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Até onde irá o mundo? Qual será o seu limite?
A Verônica Miyake (Verônica Miyake), num ritmo frenético, nos abre os olhos ante essa realidade...
São sutis, subliminares,
As mensagens das novelas
E as músicas populares,
Que nem são assim tão belas
Mas enganam, sim, milhares.
Cego Blues
Num chapéu cor de farinha
Com uma cachaça e uma garrafa quase vazia
Uma cegueira cega que nem ela
Um tempo certo na hora errada
Um blues de um forró bem triste
Uma criança que não chora nem vai embora
E três mesas vazias.
Uma lembrança de um perfume
Um chale branco, saudade e ciúme
Uma parede de uma alusão púrpura bondade
Um amor insano, regado e negado
Invejado pelos anjos, flechado caboclo
Uma antiga mentira virou verdade
E as tais mesas vazias
E depressa vai cada vez mais lenta
A noite e o dia feito o amor que se inventa
Arde, queima e contenta
Falso feitiço feito a destilada água que torpe
Os modos e as giras
que envolta de nós se sustenta
Nenhuma mesa, onde não a via
O local deixou a razão com sorte
A música acabou e o bumbo coração tenta
Bem mais poema do que cena
Eu sorrio vida que brilha, não me faço de dentes.
Vida não esfazia no feitio de mesas fazias.
"Não, isso é pur causo de disnobre, ser disinrrugado, ficar em minha especie, ai eu fico assim em buraco pra si trazer a verdade"
Nunca acreditei em “amor cego.” Pelo menos pra mim, quando se tapa os olhos para o defeito do outro, é insanidade mental, menos amor.
" A decepção só traz tristeza,e ela vem da pessoa que denominamos correta,e so depois vemos a realidade,de que nada é como se espera
Porque o amor é cego, existem animais que amamentam outras espécies, e também por causa dessa cegueira, os presidiários recebem cartas de amor.
EM TERRA DE OLHO,
O CEGO É QUEM ENSINA O REI,
A ENXERGAR O CAMINHO DA
ILUMINAÇÃO E NÃO APENAS
A CAMINHAR NA LUZ DE QUEM VÊ,
SEM ENXERGAR...
O destino é cego, e o raio que fulmina sobre a cabeça do culpado também às vezes debruça sobre o lodo o lírio puro da inocência e da virtude”.
É bom que se reavalie a imposição de conceitos, das vontades, das tais "minhas verdades".
Assusta! Longe, bem remota a chance de ser uma síntese.
Pois, de tese em tese, contrariando o que se quer que prevaleça, retorna-se, justamente, ao que se queria combater.
Progresso não é impor a ordem, é, simplesmente , não impor. Respeito não se conquista se fazendo engolir a todo custo, aniquilando o livre pensamento, retribuindo na mesma moeda que não vale um tostão.
Talião fosse norma, não passaríamos de um povo cego e desdentado.
Não é uma questão de razão, apenas bom senso!
Quando a cegueira é uma escolha pessoal ou implantada, resta-nos o tempo da luz e quanto mais cedo, melhor.
por você viajaria o mundo
para te encontra
se você estiver no mar
nadarei para te encontrar
mais se você me esquecer
nunca mais vou te ver
Na maioria das vezes o orgulho da pessoa a ilude de uma maneira que a faz não enxergar o que todos conseguem ver.
De fato! O amor é imensamente mais importe que a beleza. Enquanto prevalece o amor sempre existirá a beleza, talvez seja por isso que dizem “o amor é cego”
As potências mundiais comportam-se como dois cegos fortemente armados que apalpam o caminho ao redor de uma sala, sendo que cada um pensa estar em perigo mortal por causa do outro, a quem presume ter uma visão perfeita. Claro que, com o tempo, até dois cegos armados podem causar enormes danos um ao outro, já para não falar da sala.
Não posso ajudá-lo! Mas não posso dizer que não posso! farei de conta que o ajudo! vou fingir não ser minha responsabilidade! ou melhor, vou me fazer de cego! Ahhhh!!! de cego me parece bom; o outro que observava logo pensou, eu sou o surdo; o terceiro disse não falarei nada; Bom agora está ótimo, formaremos uma sociedade moderna.
O CEGO, E O OUTRO QUE VIA
Havia na estrada do mundo
um Cego, e um Outro
que via
O Cego tinha uma estrela
cujo brilho não sabia
A Noite não lhe era um mal
pois não via o que não devia
O Outro tinha três olhos
e pelo excesso sofria
pois via com o olho da sobra
tudo aquilo que não podia
Numa flor via seus átomos
e nessa profundidade desastrada
Toda beleza se perdia
No perfume sentia cheiros
(cada nota em separado)
pelo nariz lúcido e enfermo
que todo aroma dissolvia
E assim, pela estrada do mundo
Ia o Cego, e o Outro que via
O que via indagava a causa
e o Cego gozava o efeito
Sendo feliz porque não via
Contava-se nas estalagens
Por onde a estrada passava
Que Um era a sombra do Outro
E os Dois, partes de um mesmo ser
Cuja felicidade de ver
Somente estava onde não devia
[publicado em Recital, vol.3, nº1, 2021]
"A dificuldade de ser um artista não é expôr para cegos e daltônicos, é perceber que algumas pessoas não querem enxergar o talento dos outros."
Cego em Perdição
Procurando em vão
A inalcançável expiação
Minha salvadora cintilação
A jazer em meu mundo obscurecido
Maculada em sinceridade
Nesses corredores infernais
Minha infeliz sentença
De frieza melancólica respiro
Pois as noites são iguais
Infundadas na miséria repetitiva
Meus olhos profanado
Não enxergam o além
Pupila ruborizada
Em contornos diabólicos
Buscando desesperado a perdida luz
Minha alma pintada
No lúgubre escarlate
Outrora momento, fora branca
Desonrado de fora para dentro
Insanidade costumeira e desenfreada
Rompendo de mim, mas o alvo é você
Tudo virou ao contrário
Caminho em direção oposta
Meu intento natural
Minha familiar segurança
A solitária
Pois eu sou o medo
Gerado e modificado
Transformado aos moldes de eterna brasa
Sugando desejada vitalidade
O tempo não passa
Soando agoniante
Enquanto circular o sangue da indignação
Hei de procurar a fonte da perdição
E fundirmos num corpo só
Abençoando-me na paz
Por não mais estar cego e só.