Poemas da Amazônia

Cerca de 188 poemas da Amazônia

O Que há em Belém?

Tem vatapá
Tem tacacá.
Tem açaí.
Tem pato no tucupí.

Tem peixe frito.
Tem caldeirada.
Tem mexilhão.
Também não falta o camarão.

Tem taperebá.
Tem cupuaçu.

Não se pode esquecer o bacuri,
Com seu sabor singular.
Não há quem deixe de apreciar.


Uma riqueza sem fim, vinda do seu interior.
E isso é apenas uma amostra
Do posso encontrar
Na capital do meu Pará!

Banzeiro

Poesia Amazônica
Parece prece
que enverdesse
Flertes da palavra mata
Onde as ruas são rios
Desse banzeiro
que me envolvo.

Cabanos

Através da madrugada
Fez-se heróica jornada
Em cada comunidade
Pela comum liberdade.

Através desta vastidão
Onde tudo é imensidão
Ergueu-se cada oprimido
Em cada canto esquecido

Na Amazônia lutou
Povo que um dia ousou
Calar sem medo o algoz
Todos em uma só voz!

Tica aqui tica de lá
Tica que é bom
Tica na feira

Linda cidade da floresta
Mercado neuvoir teatro e jazz

Encontro de todas as raças
Cidade dos igarapés

Do norte tu és a paisagem
Cidade equatorial

Acolhes a todos que chegam
Grandeza do povo daqui

Borracha seringa da floresta
No coração da Amazônia

Café regional na estrada
Beleza a morena tropical

Mulheres da tua linhagem
Na dança dos teus festivais

Que belas são tuas paragens
Pacata e bom de viver


Temperos que tu oferece
Sabores da tua cultura

Histórias do povo caboclo
Do barco atracado no cais

Das feiras alegres das ruas
Do gosto sabores daqui

Manaus do caboclo do norte
Orgulho do povo daqui

Diga-me quantas correntezas terei que ver para que eu seja outro, ou para que o mundo não seja mais o mesmo? Ou que pelo menos os rios estejam limpos...
Se eu for banhar, que eu não espelhe o ego, se eu mergulhar, que eu não afogue o ar.
Revoltados ordenamos que respeitem nossa terra, pois não cansaremos de lutar.
A natureza nos abraça, se á ela não decaptar.

⁠Vila Bela

Quem nasce aqui,
Pode se considerar um abençoado!
Quem aqui faz morada,
Pode se considerar um privilegiado!
E quem precisa partir,
Jamais se esquece de ti.

Ah, Vila Bela, rodeada de belezas naturais...
O amor que o teus filhos sentem,
Ninguém pode explicar,
Pois só quem nasce aqui,
Traz consigo, enraizado,
Esse sentimento de te amar.

Os teus filhos, sempre retornam!
Pois a saudade, ela é grande demais...
Alguns vêm e vão todos os anos,
Outros, sonham em virem para ficar.

Da igreja da praça, o sino soa,
Avisando a todos, que a missa vai começar!
Enquanto nossa Senhora nos abençoa,
São Sebastião nos reúnem,
É assim, todo mês de janeiro...

Janeiro é tempo de cheia:
De água,
De gente,
E de alegria...
É tempo de casa barulhenta,
Sinal, de família reunida.

De dia, a reunião acontece nas tuas lindas praias... ou sob alguma sombra nos quintais,
Onde se bota a conversa em dia,
Lembrando de tantos outros festivais.

À noite, a festa é na sede São Sabá,
Que ninguém perde por nada!
Pois todo ano, há sempre uma novidade...

Na festa mais aguardada,
Da vila mais bela,
Dentre todas as comunidades!

⁠Quem tem me visto implorar
Fazer poemas ao tempo
pelo fim da penosa estação
precisa saber que onde vivo
nunca houve uma primavera...
Só existe inverno e verão!
Amazônia, num ano inteiro
Tem um inverno de chuvas
E um verão de julho a janeiro!

Sobre o Coronavírus...

Do meu mundo encantado de Alice, eu me atrevo a fazer uma análise deste momento histórico em que o próprio homem (sem querer, querendo) com o aval do Deus Eterno (NADA acontece sem a permissão Dele) permitiram que o planeta passasse.
Sim! Enquanto estamos de quarentena o planeta pode descansar de nós...
Enquanto o vírus chamado homem se recolhe em sua insignificância, a semente germina sem medo, a flor desabrocha em um mundo menos poluído.
Enquanto o homem se esconde porque percebeu sua pequenez no universo, os rios, os córregos, os mares, as fontes seguem ligeiras se purificando.
Enquanto estamos confinados, trancafiados do alto do trono, assentado sobre o globo da Terra (Isaías 40:22) Deus provavelmente assiste ao maior espetáculo da Terra: as geleiras se solidificando, o ar se purificando, às flores sorrindo, a vida marinha bioluminescente reluzindo, a Amazônia renascendo, os dedos de gelo se formando, arco íris lunares surgindo, animais não estão fugindo, seres humanos se voltando para Ele!!🙌🙌🙌
Foi preciso algo microscópico, para derrubar nosso ego gigante!
Foi preciso um inimigo invisível, para nos fazer enxergar...
Foi preciso um vírus miúdo virar o mundo de cabeça pra baixo para entendermos que somos todos iguais.
Foi preciso um vírus minúsculo nos ensinar o quanto a linha da vida é tênue e frágil, e o quanto podemos ser grandiosos e fortes se caminharmos juntos na mesma direção!
Por isso quanto tudo isso passar, não economize beijos, não guarde abraços, não estoque rancor!!
Porque se um vírus tão infame foi capaz de fazer tudo isso...
Imagine quando o mundo inteiro compreender e viralizar o amor...

No oriente médio, um turista brasileiro encontra um velhinho caminhando pelas areias do deserto, e questiona-o:

- Se o senhor conhecesse o nosso pais, não ficaria aqui nem um minuto. No Brasil há muito verde, muita coisa bonita, e aqui é somente essa imensidão de deserto.

O ancião não gostou das palavras do seu interlocutor:

- Qual é a cabeça que coça mais, a do cabeludo ou a do careca?

O turista se apressou na sua resposta:

- Acho que a do cabeludo.

E o velhinho sorrindo, justificou o motivo de sua indagação:

- Então? A nossa terra pode parecer estéril na aparência, mas no seu bojo há muito petróleo. No entanto, um território que se mostra próspero na aparência vive cheio de problemas. Outra diferença entre o deserto e uma terra coberta de arbustos, é que aqui aprendemos a valorizar uma palmeira como se ela fosse uma imensa floresta. Diferentemente de vocês brasileiros que aprenderam a valorizar a Amazônia como se ela fosse uma palmeira.

O forasteiro ainda quis contra-argumentar e falar também dos problemas milenares daqueles povos do oriente com a disputa de território, mas achou melhor ficar calado para não receber uma lição ainda maior.

Inserida por Valdirdomiciano

Cabanos hoje

Nós somos hoje herdeiros
De um povo valente e guerreiro
De ideias e bravura honrosas
Da nossa história tão gloriosa

Que viva em nossa memória
Nossa heróica trajetória
De luta árdua e revolução
Contra a voraz opressão

Então cantemos a liberdade
Calada ontem pelos covardes
Pelos agentes da submissão
Da bárbara exploração

Nós somos povo herdeiro
De heróis verdadeiros.
Que nos sertões da hiléia
Permaneça viva a ideia!

Inserida por kaio_nikolas

Amazônidas pela liberdade

Levante, povo amazônida
Temos correntes para romper
Avante, povo amazônida
Já não há tempo a perder

Mesmo que sejam as noites escuras
Mesmo que seja a dor mais aguda
A liberdade sonhada outrora
Faz-se pra sempre desde agora

Em frente, filhos da Amazônia
Escreveremos nossa história
A liberdade almejada virá
Da nossa garra e da união!

Inserida por kaio_nikolas

DEVASTADORES FLORESTAIS

Os devastadores florestais realizam seus negócios em detrimento da Amazônia.

Sabemos que grande parte do desflorestamento da Amazônia se deve ao agronegócio e a pecuária.

Percebe-se também a preocupação de muitos brasileiros na possível internacionalização da Amazônia, ou seja, "desanexação do Brasil", o que é muito grave e ameaça a nossa soberania.

Tenho dúvidas sobre o que deverá acontecer primeiro, se a devastação da Amazônia ou a desanexação do Brasil. Difícil prever qual a pior hipótese. O que acham?

Inserida por fabioxoliveira2007

No deserto sou poeira
Tenho a chuva minha parceira
Eu sou o Vento
Estou em todo lugar

Balanço a flor
E no fogo sou fogueira
Brisa suave
Quando estou nesse lugar

---------------------------------
Eu sou o vento
Levo o pólen para vida
Eu sou as notas do cantor
No metal faço a soar

Eu fui a todos
E sou a todo momento
Carrego a vida
Quando movimento o ar

-----------------------------------
Fui aos profetas e poetas
Do caminho
Levo o toque e as batidas
Do tambor para dançar

Sou o ciclone
Furacões, redemoinhos
Na tempestade
Faço violento o mar





------------------------------
Ha muito tempo
Empurrei navegadores
A descobertas violentas
Desiguais

Sou o caminho
Para as aves serem livres
Sou melodias
Para os pássaros cantar


No deserto sou poeira
Tenho a chuva minha parceira
Eu sou o Vento
Estou em todo lugar

Balanço a flor
E no fogo sou fogueira
Brisa suave
Quando estou nesse lugar

Inserida por WILSON_SOARES

Politica não é só regras e normas, temos que saímos da zona de conforto ou iremos morrer lá.
Está na hora de mudar, o mundo mudou, hoje não nos preocupamos com as pessoas ou a Amazônia... O capitalismo é bom, mas precisamos rever conceitos, não pensar apenas no futuro e sim no hoje, no agora!

Afinal, se não cuidarmos do agora, qual será o futuro das próximas gerações amanhã?

Inserida por ElvisAmorimGA

Bom dia vida!

A morte chegará para todos. Infelizmente a maioria e os que estão pelo poder não amam a própria vida. Impossível acreditar num país diferente dessa forma. Quem dera acreditarem que a Terra eh um organismo vivo e tem o mesmo valor para a Criação que os que vem aqui para aprender nesse lugar de sofrimentos e dificuldades. Somos fadados a morrer de qualquer forma. A única certeza que temos todos. É a morte. Mas não deveríamos ser ignorantes de achar que o que fazemos aqui não reverbera. O Sistema Planetário é um só. Preparem seus bunkers, estoquem alimentos e estejam preparados pras catástrofes ou pra guerra. Pq estamos criando isso para a nossa realidade acreditando que o mundo vai acabar em chamas como diziam profecias bíblicas. Deus tenha misericórdia dessa humanidade. Aos que estão fazendo a tarefa de casa direito e buscando o serviço, a caridade, a alegria e o respeito,.... esses estarão safos. Viva como se no dia da sua morte vc se alegrasse e os outros ficassem tristes com sua ausência. Isso é simples.. se amar, se respeitar... dae vc poderá entender o que é lutar pela vida sua, da natureza e do próximo. Aí vc poderá dizer que valeu a pena. Boa sorte

Inserida por Todeschi

No alto da árvore, famílias de araras faziam alvoroço,
macacos saltitavam felizes,
lebres corriam por entre os arbustos,
O sapo Cururu coaxava na beira do rio...
O boto-cor-de-rosa ouvia sobre suas lendas sem dar um pio...
de longe quem espiava era o jacaré-açu...
Na margem do rio a Sucuri se debatia entediada...
a Preguiça levanta os olhos para uma leve espiada...
A capivara se banhava maravilhada...
A onça saia para sua caçada...
Pausa para um breve silêncio, ele está no altar o Uirapuru a cantar...o canto da despedida
De onde vem o fogo que devasta a alma?
Desta vez não era um jogo, era sério
Não há resposta dentro da pequeneza
A noite cobriu o sol
Que outrora admirava de longe tanta beleza
Agora coberto de luto
Por um vale de ossos secos
Pela floresta que não produzirá mais nenhum fruto...

Inserida por paulo_J_brachtvogel

⁠Vila de Juruti Velho

Nasci numa vila simples
Rica de belezas naturais
Um lugar encantador,
Que se difere dos demais.

Seu nome de um pássaro fora herdado,
Cujo canto, mata adentro ecoa...
Com o tempo, o velho lhe fora acrescentado,
Sabedoria de gente de proa.

Por mais que mude o teu nome,
Jamais mudarão a tua história
Tuas lutas nunca serão em vão
Posso ver a tua vitória.

Hoje, muitos te chamam Muirapinima
Mas eu prefiro a dos mais velhos...
Pois para mim, vila bela,
O meu coração só se anima,
Quando chega em Juruti Velho!

Inserida por FrancyAndrade

⁠Pelo caleidoscópio
deste século contemplo
o mundo perverso,
Povos ainda em guerras
desprovidas de nexo.

Nem mesmo que
eu tente ensaiar
mil dramas nenhum
destes papéis não
têm nada a ver comigo.

O meu coração está
vivo e segue pela corrente
do rio Apurímac,
O meu olhar está vivo
seguindo por Carhuasanta.

Ainda tenho fôlego
em Lloqueta e posso
levar comigo um poema,
e solta pelo Ene continuo
firme sendo eu mesma.

O meu pulmão ganha
fôlego pelo Tambo
e ganha impulso
em Ucayali sem temer
adiante nenhum desgaste.

E minh'alma e a memória
param no Amazonas,
chocam com o Madeira,
murmuram com o Negro
e enfrentam o degredo.

Sigo pedindo força ao Japurá,
clamando com o Tapajós,
chorando doído com o Juruá
e soluçando com o Purus.

No final de tudo vou encantar
o seu coração, ser lar
e o mais lindo refúgio sem par
onde você possa sossegar
sem vir novamente a se preocupar.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠A ventania soprou as areias
das cacimbas dos rios,
Não vou morrer engasgada
pelas areias e nem mesmo
pelos meus próprios poemas,
Mesmo nesta escuridão
eu preciso falar,
Mesmo que seja tarde
demais eu preciso não calar.

A Amazônia vive uma
tempestade comparável
a de um imenso deserto,
Ficar fingindo que não
vejo nunca será o correto.

Fechei a janela para o vento
não trazer as areias,
Eu sem contar o tempo
não tenho parado de rezar
para que venha chover neste lugar.

Enquanto a tempestade não
passa vou fazer um colar
para me embelezar diante
do teu encantador olhar.

Eu sei quais as sementes que
vou eleger para me preparar,
como o teu coração enfeitiçar
e fazer o teu desejo me deificar.

Muitos não sabem a diferença
entre Pau-Brasil e a Tento-Carolina,
A diferença está nas suas flores,
nos caules e nas cores:
O quê eu quero é o Pau-Brasil reinando como o senhor dos senhores
no meu colar que haverei
com ele de te capturar absoluto
para em nome do amor se entregar.

Inserida por anna_flavia_schmitt

⁠Como o tal pássaro amarelo
com asas cor-de-fogo
entre frutas e flores,
No meu sedutor jogo
você irá se declarar
para mim tudo aquilo
que está a guardar
com a chave do silêncio
de ouro porque com minh'alma
de Rouxinol-da-Amazônia
já me escolheste por dona
do respirar ao palpitar
onde quer que você esteja
pelo mundo afora a caminhar.

Inserida por anna_flavia_schmitt