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As idéias de muro de Berlim e Cortina de Ferro estão anuladas, não porque o comunismo mudou ou porque a Guerra Fria, tenha acabado, mas porque as comunicações no mundo mudaram. A grande revolução não veio das armas, mas da palavra e da imagem. Havia um mundo estruturado antes e depois do muro de Berlim e da Cortina de Ferro; havia também um mundo estruturado antes e depois de satélites, parabólicas e Internet.

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Não há como pensar mais em “guardar segredos” em um mundo globalizado, televisionado, plugado e conectado, do Oriente ao Ocidente, 24 horas por dia, de sol a sol. E por mais que jornal, televisão ou rádio tentem enganar as pessoas com idéias ou imagens manipuladas sobre determinado
assunto, pessoa ou coisa, não conseguem mais, porque há os movimentos de poder alternativos, os grupos que não se atemorizam com a pressão de governos, religiões ou empresa e capital.

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Os grupos alternativos de poder são os que, por exemplo, fazem na Internet movimentos contra Pinochet; são os zapatistas; são os curdos. Deles
todos recebo mensagens via Internet. A eles, os meios de comunicação nunca deram licença para se manifestar, e só agora, com a Internet, eles podem tirar o “esparadrapo da boca”. Antes, puderam fazê-lo com as rádios piratas e os jornais alternativos, como o Pasquim, mas com a ameaça constante de intervenção do Estado:
agora os Estados não têm controle sobre a imensa Torre de Babel da
Internet, porque a rede é muito maior do que a malha de qualquer autoridade.

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Os novos rebeldes, hoje, são os guetos que nascem à margem do
desenvolvimento tecnológico, enquanto a tecnologia se reproduz nos
laboratórios das multinacionais, vinda do berço das forças armadas, sendo que foi do medo americano de um ataque nuclear soviético que se originou a rede das redes, tornando possível a conexão entre milhões de computadores diferentes. A ideia de multiplicar a rede surgiu nos anos 60, quando Paul Baran concebeu uma rede de computadores na qual cada máquina seria capaz de orientar o trabalho das outras, independentemente.

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Quanto mais os meios interferem nas políticas locais ou estrangeiras, mais os desejos internacionais de um grupo se tornam desejos populares, porque a vontade de um povo é construída por símbolos que conjugam uma universalidade de valores entre homens e governos.

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A televisão a cabo, a Internet, as tevês por fios de cobre, microondas, pelo Direct TV ou qualquer outro recurso técnico ou tecnológico novo propiciam tanto a imagem dos pedaços do Muro de Berlim caindo no chão quanto a transparência da Cortina de Ferro, em poucos segundos. Isso faz com que haja uma sensação imediatista de morte e vida, transformando o
que é um fato histórico em parte do quotidiano universal.

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A própria imprensa joga confetes em si mesma e se convence de que seu poder é a prova de fogo. As novas tecnologias de comunicação
aumentaram esse poder de fogo, são a “bomba atômica” do século, pois as
informações que percorrem o mundo em maior velocidade destronam
governos, criam “cortinas transparentes” em oposição à antiga cortina de ferro, e os jornalistas sabem que a profissão deles é aliada ao poder.

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Nesse conjunto de ligações comunicacionais, os desejos internacionais se tornam ainda mais internacionais, porque os canais de proliferação de idéias se multiplicam em nível global. O que temos que analisar, portanto, é se o resultado dessa política internacionalista das mídias comprova ou não
uma integração internacional das nações, e se o encadeamento da política internacional deles pode ou não reforçar o sentimento local de nação.

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Com as novas tecnologias de comunicação o sistema amputa de
forma globalizante, de forma geral, não só local. O negro da favela da Rocinha
e o africano de Angola estão agora no mesmo barco.

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Não é de estranhar, por exemplo, que a comunicação mundial esteja
dividida entre grupos relacionados aos mesmos grupos fortes econômicos
mundiais, e os mesmos que gozem dos benefícios que hoje a globalização
representa para os países ricos e desenvolvidos; portanto não é de estranhar que a democracia seja propriedade privada de alguns e franquia paga por outros, pelo fenômeno da globalização.

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Quando se observa que o número dos países mais desenvolvidos, o grupo dos oito, é quase semelhante ao número dos grupos que dominam a produção mundial de comunicação, divididos em sete grupos que formam o Império da Mídia, constata-se que comunicação e poder estão vinculados sempre, são montadores políticos eternamente. Mas quando blocos econômico-políticos se sobrepõem um ao outro, se castra a diversidade cultural pelo abuso do poder, do capital e da informação estrangeira.

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As artes e as informações locais se desmontam em conseqüência das
influências dos mega mercados internacionais que representam os Estados Nações de um império só: o dos meios de comunicação.

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Hoje o poder de comandar já não basta, a industrialização de idéias para influenciar coletivamente é a maior arma que as nações podem ter, e os meios de comunicação são veículos certos que abrem os caminhos para conduzir, porque conduzir é mais forte que dirigir.

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A diferença é que conduzir é algo feito pelo poder do argumento e do convencimento, da persuasão, enquanto que dirigir é uma atitude imperativa. O poder de mandar e de dirigir é diferente do de influenciar.

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Conduzir é um ato mais suave, a influência não é percebida
diretamente, e nem precisa da autoridade para se realizar, por isto é que
grandes líderes políticos, religiosos, militares e artistas não dirigem, mas
conduzem e influenciam.

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O poder de influenciar é mais abrangente do que o de mandar,
porque a influência pode marcar a vida de uma pessoa. Há pessoas que por
influência política tomam posicionamentos de direita, centro e esquerda, por influência religiosa tornam-se protestantes ou católicas, na arte recebem influências que se tornam tendências de uma linha de criação, como os estilos do cubismo, surrealismo, barroco entre outros.

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As influências das novas tecnologias de comunicação são exercidas pela construção das falas do discurso das mídias, e é necessário demonstrar que a tecnologia em si não tem poder, a fala ideológica de quem as domina é que tem poder.

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A televisão, que sempre se caracterizou como um aparelho, uma maquina que dá às pessoas um lado lúdico de entretenimento, foi, por diversas vezes, não só no nosso país como no estrangeiro, o sedativo político
da sociedade.

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A própria legislação americana sobre a propriedade dos meios de comunicação, vem sofrendo mudanças com o objetivo de abrir terreno para as
grandes fusões. No projeto de eliminar as diferenças, seu propósito é diminuir
os conflitos de interesses, escolhendo um interesse particular para cobrir toda a sociedade.

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Os novos Al Capones são aqueles que mexem com as vontades humanas e não com os crimes de natureza humana, são os donos e criados dos meios de comunicação, principalmente da televisão.

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Vendem e convencem. Induzem a sociedade a sentir determinados desejos e vontades que não são suas, da natureza social, porque ninguém nasce com dependência de cigarros ou bebidas, com vontade de comer chocolate, tomar Coca-cola ou comer pipoca quando vai ao cinema: são padrões de conduta adquiridos através dos meios.

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Se a mídia gera sedução, ela é feita pelo objeto de prazer: o
poder. Se as pessoas estão procurando acompanhar os padrões que a mídia
fabrica é porque querem ou são obrigadas a estar dentro do padrão social generalizado, para não serem excluídas do sistema. Portanto, se a
personagem da novela é uma sem terra, a única opção que a mídia coloca
como melhoria de sua condição social é a de se casar com o personagem
milionário da história.

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A mídia cria uma espécie de vertigem coletiva, pois em maior ou
menor dimensão a figura da mídia é articuladora de transferência de valores na sociedade, ditando regras morais, costumes, comportamentos e dando a
aparência, numa visão fria e desenvolvida em estúdios, de que a sociedade é realmente aquilo que ela desenvolveu dentro de seu espelho contextual.

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Assisti a um seriado da Rede Globo, chamado Decadência, que
fazia uma abordagem irônica sobre as seitas evangélicas. Em especial, a
Globo tentava atacar o Edir Macedo, e o artista Edson Celulari, que fazia o
papel do personagem Emannuel, um motorista que vira bispo e enriquece, num dado momento da história fala que ninguém quer ser feliz depois que morre, e por isso as religiões evangélicas estavam ganhando fiéis, pois elas prometiam a felicidade aqui e agora.

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A influência dessa mentalidade imediatista das novas tecnologias é de que tudo é vendido, tudo é comprado, e o “Baú da
Felicidade” já não é mais propriedade exclusiva do apresentador de televisão
e empresário brasileiro Sílvio Santos.

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