Poemas Famosos

Cerca de 390 poemas Famosos

Se algo insiste em não estar bom pra você, não insista mais. Pegue seu boné e “on the road”. Sempre haverá outras pessoas, outros lugares, outros trabalhos, outras paixões que parecerão pra vida toda, outros projetos… Melhores, piores ou simplesmente diferentes daqueles aos quais você se acostumou.

Qualquer destino, por mais longo e complicado que seja, vale apenas por um único momento: aquele em que o homem compreende de uma vez por todas quem é.

"O coração mais puro. O amor mais lindo. O sorriso mais sincero. A palavra mais bela. Não valem nada, quando o caráter é inválido."

É certo que não passo de um viajante, um peregrino nesta terra! Mas e vós, sereis mais?

(…) ouvir tudo isso daquela boca e - no tom da mais sincera simpatia! ... Fiquei transtornado e tenho ainda o coração cheio de ódio. Queria que alguém ousasse repetir-me tudo isso para atravessar-lhe a minha espada de lado a lado, - porque só o sangue poderá acalmar-me. Oh! cem vezes já peguei do punhal para livrar meu coração do peso que o esmaga.
Conta-se que há uma briosa espécie de cavalos que, perseguidos, quando se vêem demasiadamente excitados tem o instinto de abrir uma veia com os dentes para não rebentarem sufocados. Sinto às vezes vontade de fazer o mesmo: abrir uma veia e conquistar assim, para sempre, a liberdade.

"nunca deixo saber aos meus sentimentos o que lhes vou fazer sentir... brinco com minhas sensações como uma princesa cheia de tédio com os seus grandes gatos prontos e cruéis..."

Nunca supus que isto que chamam morte
Tivesse qualquer espécie de sentido...
Cada um de nós, aqui aparecido,
Onde manda a lei e a falsa sorte,

Tem só uma demora de passagem
Entre um comboio e outro, entroncamento
Chamado o mundo, ou a vida, ou o momento;
Mas, seja como for, segue a viagem.

Passei, embora num comboio expresso
Seguisses, e adiante do em que vou;
No términus de tudo, ao fim lá estou
Nessa ida que afinal é um regresso.

Porque na enorme gare onde Deus manda
Grandes acolhimentos se darão
Para cada prolixo coração
Que com seu próprio ser vive em demanda.

Hoje, falho de ti, sou dois a sós.
Há almas pares, as que conheceram
Onde os seres são almas.

Como éramos só um, falando! Nós
Éramos como um diálogo numa alma.
Não sei se dormes [...] calma,
Sei que, falho de ti, estou um a sós.

É como se esperasse eternamente
A tua vida certa e conhecida
Aí em baixo, no café Arcada —
Quase no extremo deste [...]

Aí onde escreveste aqueles versos
Do trapézio, doriu-nos [...]
Aquilo tudo que dizes no «Orpheu».

Ah, meu maior amigo, nunca mais
Na paisagem sepulta desta vida
Encontrarei uma alma tão querida
Às coisas que em meu ser são as reais.

[...]

Não mais, não mais, e desde que saíste
Desta prisão fechada que é o mundo,
Meu coração é inerte e infecundo
E o que sou é um sonho que está triste.

Porque há em nós, por mais que consigamos
Ser nós mesmos a sós sem nostalgia,
Um desejo de termos companhia —
O amigo como esse que a falar amamos.

"...nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
senão, amor, eu morro."

Falaram-me em homens, em humanidade,
Mas eu nunca vi homens nem vi humanidade.
Vi vários homens assombrosamente diferentes entre si,
Cada um separado do outro por um espaço sem homens.

Inserida por Annelies

Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estacões
A seguir e a olhar.

(...)Por isso quando num dia de calor
Me sinto triste de gozá-lo tanto,
E me deito ao comprido na erva,
E fecho os olhos quentes,
Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
Sei a verdade e sou feliz.

Inserida por MadelaineStella

Nunca sei como é que se pode achar um poente triste.
Só se é por um poente não ter uma madrugada.
Mas se ele é um poente, como é que ele havia de ser uma madrugada?

( Alberto Caeiro [Heterônimo de Fernando Pessoa])

Inserida por portalraizes

Há tantos deuses!
“Há tantos deuses!
São como os livros — não se pode ler tudo, nunca se sabe nada.
Feliz quem conhece só um deus, e o guarda em segredo.
Tenho todos os dias crenças diferentes”...

( Álvaro de Campos [Heterônimo de Fernando Pessoa], (escrito em 9.3.1930), In Poesia, Assírio e Alvim, ed. Teresa Rita Lopes, 2002. (trecho))

Inserida por portalraizes

Esse coração tá na linha de tiro e você nunca erra
Só com seu sorriso já ganhou a guerra
Ai, sou todo seu

Inserida por pensador

Quero Colo
Como eu queria muito
O colo de minha mãe!
E voltar a ser criança
Novamente.
E nunca mais me soltar
Nesse mundo hostil
E ficar seguro de teu amor
Imortal que era só da gente.
E mesmo se eu correr
Por essas esquinas escuras
E ralar meus joelhos
Grito teu nome, peço socorro
Minha heroína vem a mim
Nesses encontros dramáticos
Dos caminhos que escolhi mesmo.
Hoje estou solto no mundo
Não tenho mais o colo materno
Daquela que me deu a vida
E me amou incondicionalmente.
Hoje busco outras formas de colo
No mesmo molde de ternura
Carinho, afeto e muito amor...
A felicidade de um menino
Em meu colo inexistente.
Um colo é a coisa mais importante
No que a gente possa ter na vida.
Sem falar da segurança, proteção,
Você é bem guiado e orientado
Nos domínios sombrios desta terra
E isto precisa ser mais cedo
Como tive o colo da minha mãe
Como tive o colo da minha irmã
Hoje tenho colo da minha esposa
Hoje tenho colo deste meu afã:
Quero ser muito feliz ainda,
Mas tenho muito, muito medo!

Inserida por VictorHugo0713

Escrevo, triste, no meu quarto quieto. Como sempre tenho sido, sozinho como sempre serei.

Mergulhar corajosamente na espessura da vida e aproveitá-la onde você for, é sempre interessante.

A miséria das classes baixas é sempre maior que o espírito de fraternidade das classes altas.

Sempre necessitamos ambicionar alguma coisa que, alcançada, não nos faz desambiciosos.

Carlos Drummond de Andrade
O Avesso das Coisas: Aforismos. Rio de Janeiro: Editora Record, 1990.

Senhor, dá-me alma para Te servir e alma para Te amar. Dá-me vista para Te ver sempre no céu e na terra, ouvidos para Te ouvir no vento e no mar, e mãos para trabalhar em Teu nome.

Fernando Pessoa

Nota: Em "Prece" - Extraído de "Fernando Pessoa - O livro das citações" - Organizado por José Paulo Cavalcanti Filho - Editora Record - Rio de Janeiro, 2013

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O homem sempre estará cometendo erros, enquanto estiver em busca de alguma coisa.