Johann Goethe

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Noturno do Andarilho

Em todos os cumes:
sossego.
Em todas as copas
não sentes
um sopro, quase.

Os passarinhos calam-se
na mata.
Paciência, logo
sossegarás também.

Johann Goethe

Nota: Tradução de Rubens Torres Filho

O covarde só ataca quando está a salvo.

Quem não é fiel às pequenas coisas, jamais será nas grandes.

É da moderação que nasce a maior das virtudes.

Não há nada mais assustador que a ignorância em ação.

Johann Goethe
Maxims and Reflections (1893).

Vejamos então, se há outra maneira de imaginarmos como se sente o homem decidido a livrar-se do fardo da vida, que, segundo dizem, é agradável. Porque somente temos o direito de falar sobre determinada situação quando somos capazes de senti-la e compreendê-la.

Inserida por polianapb

Eu me embriaguei por mais de uma vez na vida, minhas paixões nunca estiveram longe da loucura, e não me arrependo: porque foi assim que vim a compreender que, desde tempos imemoriais, foram considerados ébrios ou loucos os homens extraordinários, que realizaram grandes coisas, coisas que pareciam impossíveis.

Mas também na vida cotidiana é insuportável ouvir gritarem, quando alguém se comporta de maneira livre, nobre, inesperada: "Esse homem bebeu demais, está louco." Vocês homens tão sóbrios e sábios, deveriam envergonhar-se!

Inserida por polianapb

Temos consciência de nossos defeitos, e acreditamos que os outros possuam exatamente o que nos falta.

Não há alegria maior no mundo do que ver como uma grande alma se abre ao nosso encontro.

Johann Goethe
Os sofrimentos do jovem Werther (1774).

Essa concorrência, e o modo como ficam atentos, um procurando obter vantagem sobre o outro; vejo as paixões mais mesquinhas, mais miseráveis, sem qualquer tipo de pejo (...) Vês, não posso compreender a raça humana, tão inconsciente a ponto de prostituir-se de maneira tão baixa.

Oh, o que sei, todos podem saber - meu coração, porém, somente a mim pertence.

Não sentes que a tua desdita reside no teu coração destruído, no teu cérebro transtornado, e que nenhum rei da Terra poderia ajudar-te.

Não é medo, nem desejo, é um tumulto interior, incompreensível, que ameaça rasgar-me o peito, que me sufoca!

Sempre foi meu destino entristecer aqueles a quem devia proporcionar felicidade.

Nós sonhamos quando falamos na morte.

Inserida por polianapb

Eu amo aquele que deseja o impossível.

Duas almas habitam no meu peito, uma da outra separar-se anseiam: uma com órgãos materiais se aferra amorosa e ardente ao mundo físico; outra quer insofrida remontar-se de sua excelsa origem às alturas. (Fausto)

Inserida por jocerlei

FAUSTO
Que sou eu, se não posso alcançar, afinal,
A coroa com louros da nossa humanidade,
A que todos almejam com tanta ansiedade?

MEFISTÓFELES
Não és mais, meu senhor, do que és: um mortal!
Perucas podes ter, com louros aos milhões.
Alçar-te com teus pés nos mais altos tacões,
Serás sempre o que és: um pobre ser mortal!

Quero fruir o presente e considerar o passado como o passado. Você tem razão: os homens sofreriam menos se não se aplicassem tanto (e Deus sabe por que eles são assim!)a invocar os males indos e vividos, em vez de esforçar-se por tornar suportável um presente medíocre.
(Os sofrimentos do Jovem Werther)

Bem sei que não somos, nem podemos ser todos iguais; sustento, porém, que aquele que julga necessário, para se fazer respeitar, distanciar-se do que nós chamamos povo é tão digno de lástima como o covarde que se esconde à aproximação do inimigo, de medo de ser vencido
(Os sofrimentos do jovem Werther)

Inserida por brunaalencarc

Sinto-me muito bem nesse meio, contanto que não me lembre de um mundo de aspirações adormecidas no mais íntimo do meu ser, entorpecendo-se pela inação, e que eu preciso ocultar com todo o cuidado. Ah! Como isso me aperta o coração! E, no entanto, ser incompreendido é o destino de todos aqueles que se parecem comigo.
Ah! Por que a amiga da minha juventude está morta? Por que cheguei a conhecê-la, ai de mim? Poderia dizer a mim mesmo: "És um insensato em busca daquilo que não se encontra nesse mundo."
Mas eu o encontrei, senti junto de mim um coração, uma alma eleita, junto dos quais eu cria superar-me, tornando-me tudo aquilo que serei capaz de ser.
(Os sofrimentos do jovem Werther)

Inserida por brunaalencarc

A vida humana não passa de um sonho. Mais de uma pessoa já pensou isso. Pois essa impressão também me acompanha por toda parte. Quando vejo os estreitos limites onde se acham encerradas as faculdades ativas e investigadoras do homem, e com todo o nosso labor visa apenas satisfazer nossas necessidades, as quais, por sua vez, não têm outro objetivo senão prolongar nossa mesquinha existência; quando verifico que o nosso espírito só pode encontrar tranquilidade, quanto a certos pontos das nossas pesquisas, por meio de uma resignação povoada de sonhos, como um presidiário que adornasse de figuras multicoloridas e luminosas perspectivas as paredes da sua célula... tudo isso, Wilhelm, me faz emudecer. Concentro-me e encontro um mundo de pressentimentos e desejos obscuros e não de imagens nítidas e forças vivas. Tudo flutua vagamente nos meus sentidos, e assim, sorrindo e sonhando, prossigo na minha viagem através do mundo.
As crianças - todos os pedagogos eruditos estão de acordo a este respeito - não sabem a razão daquilo que desejam; também os adultos, da mesma forma que as crianças, caminham vacilantes e ao acaso sobre a terra, ignorando, tanto quanto elas, de onde vêm e para onde vão. Não avançam nunca segundo uma orientação segura, deixam-se governar, como as crianças, por meio de biscoitos, pedaços de bolo e vara. E, como agem por essa forma, incoscientemente, parece-me, que se acham subordinados à vida dos sentidos.
Concordo com você (porque jpa sei que você vau contraditar-me) que os mais felizes são precisamente aqueles que vivem, dia a dia, como as crianças, passeando, despindo e vestindo as suas bonecas; aqueles que rondam, respeituosos, em torno da gaveta onde a mamãe guardou os bombons, e quando conseguem agarrar, enfim, as gulodices cobiçadas, devoram-nas com sofreguidão e gritam: "Quero mais!" Eis a gente feliz! Também é ditosa gente que, emprestando nomes pomposos às suas mesquinhas ocupações, e até às suas paixões, conseguem fazê-las passar por gigantescos empreendimentos destinados à salvação e prosperidade do gênero humano. Tanto melhor para os que são assim! Mas aquele que humildemente reconhece o resultado final de todas as coisas, vendo de um lado como o burguês facilmente arranja o seu pequeno jardim e dele faz um paraíso, e, de outro, como o miserável, arfando sob seu fardo, segue o seu caminho sem revoltar-se, mas aspirando todos, do mesmo modo, a enxergar ainda por um minuto a luz do sol... sim, quem isso observa à margem permanece tranquilo. Também este se representa a seu modo um universo que tira de si mesmo, e também é feliz porque é homem. E, assim, quaisquer que sejam os obstáculos que entravem seus passos, guarda sempre no coração o doce sentimento de que é livre e poderá, quando quiser, sair da sua prisão.

(Os sofrimentos do jovem Werther)

Inserida por brunaalencarc

É preciso abraçar a volúpia, fartar-se de prazeres e não ter medo da morte.

O homem com percepção suficiente para admitir suas limitações é o que mais se aproxima da perfeição.