes, uma via privilegiada para o conhecimento.
Sinto o silêncio, o precípuo perceber rescaldado da alma, a limiar aproximação entre o estar só e a entrega ao livre fluxo das associações.

Chego a conclusão: É... estar só se constitui um fenômeno altamente sofisticado e trabalhoso, estar só e o estar em silêncio assumem diferenças significativas; estar sozinho não necessariamente reflete estar em silêncio, e estar em silencio, não obrigatoriamente significa estar sozinho.

Todos precisamos de algo para fugir da complexidade da realidade, para que não terminemos se desintegrando.

Concedido a mim como um presente, oferece a possibilidade de fazer na terra um inferno ou do céu minha morada.
Gentilmente nomeada: Memória.

Sei que este mundo não é tão poético, mas o que devo eu fazer se não consigo me alimentar deste universo cético?

Sou o improvável dentro das minhas capacidades nativas, faço do impossível minha morada e do utópico meu alimento.

Sou um peregrino dentro de meu próprio pensamento, sou aquele que corre atrás do destino mas se esquece que talvez já tenha o alcançado. Quem sou eu?

Somos todos carentes nesse mundo de valentes.
Em um mundo que revindica de nós a compostura de leões e a estabilidade de águias, somos direcionados a viver levianamente sem as manifestações do coração.