Poeta Balsa Melo
Ser é o fundamento sólido para quem quer ter a vida significativa nesta esfera que gira e nos declara, num simples gesto, seres passageiros usufruindo dos empréstimos do Criador.
Ao seguir por este mundo em que as ofertas são baseadas em coisas efêmeras em detrimento àquelas substanciais do SER...precisamos obter a resistência consolidada no amor para não nos tornarmos tão superficiais e iguais.
Não devemos lamuriar as escolhas que não nos inclui.
As escolhas focadas naquilo alheio ao que oferecemos não pode merecer o nosso pranto.
Neste mundo efêmero e passageiro em que a maioria das pessoas se prendem aos subterfúgios da posse, muitas vezes, a essência não consegue exalar.
Devemos ser inteiros sempre e se não puderam nos sentir como substância elementar, talvez, não nos mereciam.
É preciso ser o necessário e, jamais, ter o necessário para tentar atrair as sutilezas desta vida.
Por isso, sejamos, pois ter sem a essência sublime do ser é sofrimento puro.
São traços,
riscos,
mundos e mundo
sob e sobre asas
de um pássaro ferido e a ferir...
carregando o que não se pode carregar
sem as penas da vida.
Quanto mais caminho e, supostamente, um bom aprendiz sobre o amor e a vida...
confidencio que pouco sei sobre o amor e sobre a vida quando me refiro à conjugação do verbo amar.
As conjugações são desapropriadas,
pois o tempo das pessoas é diferente e somos indivíduos amando outros indivíduos.
Contando os pontos sem pontas.
Horas cheias de vazios pontuados na mesmice da espera.
Nada movimenta os ares anunciando a sua chegada.
Outra noite repleta de saudades e sem você.
Não me indago sobre alguns fatos.
Eles quando surgem... são a minha realidade.
Posso até ter contribuído com eles ou não.
Foco a solução para o demasiado sofrimento ou até para saber conviver com a alegria que, também, passa.
Vivo e não me permito ser, apenas, um sobrevivente.
Alguns pensam que o amor nasce do nada e,
mesmo assim,
fazem de tudo para continuar seguindo sem as ações necessárias para a sua permanência e frutificação.
Por isso, vivem no fosso permanente dos seus corações pela incapacidade de amar e serem amados.
Podemos ser severos, mas amoráveis.
A verdade não solicita rudeza nas palavras.
A doçura da abordagem convence muito mais.
O amor é o amor.
Não podemos sofrer amando.
Amor é entrega.
É completude.
É soma e divisão....inserção e elevação da pessoa amada.
Amor é amor que se quer e
quanto mais se vive mais se quer viver.
Vociferam anúncios de um dia que não chega.
A saudade desperta outros sentimentos indescritíveis.
Falar ou silenciar?
Neste momento, não consigo definir.
Vivo e não me satisfaz viver com os restos e, tampouco, com as metades aoresentadas como inteiras.
O menor gesto é o significado do que somos.
Inclusive, o silêncio que mais grita em minha alma.
Ollhamos para quem nos olha.
Sorrimos para quem sorri e alegra as nossas almas.
Ouvimos quem nos concede a oportunidade da fala.
Falamos para quem consegue nos ouvir.
Amamos, muitas vezes, quem não consegue entender o amor dedicado e verdadeiro... mas, o amor, é a sutileza para a alma viver voando.
Espreito um sinal que anuncia um sorriso.
Olho pela porta e você não surge anunciando o meu abraço.
Abraço-me com a sua saudade, mas te confesso que queria o seu corpo suspirando em desejos.
Olho.
Fito um outro espaço.
Tudo revela e retrata os seus olhos sorrindo para mim.
O amor é o aconchego e a certeza de um dia melhor.
As falências ou equívocos da vida ida não podem ressoar em nossas almas impedindo outro amanhecer.
Que eu consiga ser o amor sempre e em todos os movimentos da minha vida...mesmo quando não perceber e sentir que o meu amor não seja a essência para seguir na caminhada compartilhada.
O amor não cega... ele clarifica.
Alivia.
Transporta.
Suporta.
Anuncia e chega com o lenitivo que buscamos para esta caminhada.
Agora.
Sem agouros.
Com agruras das letras que se entortam na confidência da entrega.
Entrego-me a ti, mas devolva-me quando não puder sentir o meu amor.
Vou arrumando o seu desarrumado jeito de me amar.
Talvez eu não consiga e tenha que preferir conviver com a minha alma afogada na insistência vencida de se sentir amada.
Vou requerer meu coração novamente.
Não o sangre mais.
As punhaladas assumiram a forma da mudez dos seus gestos e
os olhos combalidos desabafam com a lágrima que grita.
Caminho sem tréguas.
O novo dia é um outro mundo.
Sou e não me permito, apenas, estar.
Sigo.
Olho e, não raramente, esfrego os olhos para aliviar os ciscos depositados.
Sangram-me a alma, mas ela se revitaliza com o incessante caminhar.
O mundo é o reflexo daquilo que semeei nos estribilhos dos meus acenos.
Nasci por um gesto caritativo do Criador.
De resto... sou o que sou nesta lide permanente de causar algo além das simples aparências humanas.
A flor... ah! a flor que desenho em minha alma para colorir o seu dia, a sua noite e a sua vida!
Flor de tantas formas e fórmulas.
Essência substancial para o meu ar.
Uma flor em forma do beijo que cultivo e cativo no jardim do meu coração.
Suave aroma.
Sutileza do abraço que envolve quando sinto o seu suspiro falando como o vento assoviando que o amor frutifica.
Vou rabiscando um sinal.
A luz está mirando o meu idílio.
Componho-me em letras simples nesta revelação confidente.
Amo como posso sem ter a pretensão de amar mais do que consigo me entregar.
Sou inteiro.
As minhas partes foram reunidas e dedicadas à você.
Visualizo o semblante de um sonho nascendo nesta hora.
Viçoso e com o sorriso aberto colorindo a tarde.
Olho como se o nascimento fosse o fenômeno impar da vida ida e
vinda como derradeiro sopro de alegria.
Abraço-te com os olhos fixos na eternidade... o imorredouro dia sonhado insculpe o amor como a certeza da vida.
Ame e o resto será simples complemento dessa graça.